Jorge VER de Melo
Consultor de Comunicação
É verdade! Mesmo que não acreditem, o nosso Portugal está mais democrático.
Embora muitos cidadãos tenham alguma dificuldade em acreditar nos nossos políticos, a realidade é que estamos a exercer políticas onde a democracia é mais evidente, à semelhança dos mais avançados nesse contexto.
Claro que apenas estamos a observar um caminho, uma prática política em evolução.
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Se ponderarmos os resultados publicados pela Comissão Nacional de Eleições, podemos tirar conclusões totalmente contrária, senão vejamos:
– Verificaram-se 8,4% de abstenções nas legislativas de 1975, mas 44,2% em 2015;
– Nas presidenciais de 1976 constataram-se 24,6% de abstenção, mas 51,3% em 2016;
– Nas autárquicas de 1976, as abstenções quantificaram 35,4% mas em 2013 foram 47,4%;
– As primeiras europeias de 1987 registaram uma taxa de abstenção de 27,6% e 66,3% em 2014.
Isto identifica claramente o descrédito dos nossos políticos perante o eleitorado o que é péssimo para a qualidade da escolha de quem vai governar.
O ano mais expressivo foi 1975, pois a elevada presença de eleitores nas urnas deveu-se ao facto do país ter acabado de sair de uma ditadura e ainda se recordar bem dos seus malefícios.
Presentemente, as pessoas têm dificuldade em esquecer a quantidade imensa de atropelos à democracia, começando pelo desrespeito permanente pelo cidadão, do abuso de poder até ao incumprimento de promessas eleitorais, passando pelos lapsos, as habilitações falseadas, os desvios de capital e assim sucessivamente, uma interminável lista negra.
Então porque é que a nossa democracia está a evoluir?
Porque finalmente começaram a surgir alguns processos judiciais acionados aos senhores políticos e a outras pessoas anteriormente intocáveis que se portaram mal. A justiça começa finalmente a divulgar publicamente factos ilegais provocados por todos os elementos desta democracia.
Isto vem demonstrar que a oligarquia praticada aos olhos do cidadão durante muitos anos, está finalmente a ser vigiada pela justiça. Entramos assim, num processo democrático mais adulto, mesmo existindo ainda alguns casos tipo “watergate” à portuguesa.
Pensamos ser este o caminho que vai tornar a nossa democracia mais representativa, sem tanta abstenção.
Existe sempre um “mas”. De todos estes escândalos públicos, começa a ser urgente a efetivação prática da justiça, ou seja, tarda a aplicação de sentenças que demonstrem o erro de não proceder eticamente de acordo com os valores humanos e que o facto de ser possuidor de algum poder momentâneo, não implica que esteja acima da lei.
Em suma, qualquer cidadão como: político, médico, pedreiro, banqueiro, investidor poderoso, líder de qualquer religião, etc., todos estão democraticamente sob a alçada da justiça.
Não esqueçamos que a transparência é um dos pilares fundamentais desta escolha política.
Temos que nos lembrar também que estamos entre os cinco países da Europa cujos cidadãos mais contribuem para a subsistência dos partidos políticos, por isso merecemos mais contenção nos seus gastos e nas suas atitudes.
Lembrem-se que ser político não é uma profissão mas sim uma honra por ter sido escolhido, “eleito”, para servir o país e poder assim contribuir diretamente para o bem de todos.
Mas os restantes elementos partidários, futuros políticos, pensam estar a colaborar com o seu partido para o bem da nação, mas isso poderá não acontecer.
Será que estão a participar apenas para o proveito de algumas pessoas? Cuidado!…