Novo ano, com “Costa”, é o mesmo futuro!

Desejo a todos que um prospero e proveitoso 2023, desejando também a todos muita força e coragem, porque os tempos que se seguem não serão de todo nada fáceis, e muito menos estáveis como o nosso majestoso presidente da República ambicionava!

Devo parabenizar o nosso primeiro ministro pela sua, enorme capacidade de ver um futuro  com melhorias, quando no passado recente e presente de todo não existiram, nem existem!

Na mensagem de Ano Novo, o PM, ignorou por completo a crise política instaurada pelos seus próprios governantes, assobiando para o lado e focando-se, talvez a única coisa assertiva no seu discurso, os jovens e o seu futuro. Contudo o seu discurso de promessas vãs e de enaltecimento de medidas, umas que em nada solucionaram os problemas dos jovens e outras que ainda nem sequer existiram, é surpreendente esta mensagem, mas, pela negativa!

Toda a temática sobre o futuro dos jovens é por si só problemática, mas gostava de ressalvar alguns pontos da intervenção do nosso querido PM.

Tomando por base a noticia do jornal Público de dia 1 de Janeiro de 2023, o PM – António Costa fala de “cidadãos mais qualificados”, e defende que se devem estimular os jovens a ficar a trabalhar no nosso país, contudo esquece-se de afirmar que a maior parte dos jovens que emigram são esses cidadãos “qualificados”, porque as medidas dos governos que ele mesmo liderou têm levado a um grande empobrecimento geral da população, em particular a mais jovem, mas, uma coisa ele tem razão, a população portuguesa está dotada dos jovens mais capazes de dentro das sociedades europeias, mas é a que menos defende e luta para assegurar um futuro para os mesmos. Cruzando informação com outra notícia recente, no “Eco-sapo”, foi adiantado que apesar do aumento salarial as famílias terão de gastar muito mais para consumir exatamente o mesmo que consumiam em 2014. O poder de compra continua a descer, os casos de indícios de corrupção, de incompatibilidades e irregularidades continuam a aparecer nos seus legislaturas, o congelamento das várias carreiras continua a ser uma realidade, e mesmo assim o nosso PM acredita que conseguirá manter os jovens no Continente ou nos arquipélagos? Com o quê? Um aumento do salário mínimo para 760 euros? Talvez uma análise sem rede possa considerar isto bom, mas basta conhecer o mínimo da realidade para saber que uma especialidade nos governos do atual PM, é dar uma migalha para retirar o pão inteiro! Os combustíveis não descem, os bens essenciais estão cada vez mais caros, e como se responde a isto? “Estamos a atuar!” Estão a atuar há sete anos? Sabem o que também está a aumentar desde o primeiro mandato deste PM, … a pobreza em Portugal!

A descrença que o futuro pode ser melhor, a esperança de ficar, só diminui! Tomem nota que até a Roménia nos está a superar, e o PM ainda tem a desfaçatez de meter um ministro das finanças que deixou uma divida gigante numa câmara como a de Lisboa? São decisões como estas que causam repúdio pela política e pelos seus governantes, bem como mostram que na AR são só jantares de “amigos” à luz da vela. Mas, não há almoços e jantares grátis!

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Ainda sobre a mensagem de ano novo do PM cabe-me ainda falar de mais de um tema, talvez o ponto mais alto da bipolaridade! O tema é a educação; como é que num país onde a falta de professores é gritante, onde existem milhares de alunos sem professores de disciplinas fundamentais durante um ano-letivo inteiro, onde a profissão de professor já não é respeitada e onde cada vez há menos jovens a querer seguir este caminho, onde a educação é entregue às Câmaras, numa forma de “pagamento de favores”, como é que num país onde jovens durante a sua formação têm programas completamente desatualizados e que em nada preparam para a vida adulta, onde trabalhar numa caixa de supermercado ou atrás de um balcão dá mais estabilidade do que ser colocado no Sistema Nacional de Educação, como é que num país com esta realidade, o nosso PM tem a coragem de falar em “Paixão pela educação”?

Tomemos como por exemplo o caso da municipalização da educação, uma das grandes bandeiras da inovação e aposta na educação, que na teoria seria excelente, mas que em Portugal simplesmente iria abrir a possibilidade legal de se beneficiar aqueles que os dirigentes políticos acham que merecem, a título de um qualquer pagamento de favor! Num plano teórico seria perfeito, porque cada município conhece ou deveria conhecer melhor a sua realidade do que qualquer ministro ou deputado em Lisboa, conheceria melhor os desafios que os estudantes enfrentam, os desafios que os professores enfrentam, mas a solução que se encontra não beneficia qualquer um destes, simplesmente abre a possibilidade do “clientelismo”. Numa sociedade justa, com um governo digno e com dirigentes políticos íntegros seria a solução perfeita, mas, principalmente para os professores que não iriam correr o risco de serem colocados com tanta frequência longe de casa, mas isto não é a nossa realidade, há muitos anos que não é , e temo que não venha a ser nos próximos.

Uma última nota acerca do futuro do nosso país, quando se fala dos jovens não podemos esquecer das doenças que estes enfrentam e que são aumentadas por situações de stress que eles diariamente têm pela frente, seja pela falta de dinheiro para pagar as propinas ou a renda da casa, seja por verem o seu sonho adiado por não existir dinheiro disponível para continuar os seus estudos (realidade bastante presente no ensino superior deste ano-letivo um pouco por todo o país), seja pela incerteza do futuro ao terem de deixar a sua casa para trás para procurarem um lugar onde consigam “viver condignamente”. As doenças de foro mental tendem a aumentar, a depressão matou mais do que o Covid-19, e mesmo assim todos os dirigentes continuam a assobiar para o lado, há falta de psicólogos nas escolas, milhares de jovens enfrentam as suas dificuldades sem apoio, porque a família portuguesa já mal tem dinheiro para a compra de bens essenciais quanto mais para pagar as consultas de especialidade!

Os jovens hoje desenvolvem mais facilmente a ansiedade, e da parte do Estado recebem um enorme silencio, para além de se prometer dar um futuro melhor, é preciso fazer algo para que essas promessas realmente se tornem verdade, e para isto a solução não necessita de grande investimento, nem de grande sabedoria, integrem as consultas de psicologia no SNS, reforcem o investimento para a contratação de mais psicólogos nas escolas, acompanhem com veracidade e com a capacidade que todos os estudantes merecem, eles são o futuro que tanto se quer proteger!

Um último apelo ao nosso PM, saía da “bolha” onde está, não fale de um país que não conhece, visite os portugueses a quem dá migalhas, e lembre-se que quem o colocou no poder, foram todos aqueles que agora estão à espera do SMN para sobreviver, não foram aqueles a quem você permite que sejam pagas indeminizações milionárias, não são os seus amigos “políticos” e para terminar, aquele que esquece que a politica é a arte de servir o povo e não de se servir dele, jamais deveria ponderar ter uma carreira neste ramo, ética e princípios não são negociáveis!

Bom ano 2023!

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