Editorial

Notre Dame acolhe Macron, Trump e Zelensky

Picture of Arlinda Rego Magalhães

Arlinda Rego Magalhães

Partilhar

A Catedral de Notre-Dame em Paris, é uma das mais antigas catedrais francesas, de estilo gótico. 

A sua construção foi iniciada no ano de 1163, século XII, e é dedicada à Virgem Maria.

Está situada, na Île de la Cité em Paris, rodeada pelas águas do rio Sena.

A catedral de Notre Dame foi até ao incêndio, no dia 15 de Abril de 2019, o monumento mais visitado da Europa.

Teve cerca de 12 milhões de visitantes, só no ano de 2017.

Após esta enorme tragédia, que entristeceu o mundo. Iniciaram-se as manobras de rescaldo, onde foram felizmente encontradas,  nos escombros, várias imagens e peças intactas.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Entre essas peças, ou imagens foram poupadas ao fogo, várias relíquias.

As mais significativas são a coroa de espinhos, os pregos da cruz e o pedaço de madeira da mesma cruz.

Os objetos sagrados do “tesouro”, guardados na sacristia, também ficaram ilesos.

A Virgem com o Menino, ou Virgem do Pilar, foi encontrada intacta, mas coberta de pó de chumbo, tal como o maior órgão de França que a catedral alberga, com 8 mil tubos.

Salvaram-se ainda as grandes rosáceas das fachadas norte, sul e oeste, bem como os vitrais.

Os 13 “Maios”, que são pinturas dos séculos XVII  e XVIII, assim como o

maior sino de Notre-Dame da torre sul, não foram atingidos pelas chamas.

Também foi preservada a famosa escultura da Pietá.

Finalmente passados cinco anos, no dia 7 de Dezembro de 2024, a restaurada Catedral abriu as portas. Todos os visitantes foram recebidos, pelas belíssimas imagens da Virgem com o Menino e da célebre Pietá.

Para o efeito, Paris colocou algum simbolismo nesta inauguração.

Foi como se tivesse colocado, nos braços da Virgem Maria, não só o Menino, mas também o futuro do mundo.

Notre Dame acolheu três políticos fundamentais, quiçá imprescindíveis,  neste momento crucial da história humana.

Homens cujo pensamento, diálogo, julgamento e decisão podem salvar, ou matar, milhões de vítimas.

Homens, mulheres e crianças, que são ainda, o escudo defensivo mais ignóbil, de uma guerra perpretada pela ganância, e incessante busca de um poder absoluto.

É uma ignomínia!

Uma destruição massiva de pessoas, sem nome, sem idade e sem qualquer tipo de dignidade.

O cheiro a morte está presente no dia a dia, é um sofrimento atroz, ao qual ninguém fica indiferente.

Mas todos nós nos sentimos, tão impotentes e tão inúteis que muitas vezes, só conseguimos chorar e rezar.

O mundo está louco!

O mundo está surdo!

O mundo está cego!

O povo ucraniano, através dos tempos, sofreu sucessivos ataques, que visavam o seu extermínio total.

Veja-se a “guerra da fome”, imposta pela Rússia à Ucrânia em 1932/1933. Os corpos desnutridos, de muitos ucranianos, faziam mover a terra à superfície, nos locais ou valas comuns, onde tinham sido sepultados ainda vivos.

Um verdadeiro sacrilégio!

Que a imagem intacta da Virgem do Menino, seja o futuro alcançável deste mundo, quando os homens, ainda acreditam que é possível, construir a paz.

Que a Virgem do Menino os acolha e o Menino os beije.

Numa outra perspectiva, a imagem da Pietá, simboliza o maior sofrimento de uma mãe!

De uma família e de um povo!

Neste caso Maria, que segura o seu filho nos braços, descido da cruz, chora e abraça um corpo sem vida.

Também todas as “mães de guerra”, seguram, os seus filhos mortos e desmembrados, pela incessante maldade do ser humano.

É sempre o medo de perder o poder!

Foi o medo da perda do poder, que levou os poderosos do seu tempo, a condenarem e a matarem Cristo.

As inúmeras histórias de morte, pela ânsia de poder, repetem-se ano após ano, século após século, de forma cíclica, e de cada vez de formas mais aterradoras.

O egoísmo não permite, que os ditos poderosos, aprendam a pedir perdão e a reconhecer o erro.

O ser humano não quer aprender,  com o sofrimento próprio,nem alheio.

O ser humano parece, não ter memória pessoal, nem colectiva.

Definitivamente já não tem memória!

Os homens do século XXI, não matam só para sobreviverem à fome.

Mas também para sobreviverem, à sua  própria extinção.

É uma afirmação estúpida!

Matar para poder sobreviver!

Habitando e coahabitando o mesmo, e único planeta, somos todos, vítimas e candidatos às loucuras de alguns.

A morte provocada ao longo dos séculos, foi sempre inumana.

Neste nosso século, neste nosso tempo, é inumana e animalesca.

Os homens matam, e destroem as vidas dos seus pares, mas irão deixar de pé, várias infraestruturas.

Para quê? Para quem?

Durante estes últimos dois mil anos, o homem foi à Lua, espreitou Marte, esteve e está dias no fundo dos Oceanos, encontrou a cura para inúmeras doenças, etc..

E finalmente criou a Inteligência Artificial!

Na sua essência e singularidade, este último tipo de homem, é genial!

E os outros quem são, e o que são?

Deixo a conclusão à vossa consideração!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Mais
editoriais

Junte-se a nós todas as semanas