Plataforma Padre Himalaya só avança com fundos comunitários

A anunciada Plataforma Padre Himalaya está a dar ainda os primeiros passos, mas promete, caso avance, mudar a “face” de dois edifícios, introduzindo ainda diversos espaços de interligação.

O projeto de arquitetura e especialidades, apresentado antes de o mesmo ser candidatado a fundos comunitários, abrange a remodelação do Cineteatro Alameda e do antigo liceu para serem convertidos no futuro Centro para a Ecocidadania e numa Oficina da Criatividade, respetivamente.

O espaço referente à antiga escola secundária (R. Dr. Félix Alves Pereira), aproveitando as valências que já existem (aí funciona, por exemplo, o Conservatório de Música e Dança), estará vocacionado à experimentação (tecnologia solar), ao conhecimento e à divulgação da ciência. Funcionará como uma espécie de oficina, com base na vida e na obra do visionário de Cendufe.

O segundo imóvel (Cineteatro Alameda), que terá uma função de complementaridade, vai, caso o projeto se concretize, albergar o anunciado Centro para a Ecocidadania, aliando a anterior funcionalidade de organização de eventos à versatilidade e capacidade de “remoção” técnica dos lugares sentados para rentabilização do espaço.

Com a finalidade de perpetuar a memória inspiradora do padre Himalaya, vão ser feitas interligações com outros espaços/elementos (jardins, Casa da Costa, Fonte Santa, escultura de Eduardo Tavares e estátua inaugurada em 2013), além de parcerias, nomeadamente com o estudioso Jacinto Rodrigues, o grande pilar e base de reflexão do projeto.

De resto, no âmbito da referida Plataforma, e em colaboração com várias equipas, nomeadamente uma parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, está em desenvolvimento um Plano Verde, comportando o desenvolvimento de várias iniciativas.

Os projetos envolvem um espaço dedicado à botânica nos jardins fronteiros a Salzedas; outro afeto à hidroterapia na zona das Ínsuas; e um terceiro espaço relativo às energias renováveis, entre a Ponte Centenária e a Ponte Nova, incluindo a recuperação do parque infantil.

Antigo Liceu

Cineteatro Alameda

Fonte Santa

Estas ações estarão interligadas com o ecomuseu e com a ecovia (a sul), indo desembocar na Água Santa (Padreiro) e daqui serão construídos acessos à Casa do padre Himalaya e ao Cemitério de Cendufe, onde estão depositados os restos mortais do sábio arcuense.

Mas só em caso de financiamento é que será possível requalificar, adaptar e integrar os vários espaços/ações. “Temos o projeto em fase final de conclusão e vamos aos famosos fundos comunitários”, assegura o edil João Manuel Esteves, que pretende aliar esta intervenção à de Sistelo (que iniciou recentemente o processo de classificação como Paisagem Cultural) como “ações prioritárias em termos de estratégia de turismo para o Norte Natural.”

Apesar de o padre Himalaya ser uma figura incontornável de Arcos de Valdevez, a vereação do PS, tendo em conta a “exiguidade de recursos”, exortou o Executivo a fazer “muitos estudos prévios para certificar a exequibilidade e a rentabilidade do projeto”, avisam Fernando Cabodeira e José Albano Domingues.

Já o CDS-PP, a favor da proposta do Executivo, sem embargo de colocar algumas objeções, aprova a reabilitação do Cineteatro Alameda, se esta for para “corrigir as anteriores intervenções horrorosas que sacrificaram o imóvel”, diz Fernando Fonseca.

Mas a remodelação/valorização dos referidos imóveis (custo orçado em 3 milhões de euros) e os restantes projetos associados poderão, acreditam os promotores, ter cabimento no novo quadro comunitário de apoio e, por isso, a iniciativa está integrada – prioritariamente – na área do ambiente.

De referir que o padre Himalaya foi pioneiro em áreas como as energias renováveis, a ecocidadania, a ciência aplicada, a botânica e a gastronomia. Não por acaso, o sábio de Arcos de Valdevez integra o plano curricular de vários cursos ligados ao Ambiente e à Ecocidadania em reputadas universidades norte-americanas e canadianas.

Ínsua

Jacinto Rodrigues é mentor da Plataforma Padre Himalaya