Editorial

O ESTADO DAS PONTES EM PORTUGAL
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Jorge VER de Melo

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Jorge VER de Melo

Consultor de Comunicação

É preocupante o estado das pontes em Portugal. Esta afirmação é baseada em estudos elaborados pelo LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil).

Claro que o alarme foi lançado pelo colapso da Ponte Morandi, em Génova. Desastre que contabilizou, para já, 39 vítimas confirmadas, incluindo 3 crianças.

Se vivêssemos num pais onde o valor do Ser Humano fosse prioritário, ou seja, superior ao do Orçamento do Estado, talvez estivéssemos mais descansados, mas como isso não se verifica, o caso muda de figura.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Não pretendemos alarmar, mas ainda no passado mês de março, mais uma vez o LNEC alertou para os graves problemas de falta de manutenção na Ponte 25 de Abril. Aconselham inclusivamente, caso não atuem com medidas urgentes, a suspensão imediata do tráfego de veículos pesados e comboios de mercadorias.

Esta notícia provocou grande alvoroço no nosso Parlamento mas a solução que a todos interessa, ainda não se apresenta muito clara.

Se pensarmos bem, podemos recordar alguns factos de má memória como por exemplo:

– O colapso da Ponte Hintze Ribeiro, em Entre-os-Rios, que provocou 59 mortos em 2001;

– E a queda, em 2007, da ponte sobre o Mississipi em Minneapolis com pelo menos, sete vítimas mortais e sessenta feridos.

Este último desastre apresentou-se muito semelhante ao de Génova por ter acontecido, tal como ele, ao fim da tarde e em hora de ponta.

Não é necessário sermos especialistas nesta área para podermos concordar que se trata de um triste resultado originado pela falta de manutenção, como afirmam os técnicos.

O bom senso, a segurança e até a economia, aconselham manutenção regular que vigie os elementos vitais destas infraestruturas do transporte terrestre.

Claro que para isso têm que existir verbas orçamentadas com calendarização adequada para verificação de, por exemplo: Materiais, esforço, aderência, betão, rotação, plasticidade, armaduras, corrosão, etc.

O grande problema é que se considerarmos como exemplo as soluções encontradas e postas em prática para a vigilância e o combate aos fogos, ficamos bastante mais apreensivos.

Os nossos políticos, não sabemos porquê, parece que se esquecem facilmente da razão porque são eleitos, é para tratarem dos interesses de todos os cidadãos que confiaram em depositar neles o seu voto.

Temos encontrado um permanente desleixo em tudo que diz respeito ao vulgar cidadão, incluindo quem trabalha dia e noite para o bem-estar de todos. É com a saúde, com a educação, com a justiça, etc.

Dão sempre a justificação de que não há dinheiro, mas para o aumento das mordomias dos senhores políticos ou para as contratações desmedidas dos amigos, como tem acontecido com centenas em todos os Ministérios, já existem verbas de sobra.

Por favor, vejam o que se passa nos países mais evoluídos onde nada disso acontece e sabem porquê? Porque praticam uma democracia mais evoluída, onde o poder da justiça é realmente separado do poder político. O cidadão pode processar qualquer abuso do poder, a justiça vigia-se a si própria e castiga o poder político, quando necessário.

O nosso Primeiro Ministro, António Costa, já anunciou uma verba de 14 milhões de euros para a realização da recuperação da Ponte 25 de Abril, como se a manutenção ficasse por aí.

E no futuro?

Vamos continuar com a insegurança habitual?

Será que ainda não ponderaram seriamente numa verdadeira manutenção para todas as restantes pontes?

Infelizmente não acreditamos que o tenham feito!…

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