O que muito me entristece

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José Venade *

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Apesar de, o mês de Agosto, ser o mês de excelência para férias e, consequentemente, haver uma menor atenção para o que se passa no país e no mundo, a vida vai decorrendo embora a um ritmo menor.

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1 – Há, por assim dizer, uma descontinuidade na vida das pessoas, das empresas e das instituições, como seja: a Assembleia da Republica, Governo, ou os Tribunais. Não é o único mês em que se pode usufruir das mesmas condições, e que, contrariamente ao Natal ou à Páscoa, cria uma certa descontinuidade, por vezes incómoda e prejudicial, principalmente, na vida das empresas e das pessoas.

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wMas é assim que o mundo está organizado, o que não quer dizer que esteja bem, ou que não pudesse ser de outra forma.

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2 – Pior, muito pior, está a vida do cidadão português, César Ferreira, funcionário da Qatar Airlines, refugiado na embaixada portuguesa em Doha, Qatar, há sete meses, por suposto delito de opinião (?). Detido a 28 de Janeiro, no aeroporto de Doha, viveu em condições miseráveis durante 61 dias. Libertado a 29 de Março, porque não terem conseguido reunir provas para o incriminar foi, no entanto, impedido de procurar trabalho ou de se movimentar livremente à espera de julgamento (?). As suas reservas económicas esfumaram-se, solicitou ajuda junto da embaixada portuguesa.

Cederam-lhe um insalubre contentor com cerca de um metro quadrado, fora dos muros da embaixada, mas sem nenhum contacto com o então ex-embaixador, sem as mínimas condições de conforto e de segurança, ou higiene, e alimentado pela caridade de alguns funcionários da embaixada, vê-se desprezado e abandonado por Portugal.

Ali viveu um mês até passar para outro contentor um pouco maior, mas com as mesmas condições degradantes e desumanas.

Contudo, o jornal, MINHO DIGITAL, foi o único meio de comunicação, ou entidade, que se bateu galhardamente e desde a primeira hora para que, o caso deste cidadão, tivesse visibilidade, não fosse esquecido, nunca desistindo do ser humano e movendo todos os meios ao seu alcance num país aonde a democracia e os direitos humanos, nada contam.

Marques Mendes, no seu comentário dominical televiso, na SIC, trouxe o caso à ribalta e deu-lhe outra visibilidade, o que terá levado o governo de António Costa a demitir o embaixador.

O que muito me entristece e repugna, foi ver o então embaixador, António José Alves de Carvalho, furtar-se sempre a qualquer comentário sobre este concidadão e nem se permitir a um contacto pessoal, informal, ou humanitário, com o seu compatriota, e muito menos restringir-lhe a alimentação, deixando-o nas mãos da providência.

Demitido o dito embaixador, para o seu lugar foi nomeado António Manuel Pires Samuel que, em declarações à imprensa, foi avisando para os perigos que correm todos aqueles que emigram para aquele pais, nada tendo feito até ao momento, que eu saiba, para resolver a vida deste português. No que toca às condições e de vida de Cesar Ferreira, continuam na mesma. Lá diz o ditado: “mudam as moscas, mas o burro é sempre o mesmo”.

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Quem parece estar interessada no caso, é a advogada e defensora dos Direitos Humanos, Radha Stirling.

A ver vamos.

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  • José Venade não segue o actual acordo ortográfico em vigor.
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