Jorge VER de Melo
Consultor de Comunicação
Quando assinamos um contrato com qualquer operadora de telecomunicações, convencemo-nos de que estamos a garantir um serviço sério com gente de palavra. Seria implícito calcular uma assistência rápida e eficiente no momento de qualquer falha do sistema de fornecimento na mercadoria comprada pelo utilizador, “telecomunicações.”
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Caso essa brevidade não fosse possível, imediatamente seria creditada a compensação referente aos prejuízos causados por tal situação. Tratando-se de uma mercadoria encomendada que não chegou a ser entregue, honesta e logicamente, não existe qualquer justificação para ser paga.
Mas com as nossas operadoras de telecomunicações não existe: nem lógica, nem fornecimento, nem faturação lineares.
Elas faturam ao cliente comprador do fornecimento das telecomunicações a chamada, vulgarmente muito demorada, que somos obrigados a fazer para lhes comunicar a falha do funcionamento, por avaria no sistema, na entrega da mercadoria (comunicação). Evidente (falta de cumprimento do contrato).
E porque acontecem estes problemas? Simplesmente porque escrevem umas letrinhas no contrato, disfarçadas da melhor forma, para que o cliente se deixe engodar pelas ofertas e depois fique preso a uma simples malabarice mais parecida com a venda da “banha da cobra” do que com um negocio altamente importante para o progresso económico do pais.
Mas mais grave ainda é o facto de se aproveitarem de uma Lei certamente inacabada, defendida pela própria fiscalização, autorizando o aumento das verbas estabelecidas no contrato firmado com o cliente por dois anos. Esse aumento surge como alteração e é legalizado pelo simples facto do cliente não ver outras letras colocadas à sorrelfa onde informam que a partir de determinada data o valor é aumentado um ou dois euros.
Será normal que empresas tão lucrativas se sujem por um ou dois euros?
Ou aqui, os mais poderosos fazem o que querem?
Se existisse lisura, as empresas de telecomunicações seriam obrigadas a cumprir qualquer contrato sem subterfúgios.
Ele é assinado por dois anos mas não defende em nada o cliente. Apenas estabelece posição de garantia para o fornecedor que por sua vez faz o que lhe dá na “telha” sem respeitar o simples contrato que legalizou. Pensávamos nós, honestos clientes, que o escrito e assinado é para cumprir.
Claramente, estas situações não beneficiam ninguém, nem os clientes, nem o bom nome das empresas.
Agora compreendemos por que razão elas mudam de marca (logótipo) tão assiduamente.
Mas o que mais nos espanta é a passividade dos responsáveis governamentais. Sabem certamente de tudo que tem acontecido, até porque os problemas estão demasiado descarados para poderem ser ignorados por quem regulariza e controla eticamente estes casos.
Pergunta-se agora:
Porque razão, uma empresa idónea, pode falhar aos seus contratos e o cliente tem que os aceitar? Será que temos de viver em permanente sobressalto a verificar se naquela fatura fomos ludibriados com a tal legalidade “arranjada”?
Será que estamos na república das empresas de comunicação?
Não é isso!…
Alguém certamente adormecido, confortavelmente instalado no seu pedestal, não se apercebe dos acontecimentos. Ou então, quem deveria fiscalizar estas situações, reformou-se e não foi substituído para o Governo poder poupar mais uns cobres.
Onde ficam os direitos do cidadão?
Quem o defende de casos como estes e outros bem mais graves?
Afinal quem é que governa o país?
São as grandes empresas ou o Governo?
Onde pára o respeito pelo cidadão acima de todos os interesses?