Editorial

ONDE ESTÃO AS PALAVRAS?
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Zita Leal

E receita milagrosa para resolver este problema? Qual? Não, não é a pandemia; não, não é a fome que mata milhões em todo o mundo; não, não é a fuga de homens e mulheres que afogam as mágoas nos mares quentes de águas azuis. Esses problemas resolvo bem aninhada no meu sofá.

Infectados pelo país inteiro? Ainda não chegou à minha família…

Olhares famintos de todas as idades a darem-nos cabo do apetite? Isso resolvia-se bem com a proibição dessas notícias às horas das refeições. O Provedor do cliente da Comunicação Social anda um pouco distraído da sua função…

Barquitos à deriva ( que nem parecem seguros) na procura de areias acolhedoras? Mas esta gente não se enxerga??? Quem pensam ser para querer invadir e ocupar os paraísos turísticos? Resolvia-se bem o problema se os donos desses paraísos colocassem barreiras a uma distância suficiente das praias, como se faz por exemplo para afastar os tubarões, não é?

Problema, problema é aquele que me tira o sono: como é que hei-de escrever frases coloridas, motivadoras de sorrisos, que tornem felizes os leitores ( que afinal a escrita serve também para isso )?

Tento viajar no tempo, aquele de amores juvenis em que as palavras nasciam de geração espontânea ( bastava olhar  à nossa roda ) e as palavras não estão lá… Compreendo agora o problema que Eugénio de Andrade teve com elas, mas esse era Poeta e ultrapassava as dificuldades linguísticas… Eu sou uma espécie de valha-me Deus armada em cronista de trazer por casa.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Por favor, alguém pode ajudar-me a encontrar palavras belas e inocentes?

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