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“Práticas estalinistas” no seio do Partido Socialista em Arcos de Valdevez

germano

Polémica terá criado grande desconforto na última Assembleia Municipal.

Germano José de Abreu Vieira, militante nº 62570, do Partido Socialista, assegura estar a ser alvo de perseguição política dentro do próprio partido em que milita depois de ter “começado a discordar das orientações políticas a nível local, nos locais adequados”.

Vieira, que é filho de José Loureiro Viera, um dos oito fundadores do Partido Socialista nesta terra do Alto Minho e que, depois de ter nascido e crescido dentro da família socialista, e de ter sido membro da lista que concorreu á Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, nas últimas eleições Autárquicas (outubro 2017), vem agora a público denunciar a alegada perseguição de que está a ser alvo pelos seus pares na política, naquilo que diz constituir  “uma prática estalinista” que “demonstra um total complot conta a minha pessoa”.

Em entrevista ao Minho Digital, garante que “depois dos anos 90, quando o Mário Barros Pinto perdeu a Câmara por 400 votos, o partido entrou numa espiral de decadência (…) candidatos com pouca iniciativa, com menos força. Eu apoiei a Dra. Dora Brandão, junto com a sua equipa, mas apercebi-me, já durante a campanha eleitoral, que não estávamos no caminho certo. Foi uma campanha desorganizada, com péssima logística. Sem palavra de ordem, de força, de ataque, contestatária. Uma campanha muito mole”.

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Confessa que foi já naquela altura que começou a “desconfiar” de toda esta trajetória de oposição do partido que agora reconhece: “Comecei a desconfiar que nestes quatro anos não iria ser feita uma verdadeira oposição”, e prossegue afirmando que “a própria Vereadora Brandão, até hoje, e segundo me consta, não tem feito uma oposição decente. Votou contra o Orçamento mas isso não justifica que tenha tido uma oposição firme e digna dos princípios do Partido Socialista”.

O socialista explica que depois de ter começado a contestar estas situações “foi-me retirada a confiança política pelas acusações que tenho vindo a fazer. Eu comecei a escrever em órgãos e redes sociais, e tiraram-me a confiança política. Isto é um contrassenso. Retira-se a confiança política a quem já tem um cargo político, a quem é Vereador ou membro da Assembleia Municipal ou de Freguesia, no meu caso, eu era o segundo suplente da Assembleia Municipal, que com a renúncia do mandato do Pedro Marinho, passei a ser o primeiro suplente. Ist o não faz qualquer sentido”, assegura.

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De igual forma denuncia que nas Assembleia Municipais os membros eleitos do Partido Socialista “à semelhança do que aconteceu na Assembleia de ontem, verificam-se uma série de faltas de membros do partido, e anunciam a falta em pleno dia, no decorrer dos trabalhos, e assim eu não posso ser chamado para fazer a substituição”, garante.  

“Eles estão a fazer o seguinte: ou não comunicam as faltas, que é o caso da Céline Morais (que salvo erro, já vai com cinco faltas) no mesmo dia; ou então, justificam nos cindo dias após a realização da Assembleia. Isto tudo é um complot. Pode ser até administrativamente legal, mas é um complot feito para impedir a minha participação na Assembleia. É uma perseguição política, inadmissível num partido democrático como o Partido Socialista, que em Arcos de Valdevez utiliza práticas -digamos – estalinistas”, enfatiza o militante histórico.

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Vieira explica que na Assembleia Municipal realizada na passada quarta-feira, 30 de janeiro, fez a sua intervenção no período destinado ao público, na qual pediu expressamente ao Presidente da Assembleia “que examine ao pormenor, com rigor, as justificações de faltas que são apresentadas. Eu acho que devia haver um limite de faltas, mesmo que justificadas”.

Deixa bem vincada a sua posição acerca do “complot”  que, alegadamente, está a ser travado pelos seus colegas de bancada afirmado que “a partir da data que eu me comecei a manifestar contra, logo após as eleições autárquicas, começou toda esta perseguição política. Simplesmente por eu me opor as estratégias delineadas pelo partido. Eles por natureza são fracos, não têm espírito para fazer uma oposição feroz” e acrescenta que “a Vereadora é uma pessoa que dá aulas na Epralima, que é uma instituição ligada ao poder, ainda mais hoje, quando a Câmara Municipal de Ponte da Barca também é PSD, e é por isso é uma senhora sem grande margem política para fazer uma oposição digna. Ela não tem a liberdade para o fazer. E depois temos a falta de rasgo político do João Simões”, vinca.

Garante que atualmente o Partido Socialista não tem uma oposição eficaz e assegura que já foi endereçada uma carta ao Presidente da Federação, Miguel Alves, bem como ao Secretário Nacional António Costa (ver pdf em anexo com documento).

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Germano Amorim Vieira alega de igual forma que João Simões, também colega de bancada, num artigo que terá sido publicado no jornal AVV “fez-me uma provocação alegando que esta nova onda do Partido Socialista afastou os mais desalinhados. Quer dizer, afastam a quem não está com o poder. E o PS sempre foi um partido de pluralidade na opinião dos militantes”.

 

Para culminar garante que “tenho dúvidas de que eles – camaradas políticos do PS – queiram que se faça realmente uma oposição forte e feroz”!

O Minho Digital, tentou contactar a Vereadora do Partido Socialista, Dora Brandão, para o direito ao contraditório, mas até ao fecho desta edição não foi possível contacta-la.

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