Editorial

O “ORGULHO HETEROSSEXUAL”! – NADA É PARA A VIDA TODA!
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Damião Cunha Velho

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Damião Cunha Velho

Professor

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Se a orientação sexual é algo natural e que se revela independentemente do sexo com que nascemos, não faz sentido ter orgulho em algo que não foi conquistado.

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GOSTA DESTE CONTEÚDO?

É fruto da genética e do meio ambiente. Por isso, acho uma patetice um desfile do “Orgulho Gay”.

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Recentemente circulou pelas escolas um inquérito com um série de perguntas com a presumível finalidade de descomplexar quem tem uma orientação sexual diferente da maioria. Uma espécie de todos diferentes todos iguais.

O problema é que os alunos inquiridos eram crianças de apenas doze anos. As perguntas do inquérito eram tão desadequadas para crianças desta idade que em vez de esclarecer só podiam baralhar. Portanto, de pedagógico nada teve este trabalho. De científico tenho sérias dúvidas.

E já agora, sem certezas científicas, é extremamente perigoso fazer experiências em educação porque pode comprometer toda uma vida do educando.

 

Piaget dizia que todos nascemos bissexuais e durante a adolescência definimos a nossa orientação sexual. Ou seja, o gênero.

Se Piaget estava certo, então não baralhem as crianças, deixem acontecer. Não inquinem a natural orientação sexual dos futuros adultos com perguntas confusas e amadoramente ridículas.

 

Existem, porém, situações complexas em que o sexo tem que ser escolhido à nascença.

Acontece, por exemplo, com quem nasce com os dois sexos, os hermafroditas, e os médicos têm que optar por um deles. Aspetos não visíveis a olho nu, de natureza hormonal e fisiológica, são relevantes para essa escolha.

 

A ética de um Estado também se mede pela forma como trata e defende as minorias que são alvo da opressão e não têm como ter voz na sociedade onde deviam estar inseridos, como todos os outros.

Acontece, que a homossexualidade, o grande visado oculto neste inquérito, já não é propriamente uma minoria ou uma minoria envergonhada. E as minorias devem ser respeitadas mas nunca se devem impor à maioria e o contrário idem.

Devem conviver de forma sã.

 

Falar de orientação sexual, nos tempos de hoje, já não se limita aos géneros feminino e masculino. Muitas são já as variações neste campo. E o meio em que se vive também tem muita influência nessa orientação. Pela negativa com a discriminação e pela influência das modas. E também é moda ser-se diferente neste aspecto o que faz com que alguns sejam uma coisa só porque é o que está a dar.

O assunto é mais do que complexo para se poder fazer um questionário que simplifique o tema a crianças e a investigadores. Porque não é assim tão linear, tão simples.

 

Com este novo mundo de sexualidades, várias novas famílias irão surgir. A família tradicional, tal como a conhecemos, pode vir a ser uma raridade.

Aliás, muitas já são as pessoas que querem mudar de sexo depois dos cinquenta anos de idade. E isso não tem a ver com orientação sexual mas sim com um novo mundo, felizmente livre, em que as pessoas querem experimentar tudo o que a única vida que têm, ou julgam ter, lhes oferece. Até aqui o conceito de família já está a mudar. Temos o exemplo do pai das Jenner, meias irmãs das Kardashian. Passou de Bruce a Caitlyn Jenner aos 67 anos de idade.

 

Se reparamos, agora nada é para a vida.

Antes, fazíamos uma casa para a vida toda. Agora já ninguém quer ter a mesma casa para sempre. Os gostos mudam e educam-se e por isso agora se fazem casas pequenas, práticas e a preços low cost e daqui a dez anos se verá.

Os casamentos também já não são para a vida toda. Os filhos sim e por isso iremos ter netos de país diferentes.

Não estou a criticar, simplesmente a constatar esta nova realidade que já nos é familiar e será mais comum num futuro breve.

As profissões igual. Alguém disse que as carreiras profissionais são uma invenção do século XX para, ou acharmos que estamos a evoluir, sermos escravos de uma só arte. Hoje, as pessoas vão tendo vários empregos consoante as circunstâncias da vida. Já nada é definitivo apesar de certas profissões só fazerem sentido quando exercidas por muito tempo e essas exigirão sempre uma carreira.

 

O mesmo corpo também não será para sempre. Já não o é. Pomos próteses dentárias, nas ancas, na coluna e outras.

Mas, o futuro reserva-nos coisas mais extravagantes.

A medicina estética e a tecnologia estão a evoluir a olhos vistos. O silicone nas mamas ou o botox nos lábios já não são novidade. Mas, quando se fizerem próteses que superem as nossas “peças” humanas tudo será diferente. Trocaremos, sem hesitar, as nossas pernas por umas mais bonitas e mais velozes.

Já temos dois exemplos disso mesmo, ainda que rudimentares e de forma não intencional. Óscar Pistorius na África do Sul cujas pernas artificiais batem recordes de velocidade e o caso de uma modelo que tem umas pernas de fazer inveja e são artificiais.

No futuro, seremos uma combinação de humano com máquina. A tecnologia evolui mais rápido que a anatomia humana.

Provavelmente hoje precisávamos de um cérebro maior ou menos dentes já que não temos que caçar e temos que estudar muito.

Essa mudança, a ser natural, só daqui a milhares de anos iria acontecer. A tecnologia vai acelerar o processo.

 

Em relação ao sexo ou género também me arrisco a dizer que não será para a vida.

Hoje, como já referi, vemos pessoas a mudar de sexo já em idades mais avançadas e provavelmente no futuro serão poucos os que vão querer ser homem ou mulher para toda a vida.

Novos géneros e novas configurações familiares surgirão.

No futuro próximo, com o avanço da tecnologia e da medicina, nada será para a vida.

Cada vida encerrará muitas vidas.

 

Voltando ao tema central com que iniciei este texto – a sexualidade – talvez no futuro os heterossexuais sejam uma minoria e não imagino, somente pelo ridículo que era, uma manifestação com bandeiras a dizer “Orgulho Heterossexual”!

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