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Damião Cunha Velho

Professor

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É triste, muito triste aliás, constatarmos que morrem milhões de crianças e adultos por ano, de fome, em pleno século XXI.ww
O mundo, através das redes sociais, invadiu as nossas casas.
À distância de um clique podemos ver o paraíso e o inferno.
E, não é por nos mostrarem insistentemente o paraíso que o inferno deixa de existir.
As Seychelles não ficam assim tão longe da Etiópia ou da Serra Leoa.
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Sabemos que o mundo está pejado de interesses obscuros, de líderes despotistas, de egoísmos nacionalistas, de “governantes” não eleitos, de Putins, de Zuckerbergs e outros.
Mas, não quero falar da responsabilidade dos “enormes” mas sim da responsabilidade de cada um de nós, anónimos. Porque sem o indivíduo não existe o colectivo e sem o colectivo não existem pessoas com um poder desmesurado como as que citei.
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Quem passa fome vive o inferno na Terra.
Esta pandemia envergonhada e sem direitos devia tirar o sono a todos. Desde o cidadão comum aos grandes líderes mundiais.
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Depois de tantos esforços, depois de inúmeras campanhas de solidariedade, todas as estratégias para acabar com este flagelo parecem inviáveis.
Desistir não é opção.
Encontrar alternativas sim.
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O pensamento de Fitzgerald é o caminho: “Devemos ter a capacidade de ver que há coisas inviáveis e assim mesmo decidir executá-las de outro modo”.
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Esse outro modo passa pela indignação, pela insónia, pela luta e empenho na justiça e na paz.
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Morrer de fome não é apenas uma injustiça.
É uma crueldade intolerável num mundo de contrastes e exageros.
Num mundo em que se deita fora fruta por não ter um certo calibre enquanto outros só em sonhos a têm. Num mundo onde alguns recusam vacinas enquanto outros choram por elas. Num mundo em que alguns ganham em minutos o que a maioria não ganha em toda a vida.
Num mundo, afinal, avariado.
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Não pode existir paz mundial ou paz no nosso interior enquanto uma criança definha com a fome.
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Lutar é o caminho.
Humanizar e responsabilizar os líderes mundiais a consequência dessa luta.
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Acabar com a fome, a vitória!