Editorial

O Cancro – Uma Mãe Nunca se Engana
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Damião Cunha Velho

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Damião Cunha Velho

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O cancro é como um romance.

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Tem altos e baixos.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Uns dias morre-se noutros desmorre-se.

Uns dias é só presente, um dia de cada vez, noutros vê-se futuro.

 

O cancro é contra a continuação da vida e o nosso esforço é tentar matá-lo.

Umas vezes conseguimos, outras não.

Umas vezes somos vencedores, outras vencidos.

 

Muitas vezes morre-se no dia em que nos é dada a notícia, com rosto de sentença.

Em sofrimento, dizemos adeus ao Verão. 

O tempo que resta é sempre Outono. Chuva, quimioterapia, trovoada, radioterapia e medo.

Medo do fim do dia, do fim da vida, da noite eterna.

 

Conheci uma amiga que tinha um filho lindo com nove anos.

Respirava saúde até que um dia o menino, sem razão aparente, perdeu o apetite.

A mãe levou-o ao pediatra várias vezes e o diagnóstico era sempre o mesmo. O menino não tinha nada, era apenas uma fase segundo o médico.

Só que as mães sabem tudo dos filhos até aquilo que os filhos não lhes contam. Intuem até sobre aquilo que os médicos não sabem, nem atingem.

Neste caso o pediatra chegou a dizer que a mãe do miúdo estava a ficar paranoica.

A mãe não se ficou e deu um murro na mesa. Exigiu uma ressonância magnética ao filho.

 

No dia do exame, a mãe acompanhou o filho e começou a ver um alvoroço dentro da cabine onde estavam os médicos.

A inquietação tomou conta dela.

Chamada à cabine, os médicos deram-lhe a sangue frio a notícia: “Tumor maligno no cérebro inoperável…seis meses de vida”.

A mãe em pânico destruiu a cabine e teve que ser internada.

 

De volta à triste realidade, lutou 24 horas por dia pela vida do filho.

Mais uma vez, os médicos enganaram-se.

O menino viveu um ano.

Morreu nos braços da mãe.

 

Horas antes de morrer, os olhos do filho nos olhos da mãe disseram-lhe: “Eu sei que vou morrer”.

 

E a mãe morreu também nesse dia!

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