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Ponte da Barca: Faleceu o ‘Quim da Boavista’ (1934-2021)

Quim da Boavista

Era uma notícia esperada, para a qual nunca se está preparado. “Faleceu o tio Quim da Boavista”!

Natural de Oleiros, Ponte da Barca, também conhecido pelo Quim Contrilhas! Uma família alargada e muito dedicada à causa do folclore; deram nome e vida à tradição popular. O Joaquim Pereira Gonçalves esteve na fundação do Rancho Folclórico da sua freguesia, a quem tanto se deu, de corpo e alma, anos a fio. Assumiu ainda, a sua presidência, numa altura de grandes dificuladades. Foi âncora e timoneiro, fiel companheiro nos bons, mas também maus momentos na longa vida de tão prestigiante agrupamento folclórico, dos mais antigos do Distrito de Viana do Castelo.

O destaque vai para o seu cantar; voz característica, única. Orgulho e paixão acompanhavam sempre as suas saídas e participações espontâneas; nas festas e romarias, nos encontros de folclore, nas feiras, no campo e nas fainas agrícolas. Espalhador de boa disposição, aplaudido, não escondia as emoções; chorava de alegria!

O tio Quim, assim tratado com carinho, marcou gerações, com o seu jeito amigo e fraterno. Não podia ouvir uma concertina, aquele som estridente de uma Cana Verde! Logo se ponha a jeito para soltar o seu cantar à moda antiga, fruto do improviso, sempre apimentado, com o seu bom humor. Andava por todo o lado, sempre bem acompanhado; homem de carácter e sempre respeitado. Não era perfeito, não possuía o dom da plenitude, aliás como ninguém!

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A sua personalidade e feitio, custou-lhe alguns dissabores, naquele desafio humano, que recai sobre todos nós, com as diferentes consequências. O tempo permite sempre aquela saudável aproximação, numa feliz reconciliação, que devolve a paz e a verdadeira alegria. Na sua vida venceu a temperança e a humidade! O seu legado não se apaga, tão marcante foi a sua entrega à causa do folclore, de uma terra, de uma região, de um país; por onde passou mostrou o seu singular talento e paixão pelo folclore, pela etnografia, pelos usos e costumes!

O tio Quim que nos deixou aos 87 anos de idade, numa viagem sem retorno continuará a viver naqueles que o respeitavam e dele gostavam, tal como era!

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Em boa hora o Rancho das Lavradeiras de Oleiros, lhe prestou a devida homenagem, aquando do lançamento de um novo CD na emblemática quinta do Tempus Hotel. Numa noite de verão, cenário adequado, momento marcadamente feliz. Foi aí que o Quim cantou, provavelmente pela última vez em público. Há registos em vídeo desse encontro, de homenagem e de gratidão, para com esse embaixador das nossas tradições.

As condolências vieram de todos os quadrantes, numa confiante esperança do seu eterno descanso.

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Que assim seja.

 

 

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“O Quim da Boavista, deixa no arquivo do Rancho da nossa terra um valor incalculável a nível de património cultural imaterial, com diversos registos fónicos: discos de vinil, cassetes e a sua participação com uma música no CD em 2015, a convite do Rancho que tanto amava, na homenagem por todo o trabalho desenvolvido”. (Junta de Freguesia de Oleiros)

“A sua forma de cantar, presença, alegria e paixão pelas nossas tradições eram marcantes, contagiantes, brotavam de forma natural, e a sua memória irá perdurar no tempo”! (JF)

 

“Neste momento de dor e constrangimento, a Junta de Freguesia manifesta, à família, as mais sentidas condolências e pesar”. (JF)

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