Editorial

PARA LÁ DE PORTO MOSQUITO
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Nadir Faria

Nadir Faria

Cooperante

A primeira vez que ouvi falar de Porto Mosquito foi através de uma prima – que me contou que tinha feito uma grande caminhada na companhia de um biólogo para observação de aves. 

Na altura fiquei positivamente invejosa das imagens que me mostrou e coloquei na minha lista de a fazer o mesmo percurso! Ainda não fiz. Quase! O quase é uma espécie de percurso paralelo através de mar. E o quase é muito para lá de bom!

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Após um friozinho na barriga sobre imaginar-me a embarcar num bote de pescador, numa praia sem porto, com o mar agitado quanto baste, foi hora de ajudar a colocar o bote na água. Ajudar é forma de dizer – acho que com a força que eu apliquei o bote não se mexeu nem um centímetro! Mas apliquei todo o meu empenho!

Entretanto, deram-me orientação para embarcar e sobre o sítio a ocupar. Sentei-me muito direitinha – que com o mar não se brinca! Coloquei o colete. Não achei que fosse necessário mas fez parte das orientações e eu estava lá para as cumprir.

Fomos navegando ao longo da costa e o mar foi alternando de azul-escuro para azul-turquesa e vice-versa. A cabeça ia girando à procura de peixes, mamíferos ou aves. A primeira que avistei foi um rabo de junco [1] – bonita e muito elegante! Mantendo a minha posição de segurança, por dentro usei expressões de criança e acho que dei uns saltinhos! Mais à frente, avistaram-se alcatrazes [2] – disseram-me que iam para a Baía do Inferno. Maiores saltinhos e expressões de júbilo se soltaram quando chegámos lá. De uma enorme parede rochosa onde nada parecia existir, estimulados por uma espécie de assobios dos pescadores, saíram milhares de alcatrazes que, rapidamente, pintalgaram o céu que até lá estava só de azul e branco!

Mas havia mais saltinhos e expressões de júbilo para soltar. Ao largo da Praia Papaia, ancorámos o bote para fazer snorkeling. Mais um friozinho na barriga porque foi a minha segunda experiência e eu já sei que dentro de água me esqueço de respirar e tenho de vir à superfície quando já não aguento a apneia. Com todo o equipamento pronto e mais orientações entrei na água! E quão inimaginável é, de repente, conseguirmos ver imagens que nos lembram documentários? Não vou enumerar nenhum dos peixes que vimos porque, na verdade, não me foquei muito a identificá-los! O foco estava em tentar respirar e evitar as saídas à superfície. Lembro-me da diversidade de cores, formas e tamanhos! E gravada ficou também a enseada de coral de fogo [3] que observámos. Tudo a contribuir para uma memória que será difícil de se perder! 

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