Jorge VER de Melo
Professor Universitário
(Aposentado)
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Esta pandemia foi péssima para todos, mas teve resultados surpreendentes na nova forma de estar e de ser atendido em qualquer lugar.
Com a abertura dos serviços públicos, estabelecimentos e outros, verificamos existir uma generalizada delicadeza das pessoas. Estão mais atenciosas, mais preocupadas em atender educadamente e principalmente mais atentas ao bem-estar de quem se encontra à sua frente.
Sabemos que muitas destas reações acontecem como prevenção devida ao receio de contágios ou até à possibilidade de colocar em perigo a vida de cada um.
Segundo alguns estudos científicos, mesmo nas nossas universidades, “esta pandemia vai mudar os nossos relacionamentos nos próximos tempos.“ Aí está uma justificação! Mas porquê?
Parece que estão previstas reações, até socioeconómicas, daqui por três ou quatro meses. Para já, vamos observando algumas reações de ansiedade e até algo depressivas.
Tudo isto é compreensível! Não esqueçamos os momentos passados em frente aos ecrãs a devorar notícias e boatos a toda a hora. Foram situações de permanentes incertezas até pelos desmentidos que se seguiam.
Os adultos foram diluindo o nervosismo com a visualização de alguns filmes, séries, programas de divertimento ou conversando com os amigos e familiares pelas redes sociais, sempre a comer ou beber, para passar o tempo.
Quais as consequências mais imediatas?
– Desregulação do sono;
– Engordar disparatadamente;
– Stress total quando paravam para pensar.
As crianças ocuparam, as que tinham posses para isso, o seu tempo a descarregar aplicações de jogos e outras diversões para conviver, especialmente “online”, com amigos e desconhecidos. Deve ter sido muito difícil controlar estas situações sem esquecer os estudos e a segurança na Net.
Quais as consequências?
– Desregulação do sono;
– Desorientação dos estudos;
– Indisciplina total.
Os idosos foram e são talvez os mais severamente castigados pela situação:
– São vulgarmente os mais atingidos pelo vírus;
– Por essa razão, mais isolados da família e dos amigos;
– Pior ainda! Como normalmente não têm conhecimentos informáticos, faltam-lhes as redes sociais para se distraírem e conviverem.
O isolamento social altera o comportamento da mente, a OMS (Organização Mundial de Saúde) lembra que o isolamento físico não é a mesma coisa que isolamento social. Por isso os efeitos no comportamento humano, são diferentes.
“Devemos focar-nos naquilo que está sob o nosso controlo e libertar-nos do que não conseguimos controlar.”
Será que o stress não se compadece com os Humanos e vai ressurgir quando menos esperarmos?
E se este comportamento atencioso e respeitador se prolongasse indefinidamente?
Contribuiríamos muito para a felicidade de todos!…
