Editorial

POUCOS MAS BONS
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Joaquim Letria

Joaquim Letria

Professor Universitário

 

Portugal está a definhar. Não só nos níveis de pobreza mas também no número dos seus habitantes e no rejuvenescimento da sua população.

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Segundo o Instituto Nacional de Estatística, mais de 40 por cento das mulheres em idade fértil não têm filhos e aquelas que pensam ser mães nos próximos três anos formam uma percentagem mais baixa do que aquela que existia em 2013. Estes dados, interessantes de serem do nosso conhecimento e analisados, foram divulgados pelo Inquérito à Fecundidade agora revelado pelo Instituto Nacional de Estatística.

Tendo ainda em consideração que a grande maioria dos portugueses não quer ter mais de dois filhos, podemos ficar a saber que Portugal não recuperará os níveis de natalidade que apresentou há 10 anos. Segundo os demógrafos, a substituição de gerações com 2 ou 3 filhos por mulher não pode ser assegurada a médio prazo, assim como não voltaremos a ter médias de 100 mil nascimentos por ano.

Estes dados agora revelados mostram que 10 por cento dos portugueses não são pais nem querem vir a sê-lo, percentagem que é superior à verificada em 2013.

Os portugueses não têm mais filhos porque não podem ou não querem? A resposta dos estudiosos é porque não querem. Uma descendência numerosa não existe sequer nos desejos da esmagadora maioria da população.  Por outro lado, verifica-se que 45 por cento das mulheres e 56 por cento dos homens tiveram os primeiros filhos mais tarde do que desejavam.

Desde o início da década de 80 que Portugal não assegura a substituição de gerações por ter deixado do ter uma média de 2,1 filhos por mulher. Para tal, pode contribuir o facto das mulheres terem adiado o nascimento do primeiro filho 5 anos, sabendo-se que o seu período fértil é limitado. Há 40 anos que Portugal mantém uma persistente tendência de declínio da fecundidade. O que necessariamente fará com que Portugal venha a definhar na pujança do seu povo. Seremos poucos mas bons…

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