Editorial

O fim do jornalismo credível
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Damião Cunha Velho

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Damião Cunha Velho

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Recentemente, um conhecido jornal internacional começou a pagar aos seus jornalistas em função dos “gostos”.

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Um jornalista que tem, como qualquer outro trabalhador, de ganhar dinheiro para fazer face às despesas da sua vida, pode tentar-se a escrever artigos pouco interessantes, sem grande erudição. Basta que sejam muito visualizados e a futilidade vende bem.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Repare-se como as revistas “cor de rosa” têm sempre uma grande tiragem.

Sabe-se que uma fotografia de uma modelo em biquíni, mesmo num canto de uma capa de um qualquer jornal, aumenta substancialmente as vendas. E não precisa de texto.

 

Com a sede das “Notícias de Última Hora” e dos “Alertas CM”, como pode o jornalismo credível, que precisa de tempo e de investigação, competir num mundo fast e online?

A resposta é: muito dificilmente.

 

Para mim, o jornalismo está a definhar.

 

Existe já uma clara confusão entre jornalismo, entretenimento/espetáculo e publicidade.

Em Portugal, a CMTV cumpre bem o papel do “espalhafato” para atrair telespectadores.

 

A primeira telenovela portuguesa “Vila Faia” (1982) não teve qualquer sucesso. Isto porque retratava a vida tal como ela era.

Mulheres a cozinhar, a lavar roupa…

 

A verdade é que quando chegamos a casa, exaustos de um dia de trabalho, queremos sonhar.

Os jornais e as televisões deram conta disso. Então, ou nos mostram um mundo imaginário pelo qual todos ansiamos, ou vendem a desgraça como forma de chamar a atenção, como acontece com a CMTV.

 

Quando vemos a modelo Gisele Bündchen, na revista Caras, numa entrevista, de robe, aparentemente casual ou informal, a dizer que usa cremes Nivea, não é inocente. O ambiente de intimidade foi pensado para nos sentirmos seus semelhantes. Ela é gente como a gente? Falso.

A beleza, a vida faustosa, separam Gisele do comum dos mortais.

 

O nosso desejo de sair de uma vida banal dá audiências, vende revistas.

Os mass media sabem disso e não precisam de um jornalismo de qualidade para nos “venderem” uma vida de sonho.

Enquanto isso, mal informados, compramos os produtos publicitados, entre artigos ou notícias de pouca qualidade, para pagar a vida de sonho de alguns!

 

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