Marcelo tirou da cartola um Coelho chamado Passos.
Todos já nos demos conta de que Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa são compagnons de route.
Não se esperava outra coisa de um Presidente da República e de um primeiro-ministro quando a route é Portugal.
Acontece que compete ao Presidente da República fiscalizar o governo, ou seja, António Costa e a sua governação.
E Marcelo tem dois problemas nessa missão.
O primeiro é tentar agradar a todos, com selfies, beijinhos e afetos.
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O segundo é comentar tudo e mais alguma coisa.
Os dois juntos podem ser o sintoma de uma debilidade emocional, chamada “Défice de Atenção com Hiperatividade”.
Para quem está sempre a precisar de atenção, vale tudo. Sendo inteligente como é Marcelo, a ânsia de ser o centro do mundo fá-lo tropeçar constantemente na sua própria inteligência.
O mais recente e inaceitável tropeção foi quando disse que 400 vítimas de abuso sexual, dentro da Igreja Católica, não era muito, quando uma só que fosse era mais do que muito.
Aqui o compagnant Costa deu-lhe uma muleta e segurou Marcelo tal como Marcelo já segurou Costa e seus ministros em outras ocasiões. Por exemplo, quando Pedro Nuno Santos anunciou a construção de dois aeroportos da noite para o dia.
O “ninguém se demite” ou o “ninguém é demitido” está assegurado pela “amistosa colaboração” entre Marcelo e Costa.
Marcelo conseguiu conquistar os afetos da esquerda socialista mas nunca os da direita democrática. Sobretudo do PSD que contava com Marcelo para fazer oposição a Costa, e com isso trilhar caminho para chegar ao poder.
Agora, essa esquerda maioritária enjoou dos afetos de Marcelo e Marcelo em desespero tentou colar-se a Passos Coelho para, com isso, reconquistar a direita de onde ele próprio era originário. Recordo que ele próprio já foi presidente do PSD.
Mais um tropeção.
Marcelo veio tarde e a más horas. Essa direita já não o pode ver nem pintado, e pegar no seu maior trunfo, que é Passos Coelho, para o usar para salvar a sua insuportável solidão ainda pôs a direita passista a odiar mais Marcelo.
Marcelo está a ficar só. Não é uma coisa de somenos. É que alguém que precisa de tanta atenção e a toda a hora, pode, em aflição, tropeçar mais vezes e em situações mais graves.
Neste momento, Marcelo só tem Costa e enquanto houver Costa há Marcelo e enquanto houver Marcelo há Costa.
E se um dia houver novamente Passos, Marcelo ficará na história dos esquecidos!