Editorial

Portuguese Folk dance 2024 em Vila Praia de Âncora

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Vila Praia de Âncora tem mar, tem rio, praia maravilhosa, e pessoas que sabem receber.

Também tem peixe fresco, todos os dias, e pessoas genuínas e orgulhosas das suas tradições.

É só a maior freguesia, e a mais populosa, do concelho de Caminha.

Esta vila com serra, mar, rio e praias, tem tudo, e em bom rigor, tem sobretudo, um grupo de pessoas que insiste em fazer a diferença.

Adultos e jovens, pais e filhos, avós e netos, todos participam e partilham o mesmo gosto, pelas suas tradições.

E muito bem! Estão todos de parabéns! É o grupo de folclore de Vila Praia de Âncora.

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Assisti no passado dia 10 de Agosto, à realização do Portuguese Folk Dance 2024, na praça, onde se encontra a capela de Nossa Senhora da Bonança.

Magnífico desfile de grupos folclóricos.

Vieram da Ucrânia, da Espanha concretamente de Valência e do Senegal.

O grupo de Vila Praia foi o anfitrião, e revelou um enorme espírito de união! Uma forma de acolhimento e de partilha, de excelência!

De repente no palco surge o grupo da Ucrânia, todos jovens, lindos e trajados a rigor.

O som dos violinos e as vozes harmoniosas e seguras, emocionaram muitos ouvintes.

Nós que não entendemos a língua, ao ouvirmos as melodias e aquelas vozes jovens, únicas na sua singularidade.

Recordamos o sofrimento do seu povo, quase um lamento, mas sempre uma afirmação de coragem e dignidade. Muito sóbrio, muito bonito!

Os anfitriões dançaram a seguir, gente muito jovem a dançar o vira de Âncora e a chula, entre outras danças.

Repito, pais e filhos a dançar, numa manifestação única de cor, alegria, braços no ar, vozes e instrumentos afinados. Foi muito bom!

As suas vozes fizeram eco, e fazem a memória, sobre as tradições da zona.

É um grupo que sabe receber e integrar os jovens!

Admirei sobretudo o entusiasmo, o empenho, e o trabalho de todos.

Em meu entender, é a forma perfeita, de transmitir um legado, com respeito, mas também com muita alegria e naturalidade.

De seguida veio o grupo de Valência.

Em Valência encontramos o traje de faller, usado especialmente durante o festival Fallas em março. As mulheres usam saias estampadas com motivos florais, corpetes do mesmo tecido, avental e lenço para os ombros. Além disso, o cabelo é preso em um coque e são colocados vários pentes dourados. Ficam lindíssimas!

Os homens ou falleros têm opções diferentes. Uma delas é usar calção branco e camisa branca, paletó curto, e faixa colorida.

Dançaram todos de forma muito ritmada, usavam sapatos, e tocavam sempre castanholas, ao ritmo da música dançada.

Os pares ficam lindos e majestosos, elas nos seus trajes floridos, e eles sempre muito direitos e delicados.

Depois veio o grupo do Senegal.

Ninguém lhes fica indiferente, nos seus trajes muito coloridos e movimentos rápidos ao som dos instrumentos.

Também apareceram outros com trajes castanhos compridos, monocromáticos.

Mas todos dançaram ao som do

Kora, ou korá, um instrumento de corda, tradicional do Senegal, com caixa de cabaça e pele esticada, braço de madeira, duas pegas e cordas de nylon dedilhadas.

Também usado noutros países africanos.

É uma espécie de “cordofone”, pertencendo simultaneamente a duas famílias harpa e alaúde.

É tocado por “djidius”, termo que significa músicos, nas festas populares, casamentos, batizados  e até funerais.

Foram também acompanhados pelo Djembê, que é um tipo de tambor originário de Guiné na África ocidental. O instrumento é muito antigo e até hoje é importante nas culturas africanas.

Como se pode calcular foi um espectáculo de cor, música e muita alegria.

Quatro tipos de música e dança diferentes.

Sons únicos e vozes harmoniosas, mas sempre seguras na sua diversidade e tradição.

Nas danças foi muito interessante a diferença, e a naturalidade na interpretação dessas músicas e cantares.

Dos movimentos amplos, a saltos e cambalhotas do grupo senegalês, aos movimentos sincronizados das danças do grupo valenciano, e do nosso bater dos tamancos ao som do vira e da chula, todos estiveram muito bem.

No fim o grupo anfitrião, convidou todos os dançarinos presentes, para dançarem o vira de Âncora.

Foi um espectáculo memorável, já todos os convidados, sabiam mexer as pernas, e com os braços no ar, devem ter sentido os verdadeiros sons do Alto Minho, ali muito bem representados.

Parabéns à organização e a todos os participantes, foi de facto um belíssimo festival!

 

https://youtu.be/Nfj8DrhnHe0

 

 

 

 

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