Editorial

O SENHOR COSTA QUE SE SEGUE?
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José Andrade

Dizem que estas eleições autárquicas, em Viana do Castelo, são as eleições mais disputadas de sempre. Como São Tomé, só vendo os resultados da ida às urnas do próximo domingo, acredito, ou dito de outra forma, ‘ver para crer’, que ‘sondagens’ feitas por ‘olheiros’, nem no futebol sempre se confirmam.

E eu até nem morro de amores pelo pontapé na bola, apesar de, contrário aos novos ‘profetas’ das seitas animalistas e correlativos, de esquerda e de direita, dizem-se, se não gosto, respeito o gosto dos outros… para que respeitem, apesar de estar do lado da maioria, o meu gosto.

É que a Liberdade diz-me muito, no respeito pela Liberdade de todos, até daqueles tais ‘novos profetas’ que agora a aproveitam para quererem calar os que com eles não concordam. É o abuso da Liberdade que lhes deram, e dão, para, gritando muito, só porque não gostam, quererem calar, quando não silenciar de vez, os outros, transformou a presente Campanha Eleitoral que termina no próximo domingo, num cemitério de ideias, deserto de participação cívica de público, procissão de figurantes horrorosos e obscenos. Um corso carnavalesco não conseguiria tantos e tanta qualidade de participantes grotescos.

Com tanta figuração, ausência de convincente propósito e solidez de argumentos, à semelhança de muitos outros concelhos, Viana do Castelo assistiu ao desfilar bandos de ‘candidatos’ à solta por tudo o que é rua e ruela, beco e caminho. Com mais ‘promessa’ ou menos ‘isco’, esferográfica, boné ou avental em riste, todos deram o possível de tudo, claro, sempre com um beijinho ou um abraço, que essa coisa de ‘distanciamento social’, foi coisa do passado, e máscaras, basta a que naturalmente já usam. Uma promessa aqui, outra ali, todas sempre com várias leituras na conta e em conta futura, por muitas e bondosas ‘intenções’ que os votos prometidos possam fazer crer ser garantia de fé nos beneméritos da promoção.

Não são rosas, como no milagre, mas promessas eleitorais, e como tal, não significa nada mais que isso, daí que o recurso aos papéis que profusamente se esfalfam em distribuir e meter nas caixas do correio, a sucessão de José Maria Costa, transformou Viana do Castelo numa feira de ‘oportunidades’ em saldo.

Com promoções de escoamento de stock, os oito candidatos, putativos herdeiros, a tudo recorrem para satisfazer a clientela de ocasião. E, se um apresenta como credencias o ter feito parte do séquito que bajulava o senhor Costa, manda a verdade do raciocínio equidistante aos voluntariosos ‘mártires’ a concurso, que todos se batem por um lugar à mesa do orçamento camarário.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Democraticamente todos querem, sentem-se com direito, e capazes, de fazer mais e melhor desempenho do que anterior inquilino, o que até nem é coisa para espantar.

O bom povo pede pouco, e enche o olho, quando não o ouvido, com umas quantas palavras ‘solenes’, e um bom lote de folclore. Coisas simples para gente simples, que o Norte fica mesmo a Norte, e o vento que consegue contornar o Monte de Santa Luzia, é um velho conhecido, patusco e comedido.

Perturbar a paz reinante, depois de demolir o velho prédio Coutinho, só mesmo com a promessa de mais uma ponte, já que fazer passar as hélices dos geradores pela ponte de ferro, é culpa dos investidores que apostaram em montar uma fábrica no lado errado da decisão sensata, que ninguém na Câmara viu.

 Mas isso são coisa do passado, e domingo é mais uma oportunidade de decidir, se possível, com os olhos e a esperança, pensa-se, no futuro. Já sem o senhor Costa.

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