Editorial

OS ESCRAVOS DO SÉCULO XXI
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Jorge VER de Melo

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Jorge VER de Melo

Consultor de Comunicação

Todos já ouvimos falar da existência de escravos por variadíssimas razões e em diversas épocas desde as mais recônditas origens do Ser Humano, mas no séc. XXI é ligeiramente mais difícil de entender.

A escravidão surge quando, socialmente, um Ser Humano assume direitos de propriedade sobre o outro de forma imposta pela força, (da justiça ou outra).

Nos dias de hoje, embora ainda exista a velha escravidão em muitos locais do globo, esta situação acontece regularmente no mundo civilizado quando: um povo, um país ou qualquer indivíduo se satura de dívidas. É um exagero tão descontrolado que precipita os devedores a torturas sem limites semelhantes à antiga escravidão.

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Como sabem, esta situação vai-se agravando de tal forma que chega a conduzir os protagonistas: ao trabalho exagerado, à perca da habitação, à fome, à loucura e até ao suicídio.

Para percebermos melhor, a etimologia da palavra escravo vem do latim, ”SLAVUS”, ”eslavo”, pessoa que é propriedade de outra incluindo a descendência.

Toda esta conversa surge a propósito da época que atravessamos, o Natal, festa da família, da generosidade e da distribuição de ofertas, (prendas de Natal).

A época natalícia desperta na população a mania das compras, um sentimento que o afeta particularmente.  Acontece que cerca de 6% são atingidos durante todo o ano por esta patologia.

As compras compulsivas, quando tomadas pelo exagero, podem transformar-se em perturbação psicológica, chama-se assim oniomania. Quando nos apercebermos que a situação excede a normalidade devemos procurar um especialista.

Sintomas:

– Comportar-se repetidamente com vontade de comprar;

– Sentir que não consegue resistir a esse impulso;

– Involuntariamente está a comprar mesmo sem necessitar.

Os indivíduos do sexo feminino são os mais afetados, cerca de 92%.

O que pode provocar a oniomania:

– Problemas hereditários como já existentes em familiares ou mesmo de ordem genética;

– Doenças psiquiátricas que possam envolver: depressão, doença bipolar ou ansiedade;

– Dependências como a anorexia e a bulimia;

– Outras como a falta de controlo dos impulsos e perturbações da personalidade.

Não esqueçam que ao surgir um acumular de dívidas sem explicação plausível, deve imediatamente ser tomado como alerta passível de consulta especializada. Se não existir esse cuidado, pode avolumar-se exponencialmente, sem controlo, transformando-se em faturações incomportáveis.

Depois aparecem as depressões provocadas pelo incumprimento repetitivo, a perca de capacidade para a produtividade e para a sustentabilidade, seguindo-se o recurso às drogas e ao declínio humano da irresponsabilidade.

Isto acontece muito mais do que algumas pessoas possam pensar, até porque não existe, que tenhamos conhecimento,  uma disciplina rigorosa nem Leis que definam quais os limites deste mercado selvagem onde apenas contam os lucros das Empresas e os impostos cobrados pelos Governos.

As pessoas têm que aprender desde muito jovens a preparar-se para adquirirem apenas aquilo que entendam poder pagar sem afetar a sua subsistência.

Muitas vezes ouvimos dizer com alguma justificação:

”Eu também tenho direito a isto porque trabalho muito”.

Até certo ponto pode ser verdade, mas neste contexto em que vivemos não podemos basear-nos nessa afirmação, quando não, ficamos sem capacidade de sustentabilidade para nós e para a própria família que não tem culpa das nossas loucuras.

Será que as Entidades Bancárias e os Governos ainda não se aperceberam disso?

O problema é que depois quem vai pagar as falências dos Bancos e dos Governos é o Zé Povinho!…

 

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