«Basta! Não… contra os maus tratos dos animais!»
É um grito de alerta, mas, também, um grito à consciencialização das pessoas no respeitante aos direitos dos animais e contra os maus tratos a que são infligidos. Infelizmente, o abandono dos animais já não é somente uma questão sazonal, pois em cada momento do ano as pessoas encontram o mau hábito de os abandonar, assim refere a Associação «A Selva dos Animais Domésticos» de Caminha. E em crescendo…
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Todos, ou quase todos, consideram bonito ter um animal de estimação. Mas, e depois? Como qualquer ser vivo estes necessitam de cuidados e, também, carinho. No entanto, o que se verifica, e cada vez mais, é o seu abandono e maus tratos. Poderíamos encontrar diversas razões para que tal suceda que nenhuma delas teria razão de ser, mas segundo salienta a Associação ‘A Selva dos Animais Domésticos’, sediada em Caminha, além do abandono característico do tempo de férias agora também «na altura do final da época de caça notamos um aumento de animais abandonados. No início do ano registamos muito o aumento de abandonos, talvez de animais oferecidos no Natal», mas, acrescentam, «infelizmente todo o ano tal se verifica, e o lamentável é a razão porque dizem fazê-lo», referencia Karine Torres, vice-presidente desta associação. «E com a desculpa da crise».
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No que respeita ao concelho de Caminha a grande preocupação não foge à regra do que acontece por todo o país. «É o abandono e os maus-tratos aos animais e continuamos a ter muitos usados apenas para trabalho (caça e guarda) e completamente negligenciados».
Para Karine «muitos animais estão presos à corrente e em condições desumanas, ainda sem microchip obrigatório por lei ou sem registo nas bases de dados».
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Canis Municipais abatem os animais
Desde o início da sua criação, oficialmente no ano de 2003, a associação teve e tem como principal objectivo «tirar o maior número de animais possíveis da rua» referindo, ainda a sua vivência pessoal no estrangeiro. «Viemos de um país onde o abandono animal era quase nulo, chegamos a Portugal e ficamos chocados com a quantidade de animais abandonados e maltratados».
Quase com um espírito de missão e por conta própria decidiu, e num terreno emprestado, efectuar a recolha dos animais e facilmente se chegou aos 70 cães. De referir que esta recolha já era efectuada nos anos 90, assim como o tratamento dos cães, mas numa índole mais particular e de voluntariado.
Neste momento, a Associação «A Selva dos Animais Domésticos» tem ao seu cargo 300 cães e 100 gatos. A percentagem de adopção dimuniu imenso , pois há uns anos conseguia-se dar cerca de 200 cães e 100 gatos e actualmente o que se verifica é 100 no total.
Na adopção as regras também estão definidas. Assim, com os animais do abrigo o adoptante assina um contracto de adopção onde, entre outras coisas, a associação dá direito de os visitar a qualquer momento e de os retirar caso não estejam em condição. Todos os cães saem do Abrigo com microchip de identificação electrónica o que, em caso de abandono/perda, facilita a identificação do dono.
Karine Torres revela que «não existe um adoptante protótipo. As aparências iludem bastante e normalmente quem menos tem, é quem mais dá». Uma das exigências é que os cães não fiquem acorrentados.
Entre as necessidades desta associação estão os voluntários, pois os existentes são poucos para o que há a fazer. Assim, quer para este caso, para sócios adoptantes ou outro tipo de ajuda, qualquer pessoa deverá consultar o site da associação em www.selvadosanimais.com.
Karine Torres deixa a mensagem: «Nenhuma Associação do país, creio que pratique o abate de animais saudáveis. Nos canis municipais sim, o abate é praticado ao final de oito dias. Valorizamos a vida e o respeito pela mesma e achamos que todos os animais têm direito à vida e, principalmente, os velhotes que tanto sofreram durante anos e que merecem um fim de vida digno».
O Minho Digital questionou esta dirigente sobre a hipótese de um hotel canino e clínica veterinária no local onde se encontra a associação, pois em tempos tal nos foi apresentado com vista a dar um maior reconhecimento ao projecto e, também, com o objectivo de conseguir verba financeira do mesmo. No entanto, Carine Torres referiu nada saber sobre o assunto. Talvez, uma ideia da anterior direcção ou responsáveis que tenha caído em … saco roto!