Maria José Neto, a única mulher que se conhece que também vai ao mar, presidente dos Armadores de Pesca de Castelo do Neiva, está preocupada pelas condições com que trabalham em terra. Isto porque no portinho local onde se juntam os pescadores e ajudantes das 26 embarcações, a luz é praticamente inexistente. Numa terra onde muitos dos seus filhos sucumbiram à força incontrolável do mar revolto.
Fotos: Joca fotógrafos
Vão para o mar por volta da 1.30/2.00 horas e, no inverno, começam a regressar ainda de noite, seguindo-se mais algumas horas para tirar o peixe e apetrechos de pesca. No entanto, os trabalhos preparativos antes de ‘rasgarem’ as ondas, começam algumas horas atrás e além de 2 ou 3 candeeiros públicos «com luz insuficiente», a dirigente associativa reconhece que é com a luz que sai do interior do restaurante Portinho da Pedra Alta que «nos permite ver melhor», num claro apelo à EDP.
PUBAo contrário do que muita gente pensa, a prevenção começa em terra aquando dos preparativos para a faina. «Muita da segurança que procuramos começa em terra aquando do acondicionamento dos apetrechos antes de irmos para o mar», reconhece insatisfeito e indignado um dos pescadores para quem «ninguém, principalmente os nossos governantes, sejam daqui ou de Lisboa, reconhece o nosso trabalho, os riscos que corremos». E conclui: «deviam ter mais respeito por nós, não é só nas eleições em que nos dão palmadinhas nas costas a prometer mundos e fundos».
Todos os dias são iguais, difíceis, sem saberem o destino que os aguarda no dia seguinte.
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