O PSD de Monte Negro

O horizonte político nacional aparece demasiado “conturbado”.

Para o centro esquerda depois de o anterior presidente do PSD, dr. Rui Rio, se ter esgotado na crise política interna que lhe arranjaram, logo após ter sido eleito presidente do seu partido, ao tentar “secar” à sua direita as correntes “cavaquista” e “passista” e, não ter conseguido conquistar o apoio dos “históricos”, tidos por “teóricos da social democracia liberal”, a que somou a escolha das lideranças e constituição das Listas concorrentes a eleição Legislativa e Autárquica pensando, presumo eu, de que substituindo candidatos, putativamente a serem eleitos, ganharia o controlo do partido.

Enganou-se.

E o resultado foi que perdeu o controlo do partido mesmo tendo no Parlamento e nas Autarquias pessoas que lhe eram próximas, mas que não foram suficientemente capazes de convencer o eleitorado nas eleições Legislativas, antecipadas, realizada em janeiro de 2022 a votarem no PSD e, que por isso, deu uma maioria absoluta ao Partido Socialista.

Numa análise aligeirada:

– O Dr. Rui Rio facilitou.

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Pensou que a “máquina” o iria segurar no cargo aquando das diretas realizadas a 28 de maio e demais órgãos por si propostos ao congresso realizado em 1, 2 e 3 de julho do corrente ano de 2022, mas não conseguiu.

O facto de não ter conseguido objetivos de firmeza na oposição ao Governo e de ter perdido as eleições legislativas de 30 de janeiro de 2022, ditaram a sua derrota na eleição interna que se lhes seguiu.

Nas acima citadas, eleição direta para a presidência e congresso, o PSD optou por ser dirigido por uma tendência liberal avessa à conjuntura política instalada na Assembleia da República e elegeu Luís Montenegro para o lugar de presidente assim como, para os órgãos do partido, as listas propostas pela tendência vencedora.

Uma tendência neoliberal, ávida de poder, o que só conseguirá com uma maioria político partidária e que, por isso e para isso, sem qualquer hesitação, alargou o seu horizonte de influência politica  a um entendimento com a extrema direita aonde a xenofobia, o racismo e outros atributos lhes identificam a génese populista na perspetiva sócio política, mas de difícil digestão pelos pares mais lúcidos por ser contranatura, uma vez que o crescimento dessa franja estanca o possível crescimento do próprio partido e compromete a sua penetração no espectro sócio eleitoral que lhe permita poder vir a ser alternativa política na Governação.

Até porque, as coligações fragilizam os grandes partidos e comprometem todos os procedimentos em curso face ao desajustamento com a evolução progressiva das civilizações assente na cada vez mais evidente escassez de recursos o que obriga a que os mesmos sejam repartidos com equidade comprometendo o exercício parasita de acumulação de riqueza de forma a evitar o caos social para que a sustentabilidade seja possível.

Daí que, a arquitetura política estrutural das civilizações, deva ser coabitante e equilibrada em todas as suas componentes evitando os radicalismos estéreis sempre nefastos e altamente destruidores da vida e do meio.

Os impactos negativos da inflação galopante provocada por condicionalismos internacionais não se compadecem com paliativos de remedeios liberais num tempo em que o Estado assume a retaguarda de todas as soluções.

Cada vez mais os extremismos são suicidas para as civilizações como o comprovam todas as guerras em curso onde o poder só se sente saciado depois de exterminar tudo aquilo e todos aqueles que o afrontem.

Importa por isso que o PSD de Luís Montenegro não embarque em derivas e se consciencialize sobre qual é o seu espaço político ao centro do espectro político porque no final são sempre as pessoas que sofrem as consequências desses atos.

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