Editorial

A Noruega pode servir de exemplo
Picture of Jorge VER de Melo

Jorge VER de Melo

Se quisermos experimentar um bom exemplo político temos que observar com atenção, o que acontece na Noruega.

Lá, os bons políticos e os grandes investidores não se medem pela elevada cilindrada dos seus carros nem pelo facto de usarem gravata. Vulgarmente deslocam-se em bons e confortáveis transportes coletivos ou simplesmente de bicicleta. Isto para qualquer simples cidadão português, até parece anedota.

Os jogadores de futebol recebem os seus ordenados banais nos respetivos empregos e não as barbaridade dos vencimentos que usufruem a maioria dos bons profissionais da bola.

Chamam a este modelo de governação, “Social Democracia”.

Em nada semelhante às apelidadas “sociais democracias” que vão apregoando no nosso país, até porque eles possuem o mais alto nível salarial da Europa devido à riqueza que produzem.

Senão vejamos:

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

– O horário de trabalho funciona desde as 08,00 horas até às 15,30;

– Os encarregados da educação das crianças ficam assim com um bom espaço de tempo do seu dia-a-dia para educar, convivendo particularmente com os seus educandos;

– Os casais, com ou sem filhos, podem disfrutar do conforto do lar ou de si próprios, como muito bem o entenderem;

– Não necessitam de sofrer o stress da correria para ir buscar os filhos à Escola porque eles, no final das aulas, seguem para outro local onde podem praticar desporto, aprender música ou disfrutar de qualquer laser que lhes seja aprazível;

– Os pais têm um ano de licença de parto, partilhado pelo casal conforme as conveniências;

– Descontam um IRS sem truques, até porque quem foge ao fico é considerado criminoso perante os outros cidadãos, logo, arrisca-se a ser rapidamente denunciado;

– A fiscalização funciona com cruzamento de dados sem subterfúgios nem compadrios.

Eles sabem que não se projeta um país com despesismos patéticos como a nossa Expo98 ou os Estádios para o Euro 2004. Gerem os dinheiros públicos com ética e responsabilidade.

Quando são solicitados para organizar eventos de importância internacional, não necessitam de recorrer a grandes espalhafatos porque isso cria despesismos e coloca-os mal perante os cidadãos.

Embora sejam produtores de petróleo, pouco se aproveitam dele, apenas utilizam algum rendimento para compensar certas regalias sociais e assim poderem desagravar alguns impostos.

Este país situa-se no norte da Europa juntamente com a Suécia, na Península da Escandinávia, terras muito frias.

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/01/150128_noruega_democracia_chc_cc

Talvez por isso se preocupem mais com o conforto social dos cidadãos.

Ao compararmos com o nosso modo de vida podemos apenas dizer que temos um país com clima maravilhoso. Talvez por essa razão os nossos dirigentes pensem que não necessitamos de ser tratados da mesma maneira.

Aqui, esquecem-se que o Ser Humano funciona, tal como qualquer outro animal, pelos “usos e gratificações”. Ou seja, se pretendo que um animal me obedeça, tenho que o compensar pelo bom procedimento com algo que ele aprecie, vulgarmente comida. No caso do Homem, ele tem que sentir o agradecimento por aquilo que produziu bem e pelos seus bons resultados na profissão que exerce.

Concluindo, qualquer Ser Humano produz tanto mais quanto melhor for tratado.

Isso é exatamente o oposto ao que acontecia no tempo da escravatura que apenas funcionava de acordo com os medos: da morte, da fome ou do frio. Era a sobrevivência.

Infelizmente isso ainda se verifica com a maioria dos gestores e dos políticos do nosso país. Comportam como no tempo da escravatura porque procedem com métodos baseados nos medos: do despedimento, da fome, do frio e até da morte por falta de capacidade financeira para a assistência à saúde.  “Se estiverem no desemprego”.

Será perca de tempo ponderar estas questões?

Será procura de consciência e ética Democráticas?

Talvez aprender com os bons exemplos!…

Mais
editoriais

Junte-se a nós todas as semanas