«O PSD de Caminha jamais usará dinheiros públicos aplicados em assessorias de imagem para maquilhar candidatos a nível pessoal, partidário e político»

Liliana Silva

«Combater uma máquina de marketing político», é o principal lema que o PSD de Caminha diz defender, numa crítica directa a Miguel Alves, presidente da autarquia..

 O Minho Digital foi tentar conhecer um pouco mais do trabalho da Comissão Política Concelhia do Partido Social Democrata. Falámos com a sua presidente, Liliana Silva, e as críticas ao executivo caminhense foram diversas. Desde acusar o presidente da Câmara de propagandear a sua imagem até ao desconhecimento das contas do município, entre outras.

O PSD afirma fazer o seu trabalho com seriedade em prol do concelho e das pessoas que neles confiaram. Houve, ainda, oportunidade para saber qual a posição da concelhia do PSD de Caminha quanto à decisão judicial sobre Júlia Paula, anterior presidente do executivo, ir a tribunal.

Uma entrevista sem ‘papas na língua’…

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Minho Digital (MD) – Actualmente, o Partido Social Democrata como se vê na oposição no município de Caminha?

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

O PSD  vê-se na oposição como um partido pautado pela responsabilidade.

Temos, ao longo destes dois anos, feito um trabalho, semana após semana, que dignifique os propósitos da democracia em que acreditamos, ou seja, os da transparência e seriedade política.

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A nossa maior luta tem sido combater uma máquina de marketing político, montada ao pormenor, passando as mensagens fáceis de ouvido. Temos contrariado inúmeras notícias enviadas pela assessoria de imprensa do presidente da Câmara porque estão carregadas de muita politiquice e eleitoralismo, pouco rigor e veracidade.

Basta fazerem contas aos números que vos aparecem por exemplo em notícias como as do ferry. Só por aí se apercebem da falta de rigor. Esta máquina de propagando política ‘levou ao colo’ um presidente que soprava a sete ventos, por exemplo, que a Câmara Municipal de Caminha tinha dívidas à empresa Aurélios, e depois a sua própria auditoria  confirmou que era mentira. 

Este tem sido o nosso maior trabalho enquanto oposição, o ter de constantemente desmentir as falsidades que vão sendo injectadas nos meios de comunicação social, através de notas de imprensa do município, pagas pelo erário público, usadas cirurgicamente para fins e objectivos políticos e não para informar os munícipes.

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Veja-se recentemente a “história” da Biblioteca Municipal em que o presidente da Câmara insiste que gastou 1,8 milhões de euros com a obra da nova Biblioteca. É mentira! Isso está atestado, aliás, no próprio PPI ( Plano Plurianual de Investimentos) que refere que o valor do investimento foram 972,591 mil euros. Não entendemos como é que alguém cria assim e debita números imaginários e os “atira” para a opinião pública numa tentativa de confundir para reinar.

 

«Miguel Alves pensa na sua carreira política e pessoal»

Veja-se :

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Esta não é uma forma correta de estar na política nem é política séria. Esta é a política do show-off, da imagem e não a política que o PSD defende e em que eu como responsável pela sua direcção acredito. A que olha primeiro para as pessoas e para o seu bem-estar, em vez de se preocupar com o próprio “umbigo” ou com a imagem que se quer transmitir para Lisboa.

Têm sido claras e óbvias que as prioridades deste executivo e particularmente do seu Presidente não são nem o Concelho de Caminha, nem da sua população, mas sim a sua carreira política e pessoal.

O PSD como partido responsável e sério deu a conhecer publicamente, numa recente conferência de imprensa, a caótica situação financeira do município que apresenta já um prejuízo acumulado de 2,6 milhões de euros de resultado financeiro do ano 2015 ( documento anexo 1).

Repare-se que estou a falar só da gestão deste executivo, ou seja que no ano de 2015 o diferencial entre a receita e a despesa é negativo em 2,6 milhões de euros. Não estamos a falar de dívidas. Estamos a falar de prejuízo efectivo e lesivo para o Município.

Mas se o prejuízo de 2,6 milhões de euros é gritante, quando nos referimos às dívidas deste executivo – e que só as conhecemos a muito custo e porque perguntámos incessantemente, ( porque esta era uma realidade que queriam esconder)  – sabemos que não pagaram à Companhia das Águas cerca de 2 milhões e meio ou à Suma 1 milhão de euros, bem como à Caminhaequi, à Valorminho e a outros fornecedores e que ainda  apresentaram  este prejuízo. Perguntamos:  No dia em que forem obrigados a  pagar e já não conseguirem empurrar estas dívidas da sua única e inteira responsabilidade, como é que vai ser? Não estou a falar de anos anteriores nem de outros executivos. Refiro-me à dívida acumulada por este executivo porque decidiu deixar de pagar. Em Abril de 2014, quando começou a priorizar as suas festas, pagou uma fortuna pela famosa tenda para o  25 de Abril em frente à Câmara, mas não pagou a água. E assim começou a bola de neve criada por este executivo!…

É claro que, qual cenário montado, querem continuar a fazer acreditar que a culpa é do anterior executivo! Mas, o anterior executivo tinha os mesmos encargos, pagava as piscinas à Suma, à Valorminho, pagava aos fornecedores a 90 dias e deixou 2 milhões de euros em bancos e obra feita!

O Presidente da Câmara alegou, nomeadamente em entrevista, que não sabia onde é que o PSD tinha ido buscar estes números de prejuízo de 2,6 milhões de euros. Pois se não sabia é porque não conhece verdadeiramente os números da Câmara que gere! Na verdade estes números constam de um documento cedido pelos seus próprios serviços onde está bem claro e reflectido esse valor.

Esta é uma atitude grave pois revela o desnorte e desleixo a que está entregue a gestão municipal. O Sr. presidente não precisa de saber de contabilidade analítica, mas tem que saber gerir as contas de um município. No mínimo tem que se preocupar com o equilíbrio financeiro entre receita e despesa, senão o resultado é o descalabro a que chegamos agora».

«Assessorias milionárias» e os «embustes e mentiras»

«Em minha casa, se não tivesse dinheiro para pagar a água nem a luz, o que é essencial, não gastaria em festas!… Controlaria as minhas despesas, tendo em conta as minhas receitas. No caso, e partindo do exemplo que todas as famílias e empresas entendem, se o Sr. Presidente não tem dinheiro para o essencial, não pode gastar dinheiro em assessorias para promover a sua imagem, nem outras assessorias jurídicas milionárias só para defender processos da sua gestão e responsabilidade. O Sr. Presidente não pode prescindir de receitas como a dívida que perdoou a A Guarda, não pode gastar dinheiro em espectáculos e transmissões televisivas que cortam trânsito, abarracam o centro histórico, prejudicam o nosso comércio e o tecido empresarial. Ou seja, não pode gastar dinheiro no acessório com objectivos políticos e pessoais em detrimento do que é essencial e que protege o interesse público que é em última análise uma boa gestão dos dinheiros públicos. 

A título de exemplo: o Sr. Presidente referiu publicamente que o processo relativo ao licenciamento do ‘Continente não tinha ´´pernas para andar”, mas depois, recorreu a um dos maiores escritórios de advogados do país e contratou uma assessoria milionária de 90 mil euros, paga com o dinheiro de todos nós! Estranho, no mínimo…

É este trabalho da oposição. Ter de constantemente desmistificar, desmontar e mostrar às pessoas o embuste e a mentira que têm sido as políticas deste executivo, cujas  prioridades estão  viradas sempre para o exterior e para a própria imagem do presidente e pouco para o concelho, para as nossas instituições e associações.

MD -Consideram que a vossa atitude é relevante?

Sem qualquer tipo de imodéstia não só é relevante como absolutamente legítima e essencial!

Desde logo pelo respeito para com todos os munícipes do Concelho em geral e particularmente nos eleitores que em nós votaram e confiaram para a defesa dos  interesses da nossa população.

Depois, pelo profundo respeito pelo trabalho e obra que o PSD deixou e desenvolveu ao longo de 12 anos e que agora permite aos munícipes comparar e valorizar.

Na verdade e não obstante o que não se fez bem ou não se conseguiu fazer, a verdade é que o PSD deixou vasta obra e as contas do Município equilibradas.

O orgulho na mais valia que o PSD representa  no desenvolvimento do nosso Concelho é o nosso maior incentivo e a certeza de que somos a alternativa séria e que o nosso Concelho precisa urgentemente.

É com o maior carinho e entrega que prescindo do meu tempo e do tempo que poderia dedicar à minha família, às minhas filhas para o exercício da vida politica activa, porque acredito que o estou a fazer por uma boa causa, em favor da nossa população e sobretudo porque tento fazê-lo com rigor, transparência e sentido de responsabilidade.

Quero, enquanto vereadora na oposição e presidente da Comissão Política Concelhia do PSD de Caminha, poder afirmar daqui a menos de dois anos, que cumpri as minhas funções com total sentido de respeito e responsabilidade e trabalhando com todos.

Quero também aproveitar para agradecer a todos os elementos que me acompanham na Comissão Política, aos colegas vereadores, aos membros da Assembleia Municipal e Presidentes de Junta eleitos pelo PSD e a todos os que anonimamente me ajudam e contribuem dia a dia para que a nossa missão e oposição seja feita. Fazemo-lo com dignidade e com hombridade, pois acredito e implemento na minha Concelhia que só com actos de respeito pelas opiniões alheias é que dignificamos a democracia.

As pessoas que votaram em nós acreditaram que seríamos capazes de exercer as nossas funções com dignidade e elevação. Enquanto oposição estamos a tentar fazer valer cada voto que nos foi confiado e fá-lo-emos, acreditando que essas pessoas nos merecem este reconhecimento, trabalho e esforço.

MD – Qual o vosso propósito como oposição?

Penso que está respondido anteriormente, mas evidenciaria como aspectos fundamentais  o propósito do trabalho e da verdade.

MD – Como tal, têm sido muito críticos quanto à gestão do actual município. Primeiro, a luta das contas. Afinal, o anterior executivo deixou a Câmara penhorada ou não?

A melhor forma que eu tenho de responder a esta pergunta é mostrando-vos o relatório de contas da auditoria contratada (doc. anexo 2) por este executivo e que atesta o que temos vindo a dizer, que o anterior executivo deixou em bancos mais de dois milhões de euros, pagava a 90 dias e cumpria com todos e os mesmos encargos que o actual executivo tem, como sendo,  o pagamento da água, da Suma e das piscinas municipais.

Se pagava a 90 dias, significa que as facturas que estavam por pagar cumpriam os prazos da Lei dos Compromissos e diziam respeito e só às dívidas dos últimos 90 dias.  Este prazo de pagamento foi atestado pela DGAL e com contas validadas pelo Tribunal de Contas, portanto expliquem-me como estamos em 2016, passados 2 anos e meio, portanto 30 meses e 900 dias a tentar justificar a actual dívida com facturação de um executivo que em Outubro de 2013, quando cessou funções, só deixou facturas com 90 dias! É mentira! É um embuste enorme! Foi um cenário criado com a estratégia comum de denegrir os anteriores com um “discurso” que politicamente “pega bem” e fácil de “passar”.

O Sr, Presidente para criar esse cenário não se preocupou em prejudicar a imagem do Concelho de Caminha e contabilizou a dívida das piscinas municipais a ser paga em 20 anos, portanto de médio longo prazo, como uma dívida de curto prazo. Ou seja, empolou a dívida de curto prazo com o custo das piscinas (dívida de médio longo prazo), só para construir o cenário de Câmara “falida” e com isso construir uma estratégia que serve os seus objectivos e propósitos políticos, mas não é verdade e não serve os interesses  e nem protege o bom nome do Município de Caminha! 

O Sr. Presidente ao invés de construir,  limitou-se  desde o inicio do mandato a fazer gestão de comunicação: dizer mal e rebuscar arquivos para dizer mal, com o propósito de desviar a atenção da sua  ineficaz gestão. Falar do anterior executivo e com “balelas fáceis” tentar  enganar os mais distraídos, numa atitude até de desrespeito pela inteligência e capacidade de analise dos munícipes que não só compreendem como tomam em boa nota e registo todos os documentos que suportam os nossos comunicados e que demonstram a verdade.

Nós, em dois anos de oposição – e esse é um ponto de honra que assumo e  pelo qual nos pautamos – nunca falámos de nada ou tomámos posição sobre nada da qual  não tivéssemos documentação para comprovar . Nada! Tudo o que foi afirmado foi sempre feito com base em documentos reais e oficiais. Não “atiramos” ou “debitamos” números para o ar, como é postura habitual do sr. Presidente e que ilustramos com o exemplo dos 1,8 milhões que alegadamente teria custado a Biblioteca e que, afinal, só está inscrita em Orçamento pelo valor de  900 mil. Nós somos rigorosos com os números e não fazemos política do engano e de engano para com os munícipes.

MD – Se sim, como o podem demonstrar?

Entrego-lhe estes documentos (ver em anexo), a página do Relatório de Contas ( doc. 2) e os dados da DGAL (anexo 3 ).

 

«Persistir no erro»

MD – E qual foi o erro do executivo actual para deixar a gestão financeira algo débil?

Este executivo preocupa-se com política e comunicação e persiste no erro.

Cria orçamentos errados e alertados que não têm a humildade de corrigir. Por exemplo: recentemente foi aprovado o orçamento para o exercício deste ano 2016. Uma das regras é que a receita tem que ser superior ou igual à despesa, mas para que haja equilíbrio orçamental a regra é que a despesa não seja superior à receita!

Ora, supostamente a Câmara cumpre esta regra legal. Era o que todos pensaríamos. Mas verificados os documentos, constata-se que contabilizaram na receita o valor do empréstimo de curto prazo que contraíram já no início deste ano de 1 milhão de euros e simplesmente não o incluíram e não o contabilizaram na despesa.

Para que se entenda, uma vez que o empréstimo foi recebido e tem que ser pago até ao final de 2016, deveria obrigatoriamente constar do lado da receita e do lado da despesa. Ora, uma vez que não o contabilizaram no lado da despesa, têm ficticiamente uma receita superior em um milhões de euros que, na verdade, não existe uma vez que tem que ser paga!

Como estas questões de tão técnicas não são fáceis de entender pela opinião pública, o sr. Presidente “vende” a mensagem de que poupa, quando na verdade só estes ano (2016) é que contabiliza as facturas de (2015), portanto não poupa, omite! E diz que aumenta a receita, só que na verdade omite no orçamente o empréstimo de 1 milhão de euros que tem que pagar…

É desta forma que preterindo as questões técnicas em detrimento da sua política, os orçamentos se revelam disfuncionais, e desta forma têm aumentado vertiginosamente o prejuízo do município.

O mesmo aconteceu o ano passado! Só isso explica o facto de chegarem ao final do ano e apresentarem um diferencial entre receita e despesa na ordem do 2,6 milhoes de euros. Volto a repetir: não falo de dívidas de médio longo prazo; falo, efectivamente, da diferença no cálculo entre o que se gastou e da previsão que fizeram sobre quanto iriam receber.

Aconteceu o mesmo em 2014 quando apresentaram um prejuízo na ordem dos 1,7 milhões de euros. Exatamente da mesma forma e pela mesma razão por não calcularem correctamente os gastos com os ganhos. Imagina o tamanho da bola de neve criada por este executivo?

Por isso o PSD tem utilizado termos tão fortes como “martelar” as contas, pois é disso que se trata!

Para agravar toda esta situação sistematicamente é incumprida a Lei dos Compromissos.

São sistematicamente contratadas e efectuadas prestações de serviços e contractos, sem respeitarem o que obriga a lei, ou seja, verificarem a existência de fundos disponíveis para fazer a despesa. É a mesma coisa que encomendar coisas, gastar dinheiro sem ver o seu extracto bancário e saber se efectivamente tem dinheiro para tal. Esta tem sido uma situação sistematicamente denunciada em sede própria e pela qual nos temos batido.  Chegamos ao cúmulo de sistematicamente aprovar em reuniões de Câmara e Assembleias Municipais deliberações como subsídios ou aberturas de concurso para obras, sem saber se chegado o momento de a atribuir ou realizar a Câmara terá dinheiro para o fazer.

Por isso se explica que no início de cada ano o montante de facturação/encargos financeiros assumidos e não pagos (dívida a fornecedores) assuma valores exorbitantes como é o caso deste mês de cerca de 4 milhões de euros. Se analisarmos essa facturação, ela reporta e serviços, eventos e compras do ano de 2015, já prestados e realizados que só agora estão a ser facturados e registados, o que para além de contrariar a lei  deturpa a verdadeira realidade financeira do município e que o Sr. Presidente ainda tenta capitalizar dizendo que poupou!

Passo a explicar: a Câmara só pode contratar um serviço se tiver aberto o procedimento para tal que implica dizer se tem fundos disponíveis para a contratualização e o que tem acontecido é que isto não é respeitado. Podia falar de muitos outros, mas dou como exemplo o caso do concerto do Anselmo Ralph que custou uma fortuna ao município, sem saberem se tinham dinheiro para isso.

Actuaram em Agosto, mas os procedimentos legais, de acordo com a lei dos contractos públicos, só foi feito em Novembro. Isto é grave!… Do género ‘façam o espectáculo  que depois vemos se temos se temos dinheiro para pagar’. Não é assim que se gerem dinheiros públicos! Isto é grave e leva uma Câmara à ruína financeira!

E muitos mais exemplos sobre má gestão podia dar, mas só com estes já dá para perceber os motivos que levaram a Câmara de Caminha à ruína financeira, apresentando ao dia de hoje um total de disponibilidade financeira de 39 mil euros. Acha que com este valor de disponibilidades paga salários, fornecedores e prestadores de serviço? Não,  não paga!

MD – Por norma, a vossa acusação baseia-se que o Presidente da Câmara somente valoriza a sua imagem e se propagandeia. Que vos leva a fazer tais acusações?

Fácil de perceber! Quando temos um presidente que se preocupa mais em investir em assessorias de imagem e comunicação, mais do que em investir nas nossas instituições… Temos instituições dependentes de verbas na ordem dos 10 /20 mil euros para o seu funcionamento futuro e o Sr. presidente alega que não tem dinheiro e depois gasta somas avultadas em assessorias de comunicação para projectar a  sua imagem. Isto tudo, pago com dinheiro de todos nós.

As maiores vítimas são as Juntas de Freguesia a quem sistematicamente é dito e são negados apoios por não terem disponibilidades, mas continuarem a gastar dinheiro que não têm onde não é necessário.

O  Presidente recorre ao Marketing e à comunicação gastando dinheiro de todos nós e que tanta falta faz para o apoio às nossas instituições para projectar a sua imagem.

MD – Concretamente, que fez o executivo em termos de obras e gasto de dinheiro nas mesmas e qual as que o PSD não concorda?

Em termos de obras este executivo limitou-se a dar seguimento aos projectos já executados e pagos pelo anterior executivo.

O projecto da Biblioteca foi apresentado publicamente e pago pelo anterior executivo que aguardava o respectivo financiamento. O mesmo aconteceu com o projecto de S. João d’Arga.

Este executivo deu continuidade a projectos que já vinham em execução e está a fazer a obra que estaria a fazer o PSD se tivesse sido eleito, sendo que teríamos executado também a obra da Casa Sidónio Pais (com protocolo aprovado com o Museu da Presidência), com o objectivo de conseguir a total requalificação da Rua Direita, quer ao nível de infraestruturas, pavimentos e iluminação que rematava ao nível de intervenção e requalificação urbana e tanta falta fazia.

Do mesmo modo teríamos dado sequência à segunda fase da requalificação do Largo Sidónio Pais que colmatava as intervenções da Rua da Corredoura e do Largo da Estação que ainda pudemos finalizar. Enquanto vereadora, tenho bem presentes que os objectivos e prioridades do PSD não são coincidentes com os objectivos do executivo liderado por Miguel Alves. Os seus objectivos e prioridades não passam por Caminha.

O PSD, enquanto liderou os destinos do Concelho de Caminha, apostou muito na requalificação dignificação dos espaços públicos. Foi o que aconteceu, por exemplo, com os parques municipais, O teatro Valadares, os quarteis dos bombeiros, os pavilhões municipais, os campos relvados, as escolas cedidas a associações como a Academia de Música, ao património como as muralhas, o Chafariz, a Torre do Relógio e também com  o edifício dos Paços do Concelho que foi objecto de uma  intervenção que lhe devolveu dignidade de forma a tornar-se visitável e apetecível aos turistas, beneficiando da centralidade e nobreza do espaço,  como aliás acontece na maior partes das vilas e cidades por esse mundo fora. Criou-se um espaço onde se podiam ver miniaturas de edifícios do nosso concelho e o tecto do salão nobre que também visitável podia ser um ícone de valor patrimonial incalculável.

E o que fez este executivo? Acabou com tudo! Retirou as miniaturas, sem consideração pelo seu valor e pelo autor das mesmas. Esvaziou aquele espaço e fechou a porta da nossa casa aos turistas e a quem nos visita.

Prefere destruir o que foi feito, mesmo a nível imaterial, como é o caso da depreciação a  que vem votado eventos tão marcantes e com tanto sucesso como são a Festa da Sardinha, a Feira Medieval ou a Caminhadoce, e deixa completamente ao abandono o nosso Terreiro!

MD – Se por um dia o PSD voltasse a governar o município de Caminha, quais são as prioridades e resoluções a tomar?

O PSD em Caminha é uma alternativa séria e há-de apresentar-se a eleições com um manifesto eleitoral próprio, dentro da agenda politica, e a população do Concelho de Caminha sabe que pode contar connosco para voltar a pôr Caminha no rumo certo do desenvolvimento e com o papel de que é merecedor no território, mas em traços gerais e sobretudo salta à vista como principal prioridade reorganizar e regularizar a situação financeira.

Estabelecer as prioridades certas e voltar a dar relevância às nossas freguesias, instituições e associações. A valorização das nossas gentes, dos nossos grupos associativos e a valorização cultural e turística do nosso Concelho. A dinamização e valorização económica do tecido empresarial e dos seus agentes. A criação de emprego, a fixação de população e a coesão e valorização social, empreendedorismo e eficácia serão sempre a nossa matriz social democrática. As nossas pessoas, as nossas empresas, os nossos comerciantes precisam de ideias inovadoras para sermos referência e exemplo em termos de modernização e eficácia empresarial.

 

«Com Júlia Paula foi criado um caso político transformado em caso judicial»

MD – Recentemente foi noticiado que Júlia Paula, anterior Presidente da Câmara, vai a tribunal. Que comentário vos merece esta decisão?

Que quiseram criar um caso politico transformando-o num caso judicial.

Que quiseram e querem branquear o trabalho notável desenvolvido pela Dra. Júlia Paula ao longo de doze anos, reconhecido pela população que a reelegeu durante 3 mandatos consecutivos. A Dra. Júlia Paula colocou Caminha no mapa e fez obras estruturantes que nos permitem ter a qualidade de vida que hoje temos no nosso concelho.

Por muito que alguns egos a queiram utilizar para vinganças pessoais ou porque a temem politicamente, esta senhora ficará, para sempre, na história do concelho de Caminha como alguém que chegou, viu e arregaçou as mangas e fez obra. Mudou a imagem do concelho, criou infra-estruturas, tinha estratégia e rumo e os seus mandatos devolveram dignidade ao Concelho e contribuíram para a única época em que o Município teve efectivamente vigor e para o desenvolvimento.

Depois de toda a obra deixou o município com mais de 2 milhões em contas a prazo, com pagamentos médios de pagamento a fornecedores de 90 dias, cumprindo a lei e um concelho que constava no topo das listas de melhor qualidade de vida, de transparência municipal e de cumprimento de prazos de pagamento.

Esta é a sua verdadeira marca e a imagem que os Caminhenses guardam e têm dela é de admiração e carinho.

MD -A concelhia do PSD não tomará nenhuma atitude com o seu membro municipal que é acusado de ter lesado o bem nome do Estado e ter entrado em concursos supostamente viciados?

É prudente afirmar que ainda ninguém foi acusado de nada e o julgamento ainda não se iniciou e no restante a resposta está dada no ponto anterior.

MD – O tempo passa… O PSD já tem um nome para candidato ao município caminhense?

O PSD Caminha dará conhecimento da escolha do seu candidato no tempo e na hora certa. Nós não impomos candidatos nem aceitamos que se imponham como tal. No PSD de Caminha ninguém se candidatará por vaidade ou por projecção de imagem. O candidato surgirá com toda a naturalidade depois de ouvidos todos os intervenientes no processo. Na Comissão Politica do PSD do Concelho de Caminha há democracia, não há imposições. Ninguém se assumirá candidato à revelia da Comissão Política e de forma extemporânea. A nossa agenda política está definida e na altura certa, quando nos órgãos próprios a  decisão estiver tomada, será publicamente comunicada.

MD – Como presidente da Concelhia pode avançar?

Como já acima referi e reafirmo, as decisões serão tomadas em sede própria e o facto de ser presidente da Concelhia não é condição obrigatória para ser candidata.

MD – Considera-se que actualmente o PSD está vazio de nomes que possam assumir uma posição de liderança na autarquia caminhense. Que comentário merece da vossa parte?

O PSD conta com gente de muito valor capaz de abraçar uma causa e um projecto autárquico. Aliás o valor do PSD mede-se por 12 anos de gestão do município. A Dra. Júlia Paula, cuja honra e mérito já anteriormente referi, foi o rosto desse projeto, mas teve com ela pessoas com um valor inestimável, quer ao nível autárquico quer ao nível do partido. Portanto, essa visão redutora de que o PSD não tem nomes capazes de assumir liderança parece-me vazia. Aliás a prova tem sido dada por dois anos de uma oposição ativa, atenta e assertiva. As dificuldades fazem-nos unidos e fortes e o PSD reafirma-se como a única alternativa credível quer em termos de projecto, quer em termos de eventuais e possíveis candidaturas de mérito e grande valor para alcançar uma mais uma grande vitória nas próximas eleições autárquicas.

Obviamente que não contamos com dinheiro público para investir em assessorias de imagem, projectando assim nomes. No PSD há sim, pessoas de trabalho, de terreno que gostam e se dedicam ao concelho pelo amor que lhe têm e não por ambições políticas ou pessoais.

MD – Para terminar, qual é, no vosso entender, a obra mais necessária no concelho?

Se o PSD tivesse continuado à frente dos destinos do Concelho teria seguramente já executado a obra da Marginal de Caminha e dado sequência e cumprimento ao seu manifesto eleitoral. Não teriam passados 4 anos de marasmo e inoperância e sobretudo não teriam passado 4 anos de gestão financeira ruinosa…

MD – Devolvo-lhe a pergunta: Que obras achará possíveis com 39 mil euros de disponibilidade financeira?

O PSD apresentará em seu devido tempo a sua equipa e o seu manifesto eleitoral, mas para nós resulta óbvio que a principal prioridade será reestruturar e reequilibrar as contas do Município e desenvolver uma estratégia que recupere, estimule e desenvolva a dinâmica empresarial, comercial e turística e que permita às nossas gentes, voltarem a ter qualidade de vida e possam encontrar no seu concelho respostas culturais, lúdicas, de apoio social e de emprego que têm estado perdidas no meio de tanto “espectáculo”, festas e comentários televisivos.

Devolver ao Concelho de Caminha o lugar e o prestígio que merece e é seu por direito!

 

 

 

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