Compre já a nova edição do livro MINHO CONNECTION

“O Sabino” e Melgaço na genuinidade da sua gente

dsc_2110

Augusto “Sabino” é uma das figura incontornáveis quando queremos conhecer “a fundo” a verdadeira essência turística e hospitaleira do concelho raiano. Provador de vinho “à moda antiga” – não é da sua índole cuspir o vinho que mete à boca, excepto se não prestar – homem da restauração de herança famíliar, o conhecido “Sabino” não deixa por mãos alheias e inexperientes a missão de elevar Melgaço aos píncaros.

Augusto Castro é Pai Natal, guia turístico, cartaz da Queima das Fitas e ainda aceita mais sugestões

Manuel Augusto Castro, de 48 anos, natural de Melgaço, é uma das figura incontornáveis quando queremos conhecer “a fundo” a verdadeira essência turística e hospitaleira do concelho raiano. Provador de vinho “à moda antiga” – não é da sua índole cuspir o vinho que mete à boca, excepto se não prestar – homem da restauração de herança famíliar, o conhecido “Sabino” não deixa por mãos alheias e inexperientes a missão de elevar Melgaço aos píncaros.
É no seu restaurante, que divulga como “Amigos do Sabino”, que recebe a sua clientela e que, fazendo jus ao nome da casa, pretende fiquem amigos do proprietário. Mas aquela que começou a destacar-se como Adega Regional Sabino, há cerca de 23 anos, nem sempre foi assim. Começou por apresentar-se como taberna e casa de petiscos e só por força das solicitações do amigos – “oh Sabino, não arranjas aí um bacalhauzinho à malta? – é que Augusto Castro repensou a estratégia e alargou o leque de oferta.
E de onde vem o emblemático apelido, que já se sobrepõe ao discreto nome de Manuel Augusto Castro no trato entre pares? “Sabino foi o primeiro homem que casou com uma tia da mãe, que eu chamava de avó. Ela ficou sempre Maria do Sabino e até eu na escola sempre fui o Augusto Sabino. Quando abri o estabelecimento foi logo o nome que ficou”, conta.

Mas a acção de Augusto “Sabino” vai para além da campanha ao seu estabelecimento, pois muito do seu tempo é passado a vestir outras camisolas/causas, como a do Alvarinho, ou a farda de Pai Natal, quando a quadra pede animação nas ruas para dinamizar o centro histórico e comercial da vila.
E se como Pai Natal já é referência, deu algum brado uns folhetos de uma festa da queima das fitas em que Augusto Castro, numa patusca imagem em que aparece com um “melão” como se diz que ficam os adeptos das equipas que ficam em segundo lugar (desculpem, adeptos do FCP), mas que deu de facto visibilidade ao Alvarinho, a Melgaço e à figura que sente Melgaço como poucos.
“Melgaço pode ter orgulho na gente que tem, porque os melgacenses podem estar a falar com uma pessoa um quarto de hora e, se for preciso, já lhe dão de comer e dormida na sua própria casa”, assegura Augusto.
Não raras vezes, assume-se como guia de todo aquele centro urbano e histórico que tão bem conhece. Invariavelmente, a rota começa pelo Solar do Alvarinho, para que as almas não fiquem secas no périplo, e acaba no topo da Torre de Menagem (se o curioso aguentar) ou numa adega de produção de Alvarinho, se as mesmas almas forem de boa absorção.
A entrevista decorre no cenário do Solar do Alvarinho, onde Augusto Castro assume começarem muitas das suas boas amizades. Esta oportunidade não foi excepção à regra, onde acabaria por brindar com Bruno Saraiva, residente em Viana do Castelo, visitante de Melgaço pela estância termal. E, mais uma vez, foi momento para celebrar às novas amizades. Augusto Castro desceu ao bar e pediu que abrissem uma garrafa de espumante. Não esperava o visitante, colaborador da Rolls-Royce, que uma simples visita à sala de provas derivasse em tertúlia sobre vinhos, carros, a vida. O ponto de partida foi o Solar, edifício que já foi Câmara Municipal, cadeia e tribunal e é hoje um espaço acolhedor e de deleite com o néctar que querem ver promovido e realçado.

Nada em Melgaço é “uma coisa qualquer”. “Quando digo às pessoas que temos um Centro de Estágios e levo as pessoas a ver, sei que elas pensam que é só um sitio, com umas coisas. O nosso Centro de Estágios que não é uma coisa qualquer. As pessoas dão a volta pela zona do estádio, passam junto à Escola Superior, passam no lago que é piscina para milhares de pessoas não Verão, passam na Pousada de Juventude e seguem para o Hotel Monte Prado e ficam impressionadas com a qualidade de tudo isto”.
Inevitavelmente, recorda uma das figuras do concelho que assume ter sido protagonista das grandes mudanças. “Tivemos uma pessoa que nos fez crescer. O Rui Solheiro [ex-presidente] fez muito, e continua a fazer. Em trinta anos a imagem de Melgaço mudou muito e trouxe mais turistas”.
Seja “o Sabino no tractor”, “o Sabino guia”, ou “o Sabino Pai Natal”, todas as missões são pro bono em prol do território que o viu nascer porque “o concelho merece”. “Faço aquilo que sei, não me custa nada, trabalho a custo zero. Quero é divulgar Melgaço. Diz-se que Melgaço não tem gente, mas as pessoas apostam e a verdade é que temos o queijo de cabra, o fumeiro, e podemos ter muito mais”. 
Augusto Castro assegura-nos que, por todo o concelho, de Castro Laboreiro a Cristóval, existe mais de meio milhão de camas onde o turista pode pernoitar. “Ninguém fica na rua”.
No seu restaurante, aborda sempre os clientes, porque não quer ser daqueles que pousa a travessa na mesa e espera até ao momento de fazer a conta. “Os meus clientes são como familiares. Pergunto sempre se o cabrito ou o bacalhau está bom, de onde as pessoas vem, como vieram ter ao Sabino, se estão a gostar de estar cá…”. E jura que já recebeu “família” de Norte a Sul. Perante toda esta montra de bem receber melgacense, talvez seja pertinente perguntar ao leitor: Quando é que vem a casa?

PUB
PUB
  Partilhar este artigo
  Partilhar este artigo
PUB
PUB

Junte-se a nós todas as semanas