Englobada na contestação à exploração do Lítio na Serra D´Arga, teve lugar no dia 5 de setembro uma caminhada entre S. João d’Arga e Dem, numa extensão de aproximadamente 8km, na qual se percorreu um trajecto por entre a serra, atravessando riachos, nascentes e um verde persistente – os quais, a verificar-se a exploração mineira a céu aberto, poderão vir a deixar de existir.
O PORTO CANAL fez a reportagem: https://www.youtube.com/watch?v=CeoyCaj5THo e a revista OBSVERVA MAGAZINE (ver anexo ao lado) dedica 2 páginas à Serra D’ Arga.
Composta maioritariamente por gentes de Dem, esta caminhada contou com a participação de muitos outros vizinhos da Serra que se deslocaram de Âncora, Caminha, Viana do Castelo, bem como dos municípios galegos vizinhos e municípios mais afastados, numa demonstração de solidariedade e união entre quem rejeita e se sente ameaçado pela vontade de certas entidades em destruir todo um ecossistema no qual gente vive, nomeadamente dependente da água que aí brota. Caso avance, a cratera que ficará para as gerações futuras, cravada na Serra d’Arga, será como tudo faz prever uma maldição para o Minho e as suas gentes.
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Durante o percurso foi atravessado um estradão recente de 6 metros de largo, a que alguns apontam como o potencial acesso desta “invasão” – sendo que a versão oficiosa é de que se trata de um corta-fogos (curiosamente, deflagra no momento de redacção deste texto, um grande incêndio entre Dem e as Argas). https://youtu.be/7RFZwO2RPnQ
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Foram cerca de cinquenta vizinhos e mais teriam vindo, não fosse dia de final do concurso das 7 Maravilhas na qual a Romaria de S. João d’Arga era finalista e da qual saiu vencedora, facto que os caminhantes ansiavam e conversaram durante a caminhada.
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Durante o trajecto que atravessou vários lugares, foi calorosa a recepção da mensagem pelos populares que viam passar os caminhantes, e que se faziam anunciar com um estandarte com a mensagem, “Mina? Não!”, algumas palavras de ordem e uma fanfarra improvisada. No final da caminhada, que terminou uma hora para além do previsto uma vez que o grupo era constituído por gentes de várias idades e em que ninguém ficou para trás, já no Centro Cultural de Dem, esperavam os caminhantes um outro grupo que não pôde participar no percurso pedestre.
Retemperadas as forças de uma caminhada exigente a qual decorreu debaixo um dia de forte calor, os participantes nesta jornada juntaram-se na sala de eventos do Centro onde se debateram questões relacionadas com a prevista mineração da Serra e áreas circundantes e estratégias para evitá-la e fazer-lhe frente, e foram dadas explicações mais técnicas sobre o objectivo desta extracção massiva de minério e dos seus impactos no meio ambiente – Lítio o qual, dois dias antes foi inscrito numa lista de “matérias-primas críticas” pela Comissão Europeia -, bem como das previsíveis consequências para o futuro.
No final e já perto das 20:30 horas o grupo dispersou tendo ficado cada um dos participantes mais ciente do problema e de como participar nesta luta, com a missão de esclarecer quem não conhece o problema, com a noção que a divisão dentro do movimento de contestação do projecto de mineração do território não é o caminho certo e de que a luta necessita da união de todos os que vierem querendo bem à Serra d’Arga e ao Minho, tendo também saído algumas ideias concretas de formas e iniciativas de luta, e sobretudo despedindo-se com a vontade de que um novo encontro se realize em breve.
De referir o civismo dos participantes, a sua entreajuda, o ambiente de confratenização mesmo entre quem nunca se conheceu, de comunhão e atenção aos aspectos sanitários decorrentes dos tempos que correm.
A todos os participantes, a todos os que ajudaram, a todos os que não podendo estar presentes, se solidarizaram com a Junta de Freguesia de Dem e os organizadores, um bem hajam! Novas acções se seguirão, sendo que todos – indivíduos, associações, colectivos, executivos de freguesias – serão mais uma vez bem-vindos.
A luta contra os projectos de destruição do território precisa de todos neste momento crítico!
Mina? Não, Obrigado!
Vizinhos da Serra d’Arga
