Editorial

O POPULISMO FICA-NOS MUITO CARO
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Jorge VER de Melo

Jorge VER de Melo

Professor Universitário

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Se quisermos ser coerentes podemos comparar algumas diretrizes da nossa postura política com o populismo na américa latina e noutras áreas do globo.

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No fundo, os dirigentes políticos servem-se da manipulação da opinião pública para imporem determinadas políticas. Por ignorância cultural ou por necessária proteção de grupos de indivíduos ou de entidades que os podem comprometer ou beneficiar monetariamente, vão simplesmente arruinando esses países.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

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Podemos facilmente comparar esta situação com os casos de alguns políticos de topo que estão presentemente a ser chamados à Justiça em Portugal.

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A palavra populismo é composta por povo e ismo, ou seja, (simpatia do povo).

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Apenas acontece com indivíduos que são possuídos de um certo carisma para líderes políticos. Aproveitam-se das suas capacidades retóricas, agradam verbalmente aos cidadãos e assim atingirem uma liderança apoiada na simpatia popular que lhes favorece a tal governação de acordo com os seus interesses particulares.

O populista, para estabelecer um vínculo de simpatia com a população, vulgarmente escolhe uma ou mais entidades da vida interna do país como inimigos públicos e outra, a dele, como grande defensor incondicional dos mais desfavorecidos.

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Externamente tomam a mesma atitude, ou seja, escolhem: países, líderes ou organizações internacionais como inimigos públicos. A fação defensora é sempre a do populista prometendo não deixar que essas entidades prejudiquem a sociedade do seu país.

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Formam assim, no imaginário popular, duas fações: os inimigos do povo, antipopulares e os defensores do povo que são eles próprios.

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Constroem um ódio popular generalizado pelos outros, esta artimanha vai facilitar mais tarde, a oligarquia governamental.

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No caso do nosso país:

– O PSD e o CDS escolhem como inimigos os partidos ou entidades que catalogam por esquerda;

–  Enquanto que os do PCP e do BE classificam o CDS e o PSD de direita;

–  Já o PS vai aproveitando a estratégia conforme as conveniências.

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Esquecem todos eles que estamos numa “democracia”.

Neste sistema político, a ideologia que impera como objetivo da nação é a imposição dos “direitos humanos” numa condição de liberdade que democraticamente não afete a liberdade dos outros. Logo, não existe direita nem esquerda mas sim “o bem da nação num todo”.

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O populista consegue com esta dicotomia: despertar ódio contra a outra fação e estabelecer um vínculo emocional com o povo ao oferecer-lhe as soluções para todos os problemas, mesmo os que não existem, (sejam estrategicamente inventados).

Eles conseguem convencer o cidadão que o povo é o único possuidor de todas as virtudes da sociedade, é honrado e nunca se engana na escolha do melhor líder. Assim o povo apaixona-se pelo populista.

Consequentemente, o cidadão perdoa-lhe todos os roubos, atos de corrupção, mudanças na Constituição e falta de justiça. (Exatamente o que temos observado no nosso país).

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Depois de tudo isso, coloca essas suas atitudes como supostamente tidas em nome do povo. Se algo correu mal, a culpa foi sempre do inimigo, (esquerda ou direita conforme o partido político). Claro que completa estas afirmações com uma propaganda massiva na comunicação social.

Mas quando se trata de mentiras descaradas em que já ninguém acredita, ele repete-as tantas vezes que acaba por convencer o auditório de que afinal aquela mentira é uma verdade.

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Um dos nossos anteriores governantes mentia tanto que até conseguia colocar-se permanentemente como vítima da comunicação social, (um eterno perseguido), convencendo a população de que eram eles, (os jornalistas), o inimigo do povo.

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Ao gerir o sistema educacional, o populista procura adquirir os três poderes: o executivo, o parlamentar e a justiça. Só assim conseguirá funcionar como um imperador e não como um simples governante que tem a honra de representar o povo no Governo da Nação.

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Esta estratégia política, embora seja muito antiga, veio a acentuar-se desde 1930 até aos nossos dias. Na América Latina, o populismo foi o mecanismo aproveitado para a integração das populações na vida política.

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Getúlio Vargas no Brasil com a revolução de 30 e Franklin Roosevelt com a Grande Depressão marcaram acentuadamente no continente americano a utilização do populismo como estratégia. Já nos nossos dias, o campeão do populismo é Donald Trump, um presidente tão extremista no seu populismo que chega a por em risco a segurança global. Entretanto chegou o supercampeão do populismo, Vladimir Putin (Presidente da Rússia). Em poucos dias conseguiu destruir mais cidades e assassinar mais Seres Humanos do que todos os outros juntos no mesmo espaço de tempo.

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Mas aqui, no velho continente, surgem os totalitarismos com: Mussolini na Itália, Salazar em Portugal, Hitler na Alemanha, Stalin na União Soviética e Francisco Franco em Espanha. Todos eles foram grandes seguidores desta metodologia política para conseguirem impor as respetiva ditaduras.

Claro está que para satisfazerem algumas das promessas divulgadas nos discursos populistas, iam aumentando aos impostos, à dívida pública e à inflação. O Estado vai-se deteriorando.

Na tentativa de conseguirem mais exportação e equilibrar a balança de pagamentos, exploram excessivamente a mão-de-obra com o propósito de obterem preços mais reduzidos em lugar de se preocuparem com a qualidade e a originalidade.

Procuram então justificações plausíveis, vão acusando o Banco Mundial, o FMI, os americanos, etc.

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Como alguém afirmou, ”os populistas amam tanto os pobres que os multiplicam.”

Será que ainda não se aperceberam que um povo pobre, (porque paga menos impostos), provoca um Estado pobre?

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