Primeira limpeza

As eleições regionais e municipais em Espanha do passado Domingo, em que o partido socialista- no governo- foi massacrado pela oposição, foi o início da primeira limpeza que o espanhóis pretendem fazer em sua casa.

Lá, como cá, os espanhóis numa primeira fase, resolveram fazer ensaios, dar o voto a populistas demagogos, a movimentos de contestação que apenas servem para esse fim.

De ensaio em ensaio, na Espanha, coube a vitória minoritária do PSOE, que fez com que Pedro Sánchez, tal como o seu camarada António Costa, construísse uma periclitante geringonça, para bem do seu ego do seu PSOE,mas desacreditando e danificando a Espanha.

Nunca a Espanha teve tão má cotação nacional e internacional, nem tão fracos estadistas. Mas a partir do passado Domingo, iniciou-se o processo de limpeza, de clarificação, rumo a um futuro estável e coerente.

Pedro Sánchez, actual primeiro-ministro, num acto de desespero e de contenção de danos,  antecipou de imediato eleições legislativas para 23 de Julho,  marcadas que estavam para Dezembro, para tentar estancar a ferida que se abriu. No dia 24 de Maio começou a campanha eleitoral.

A demissão teria mais lógica.

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A Espanha é o nosso único vizinho, com ela temos relações de proximidade de amizade e familiaridade e cooperação, e temos, ainda, 1200 quilómetros de fronteira terrestre, ininterrupta, partilhada. Mas temos, também, relações comerciais da maior importância para Portugal, pelo que um olhar mais abrangente e atento sobre as mesmas faria todo o sentido.

A repercussão noticiosa, em Portugal, não teve grande eco, talvez a culpa fosse do Benfica, por ter sido campeão no mesmo dia, talvez não?. Fico na dúvida. Mas que deu jeito a muitos, lá isso deu.

Mas foi, ao mesmo tempo, um aviso para a nação socialista em Portugal que, por certo,  sentiu um enorme calafrio e que apesar de ter  um suporte governamental muito diferente, robusto, na prática e na acção, é um caos absoluto com que nos tem presenteado.

Costa já está a ver a equipa de limpezas a apertar o cerco, a aproximar-se e vai ter que se reinventar para que, varridela semelhante, não lhe aconteça, nas eleições europeias.

Há, contudo, outra hipótese. A de António Costa estar à espera, e até lhe ser muito conveniente, uma eventual varridela eleitoral, no seu partido,   seria uma desculpa perfeita para se livrar do governo e do partido,  do cargo de primeiro-ministro, do qual está aborrecidíssimo,   e  ser( finalmente) um emigrante de luxo.

Pessoalmente, inclino-me para esta opção, só não sei o que vai ser de tanta boyzada no desemprego.

 

(José Venade não segue o actual acordo ortográfico em vigor).

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