Editorial

O que será realmente importante para a vida?
Picture of Jorge VER de Melo

Jorge VER de Melo

Partilhar

Jorge VER de Melo

Professor Universitário

(Aposentado)

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Como estamos em quarentena podemos aproveitar esse tempo, por vezes sem sentido, para ponderar as questões fundamentais para a nossa vida.

Em primeiro lugar temos que considerar a existência da própria vida, porque sem ela nada acontece.

Se não estivermos vivos não pagamos impostos, logo, não contribuímos para o Estado e o país empobrece. Não poderíamos experimentar os prazeres nem as desventuras da vida. Portanto temos que estar presentes para podermos usufruir dela.

Existem as considerações religiosas da “vida depois da vida”, mas aí não estaremos certamente a viver esta nossa estadia no Planeta que é curta e deve ser aproveitada com um objetivo comum, “para o bem de todos”.

E o que será o bem de todos? Só pode ser considerado como um estado carregado de felicidade e vivido por cada um à sua maneira. Mas atenção, o facto de estar feliz não é igual para todas as pessoas. Uns sentem a felicidade através da simplicidade e naturalidade das coisas, mas outros procuram essa felicidade traduzida em complexa sofisticação.

Não podemos medir toda a humanidade pelos mesmos padrões, até seria monótono… Como a vida é curta, devemos concentrar-nos naquilo que importa e esquecer o que não interessa.

Existem quatro palavras complementares na importância que têm para a nossa vida:

– Saúde. Devemos conservar uma atitude responsável com o tempo necessário para a conservar com ajuda daqueles que são sempre os nossos melhores amigos, a família. Porque a vida acaba quando termina a saúde;

– Atitude. Ela tem que ser firme e forte nos estudos e nas profissões para nos proporcionar um tempo de felicidade usufruindo respeito dos amigos e realização pessoal também perante sociedade em geral;

– Tempo. Quem tem tempo é rico por poder cuidar da saúde com a atitude necessária para conseguir obter felicidade com a família e os amigos;

– Amigos. Os verdadeiros amigos são aqueles que de livre atitude conseguem tempo para se preocuparem e, se necessário, ajudarem a resolver os nossos problemas, incluindo na saúde.

Não esqueçam, são nossos amigos também, aqueles que se preocupam com o distanciamento social e com o cumprimento das regras básicas para a não contaminação de qualquer doença. Esses também nos agradecem que tenhamos a mesma atitude responsável.

Ser agradecido é uma atitude naturalmente educada. Mas isso não está a acontecer com determinadas pessoas em alguns países infetados pelo COVI-19. Não agradecerem aos profissionais da saúde, o trabalho arriscado que têm feito para salvar vidas Humanas nem a outros profissionais, como os trabalhadores dos supermercados que lidam com muito contacto público. Querem proibi-los de continuar a morar nas suas próprias casas porque os podem contaminar.

À noite cantam a agradecer o trabalho dessas pessoas e depois fazem petições para não os terem como vizinhos. São pobres de espírito e mal-agradecidos. Enfim, temos que considerar também a existência de pessoas anormais, demasiado obcecadas pelo seu egoísmo paranoico. Serão problemas de saúde mental?

Agora vamos abordar outra questão não menos importante:

– Como selecionar o que é realmente importante e eliminar das nossas vidas o que não interessa. Vamos organizar uma lista onde conste o que o que nos agrada mais fazer e quais as tarefas onde conseguimos dispor de algum tempo extra. Sempre dando prioridade ao que consideramos mais importante;

– Definir as metas que pretendemos atingir. Selecionar qual a meta para a vida. Não podemos esquecer de acompanhar a evolução do caminho para as atingir devido às correções por vezes necessárias;

– Conhecer-se a si mesmo verdadeiramente. Identificar a situação em que cada pessoa se encontra e preparar uma metodologia planificada para o futuro desejado.

Para melhor nos organizarmos devemos responder a estas perguntas:

1º O que acha mais importante na sua vida?

2º O que deseja conquistar para o seu futuro profissional?

3º O seu emprego é muito importante para si? Porque trabalha lá?

4º Tem tempo disponível para outras atividades que lhe agradem?

5º O que gostaria de realizar para que a sua família se recordasse de si futuramente?

6º O que acha que está a fazer ou fez de importante neste mundo?

7º Como pretenderia que fosse o seu futuro?

Depois disto, certamente vão ter muito que fazer e em que pensar.

 

Mais
editoriais

Junte-se a nós todas as semanas