As (Novas) Conferências do Casino com o eurodeputado José Manuel Fernandes

Sob o patrocínio da presidência da Câmara Municipal de Ponte de Lima, o Fórum Sociedade e Democracia em parceria com o Fórum Vianense, está a apresentar ao longo dos meses de Outubro e Novembro do corrente ano, uma série de conferências intituladas “AS (NOVAS) CONFERÊNCIAS do CASINO”.

 

A 1ª Conferência teve palco marcado para o Auditório Municipal de Ponte de Lima (edifício dos Paços do Concelho), tendo sido conferencista convidado o Prof. Doutor Salvato Trigo, catedrático da Universidade do Porto e desde há vários anos Reitor da Universidade Fernando Pessoa.

A Conferência foi inteiramente dedicada à fundamental problemática da Educação, com uma intervenção como título ”O estado da Educação em Portugal”. Nela, o eminente professor universitário e reconhecido embaixador da Língua Portuguesa nos países lusófonos, fez uma intervenção onde falou sobre a Educação enquanto função geral e estruturante de um Estado de Direito Democrático.

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Na semana seguinte foi a vez do Prof. Paulo Morais (ver peça independente), e nesta 6ª feira, a 3ª Conferência terá como conferencista convidado o Engº José Manuel Fernandes, Deputado no Parlamento Europeu, Relator pela Comissão dos Orçamentos do Parlamento Europeu (PE) para o Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos, que abordará a problemática: “Que Futuro para a Democracia na União Europeia? -Ameaças e Oportunidades, num cenário de muitas fraquezas”.

A UE enfrenta hoje algumas das suas mais complexas crises para as quais ainda não se vislumbram soluções. Esta Conferência, jamais terá a pretensão de ser algo mais e tão sómente aquilo que ela poder ser: um humilde contributo cívico, um singelo momento de “inquietação cívica”, para que os cidadãos em geral possam melhor compreender alguns dos aspectos mais preocupantes sobre a Democracia numa UE, onde a palavra dos economistas vale muito mais que a palavra dos políticos, os quais se têm revelado muito pouco assertivos sobre os melhores caminhos a seguir.

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Sinopse da intervenção de José Manuel Fernandes

 

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«A Europa não se fará de um golpe, nem numa construção de conjunto: far-se-á por meio de realizações concretas que criem, em primeiro lugar, uma solidariedade de facto.»

A 9 de maio de 1950, o então ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Robert Schuman, fundamentava nesta declaração, que se mantém extremamente atual, um plano preparado pelo seu colaborador Jean Monnet, para uma cooperação aprofundada envolvendo o eixo franco-alemão. Pretendia-se evitar novas guerras, reabilitar e fortalecer uma Europa debilitada face à União Soviética e aos Estados Unidos. Sessenta anos depois do Tratado de Roma, podemos afirmar que o caminho percorrido valeu a pena e que a Paz, a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, o reforço da democracia e a defesa da dignidade humana foram objectivos atingidos.

O sucesso foi de tal ordem que – erradamente – damos todas estas conquistas como absolutamente garantidas.  A União Europeia enfrenta hoje novos desafios. Devido aos efeitos da recente crise económica e social, acentuaram-se movimentos extremistas e populistas, que disseminaram sentimentos e valores europeístas. O Brexit foi a vitória do egoísmo nacional e da xenofobia. Além disso, a UE vive os desafios globais da escassez de recursos naturais, alterações climáticas, migrações e demografia. Ainda não resolvemos o acolhimento aos refugiados. Estamos a ultrapassar os efeitos resultantes da crise das dívidas soberanas. Enfrentamos ainda profundas divisões entre os Estados-Membros, que se debatem entre as diferentes opções quanto ao caminho a seguir na União Europeia, entre o reforço, o esbatimento e a segmentação da integração.

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Hoje, mais do que nunca, temos de perceber que num mundo global só temos força se estivermos unidos, só vencemos os desafios se derrubarmos os egoísmos e os nacionalismos. Não podemos perder os valores e os objectivos da fundação da União Europeia. Temos de ambicionar a Paz, consolidar a democracia, defender a liberdade, promover o desenvolvimento. Só o conseguiremos juntos, com acções concretas, numa solidariedade de facto.

 

 

Para uma mais ampla e fecunda compreensão de “AS (NOVAS) CONFERÊNCIAS do CASINO” importa recordar que as originais e primeiras “Conferências do Casino” – foram levadas a público em 1871, na cidade de Lisboa, por iniciativa do chamado grupo do Cenáculo, de que faziam parte Antero de Quental, Eça de Queirós, Jaime Batalha Reis, Salomão Sáragga, Manuel Arriaga e Guerra Junqueiro. Poder-se-á dizer que esse foi o ponto mais alto da Geração de 70. Tais conferências tiveram como objectivo central abrir um debate sobre o que de mais moderno, a nível de pensamento, se vinha fazendo lá fora. Aproximar Portugal da Europa era o objetivo máximo, anunciado, aliás, no respetivo programa. Acabariam por ser vítimas da censura da época e proibida a realização do programa integral.

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O programa das originais Conferências do Casino foi produzido como uma espécie de consequência natural das discussões ideológicas travadas no Cenáculo, anunciava “ligar Portugal com o movimento moderno”, “agitar na opinião pública as grandes questões da Filosofia e da Ciência Moderna” e “estudar as condições da transformação política, económica, cultural e religiosa da sociedade portuguesa”.

 

O Fórum Sociedade e Democracia em Parceria com o Fórum Vianense apenas desejam com este evento homenagear a brilhante Geração de 70, onde pontificaram os nomes de Antero de Quental, Eça de Queiroz, Oliveira Martins e Ramalho Ortigão e tão-somente querem com este nome recuperar um pouco do espírito reformador – no plano do pensamento – das famosas e originais Conferências do Casino. As “Novas Conferências” mais não serão que, por um lado, uma modesta tentativa de invocar o talento, o brilhantismo e o génio dos seus mentores e por outro uma tentativa de cumprir objectivos cívicos, num saudável exercício de aprendizagem e reflexão. As (Novas) Conferências além de momentos de aprendizagem, enriquecimento e fruição pessoal, serão também ferramentas importantes, que cada um poderá usar como melhor entender na promoção do seu desenvolvimento, enquanto cidadão da República e na procura da  sua realização pessoal, contribuindo, em última instância, para uma sociedade mais consciente, mais empenhada e mais participativa para uma mais saudável e sustentável existência.

Será um ciclo de conferências, que terá como propósito fundamental “reflectir sobre as mudanças políticas, económicas, culturais e sociais do mundo”, assim como investigar a sociedade como ela é e como deverá vir a ser, reflectir todas as ideias novas do século e todas as correntes em marcha no século XXI. A presente edição de conferências não deixará de ser leal a uma das ideias dominantes e um dos principais objectivos da geração de 70 ao realizar as Conferências do Casino. E, pese embora a devida e indispensável actualização, nunca deixará de ser – segundo os organizadores –  “o nosso objectivo último”.

Programa de “AS (NOVAS) CONFERÊNCIAS do CASINO

3ª Conferência – 21:30 horas 3 NOVEMBRO – EUROPA, com o Deputado Europeu Eng.º José Manuel Fernandes

4ª Conferência – 21:30 horas 17 NOVEMBRO – JUSTIÇA e ESTADO de DIREITO, com o Dr. Guilherme Figueiredo (Bastonário da Ordem dos Advogados)

5ª Conferência e Encerramento – 30 NOVEMBRO – REPÚBLICA e ESTADO, com o Dr. Rui Rio

 

 

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