Editorial

O inimigo invisível
Manso Preto

Manso Preto

Manso Preto

Jornalista

É a pior guerra que o planeta jamais travou. Invisível e de forma silenciosa, entra em nós sem que nos apercebamos. Invadiu todos os continentes, atemoriza os donos do mundo político e económico. Onde chegou, colocou tudo no seu lugar. Não poupa ninguém. E pior ainda: contagia os profissionais de saúde, aqueles que estão na linha da frente desta batalha inimaginável. Sem esses valentes, quem vai tratar de nós?

 

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

De repente os combustíveis baixaram, a poluição baixou, as pessoas passaram a ter tempo, tanto tempo que nem sabem o que fazer com ele e se enchem de tédio, os avós estão com os filhos e os netos em família, o trabalho deixou de ser prioritário, a economia arrisca o definhamento, as viagens e laser fazem parte do passado.

De repente, silenciosamente voltamos para dentro de nós próprios, nas incertezas do futuro, viver um dia de cada vez, e entendemos melhor o valor da palavra solidariedade. Mas também da impotência. Rezam aqueles que raramente ou nunca o fizeram.

Num instante damos conta que as prateleiras dos supermercados estão mais vazias e os hospitais cheios, que os seguros de saúde que o dinheiro pagava não têm qualquer valor.

Nas garagens ou nos parques estão parados igualmente os carros topo de gama ou os mais antigos simplesmente porque ninguém pode sair.

Bastaram meia dúzia de dias, estamos no mesmo barco, ricos e pobres,  para que se estabelecesse a igualdade social que se dizia impossível.

E que maior dor pode haver quando somos impedidos de ver e apertar carinhosamente as mãos dos nossos familiares e amigos na fase terminal e nem os podemos acompanhar quando baixam à terra?!!!

O MEDO invadiu todos.

Que ao menos isto sirva para nos darmos conta da vulnerabilidade do ser humano…

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