Editorial

Pobreza envergonhada em alguns professores
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Jorge VER de Melo

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É verdade, existem professores que depois de estudarem muitos anos, se sujeitam a separações da família, pagar dois alugueres de casa ou fazerem longas viagens para trabalhar.

Continuam a suspender-lhes o direito que têm à contagem do tempo de serviço e respetivas regalias que constam do contrato de trabalho existente entre eles e o Estado Português.

Com estas condições de há muitos anos, pelo menos desde 2007, os professores têm uma vida de escravatura sem remuneração equivalente, nem reforma compatível!

Com este modo de vida, essas pessoas são dependentes dos pais ou restantes familiares porque a entidade patronal se recusa a cumprir o que lhes ofereceu quando as admitiu.

Segundo as Leis do trabalho, o Estado Português está em incumprimento o que é um péssimo exemplo para as restantes entidades patronais.

Se bem se lembram tudo isto foi justificado quando o Governo de Sócrates faliu por esbanjamento criminoso dos dinheiros públicos.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Nessa altura, depois da falência económica, foi pedido encarecidamente que todos contribuíssem, sem oposição, para a recuperação económica do país.

Todos fomos obrigados a colaborar pacientemente, mas com o compromisso da respetiva compensação logo que fosse encontrado o reequilíbrio económico.

O tal ex primeiro ministro, por coincidência, é do mesmo partido do presente que se recusa a cumprir os compromissos, alegando falta de verbas…

Então que raio de Democracia é esta onde para uns, o Governo até esbanja dinheiro  aos milhões e para outros, não paga o que deve nem cumpre o que outro Governo assinou?

Isto que está a acontecer, é péssimo para todos os políticos.

Os cidadãos devem ponderar um pouco e vão certamente concluir que se algum membro do Governo procede assim com tantos milhares de pessoas, certamente também o fará com eles.

Se é que já não o fez!

Tal atitude só pode acontecer com quem não tem qualquer perspetiva para os futuros cidadãos deste país.

Ora se os responsáveis pela preparação desses cidadãos são os professores, vamos tratar mal quem nos merece o maior respeito e quem tem tanta responsabilidade sobre eles?

Há aqui qualquer coisa que não está a bater certa!…

Das duas uma:

Ou estes políticos foram estudantes apenas de forma politicamente correta ou não percebem nada do que está a acontecer.

Há uma terceira hipótese, serem esquecidos

Aconselho os nossos leitores a perguntar a um professor o que é que ele é obrigado a fazer para ganhar a vida:

– Num dia de trabalho;

– Numa semana de trabalho;

– Numa mês de trabalho;

– Na conclusão de um período de lecionação, ou;

– Numa conclusão do ano letivo.

É inacreditável a quantidade de picuinhas fora da área letiva que o professor tem de cumprir para além das viagens, da preparação das aulas, das avaliações diárias, dos trabalhos, dos testes, dos exames e das avaliações finais.

Por isso podemos afirmar que muitos professores em horas de trabalho, ganham menos   do que qualquer assalariado com menos habilitações.

Anda por aí muita pobreza envergonhada.

Quem é o culpado disto tudo? Já foi feita justiça?

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