Editorial

O GANHO DAS VACINAS CONTRA O COVID
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Joaquim Letria

Joaquim Letria

Professor Universitário

As empresas biotecnológicas deverão sair com lucros no final da vacinação global contra o COVID 19, abandonando os prejuízos que os seus enormes investimentos na investigação provocaram. Já as grandes farmacêuticas e as gigantes da indústria verão os seus lucros diluírem-se nas suas dimensões e na extensão do negócio.

O comportamento nas bolsas dos pequenos e grandes laboratórios mostra que a Moderna valorizou acima dos 400 por cento desde Março, mas a Johnson & Johnson, que em 2020 deverá apresentar o maior lucro do sector a nível global, não foi além dos 9,1%.

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O futuro mercado de vacinas contra a pandemia do COVID 19 deverá valer mais de 10 mil milhões de dólares por ano nos países desenvolvidos (cerca de 8,3 mil milhões de Euros). Por outro lado, ignora-se ainda a duração da imunidade ao novo coronavírus e acresce que no caso da Pfizer são necessárias duas tomas de vacinas com intervalo de três semanas.   

Um facto é indesmentível: todo este sector deu tudo por tudo a ponto de conseguir que em menos dum ano se iniciasse a vacinação no Reino Unido numa parceria entre a Pfizer e a BioNtech, poucos dias depois de Russos e Chineses terem começado a vacinar as suas populações e enviado as suas vacinas para muitos países do Terceiro Mundo.

Recorde-se que no Ocidente a investigação, descoberta e desenvolvimento das vacinas tiveram um investimento público e de iniciativas filantrópicas num total de 4512 milhões de Euros.

Todavia, os lucros poderão não ser tão espectaculares como muita gente especula, uma vez que as margens poderão ser limitadas devido aos apoios de Estados e de instituições internacionais.

Conforme os especialistas admitem, a investigação das farmacêuticas e o desenvolvimento de novos cuidados médicos com menor custo, com a participação da tecnologia, será um importante aspecto que não deixará de atrair mais investimentos para este sector vital para a saúde pública mundial.

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