Meus Amigos, saibamos lutar em defesa do bem mais precioso conseguido pelo homem civilizado: A LIBERDADE!
Mondas da liberdade
Hoje é franco e liberto o verso do poeta
Do vil grilhão, obscuro, da censura
Mas é de relembrar que essa amargura
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Não vê da causa fim, por ser provecta.
Inda bem perto estão tempos aqueles
Em que, hesitante, a pena se mostrava
Porque a denuncia então periclitava
Entre a justa expressão e o talho reles.
Folguemos no ditério à podridão
Já que a democracia isso consente;
PUBQue não caiba ao poeta a omissão!
Mas que se esteja alerta, firmemente
Contra a possível torna de um foução
Que venha pra mondar o que é excedente.
Madrugadas de Inverno em Portugal
Na lusitana costa debruada a brumas
Gaivotas voam baixo, amedrontadas
Porque aqui são assim as alvoradas;
Bravuras deste mar desfeito em espumas.
Rugem ventos do norte plas arribas
Das falésias da Roca à Póvoa de Varzim
E os frágeis pesqueiros encostam varandim
Nos portos que os abrigam de tais brigas.
Revoltas as areias nas dunas são sustidas
E os cacilheiros no Tejo bailam como nozes
Mas na Ribeira não se calam as vozes
Dos pregões do pescado na voz das raparigas.
Quadras na Noite
( À memória de Eugénio de Andrade )
Num pedestal não ponhas teu ofício
que as noites são geladas, e no cio
os cordeiros são lobos perante o vício
e a tormenta é perigosa até no rio.
Mas se foges do amor, vê o que fazes
pois raras são as flores que no Outono
te podem colorir, como os lilases
e se os deixares morrer, perdes o sono.
Se é incerto o critério da razão
e há chãos plurais que levam à virtude
deixa ouvir o que diz teu coração
e estende a mão a outra que te ajude.
Noite impiedosa, tu que me roubaste
os restos de coerência qu’ índa tinha
fazes de mim o pária que investaste;
um ébrio que nem vê onde caminha.
No silêncio da noite
É no silêncio da noite que a gente
Sente mais forte bater o coração
Torna-se, então, latente a nostalgia
Num’alma triste, carente de afeição
Lembrada de quem disse que nos queria.
É no silêncio da noite que a gente
Sente maior a dor do abandono
Tornada chama que cá dentro queima
Num corpo que não tem mais dono
Plo abandono de quem não o reclama.
É no silêncio da noite que a gente
Solta os gemidos surdos à razão
E o corpo revolta-se, irrequieto, quente;
Aos poucos vai perdendo a exaltação.
É no silêncio da noite que a gente
Então desiste d’alguma empolgação
E adormecemos num sono descontente
Que nos recusa o sonho ao coração.
4 comentários
Eugénio de Sá um dos grandes Poetas / Escritor / Jornalista deste país ,mas infelizmente ignorado por muitos .
Obrigada ao Minho Digital ,por mostrar o valor deste Senhor
Muito agradeço o comentário de Maria Bacelar, que muito me honra e estimula.
BOA NOITE EUGÉNIO! Gostei muito dos seus poemas aqui publicados: MONDAS DA LIBERDADE”, “MADRUGADAS DE INVERNO EM PORTUGAL” E “SILÊNCIO DA NOITE”, acredito que você esteja vivenciando essas madrugadas de inverno aí em Portugal. Aqui no BRASIL vivenciamos a nossa Liberdade esvaindo-se, e no silêncio da noite o avanço das trevas! Temos que orar muito para manter em nós a Luz que afasta as Trevas! Desejo-lhe muita saúde, e Divina Ordem no seu corpo, mente e emoções! NAMASTÊ!
BEIJOS meu Amigo.
Bom Fim de Semana.
MARILZA
MDLUZ
27/01/2023
Parabéns, Eugénio pela maravilhosa interpretação MONDAS DA LIBERDADE”, “MADRUGADAS DE INVERNO EM PORTUGAL” E “SILÊNCIO DA NOITE”,és um poeta que com certeza serás imortalizado!
Meu abraço
Ciducha