Primícias Literárias: Dois Mundos de Papel

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Daniel Jorge

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Escrevo a minha primeira crónica, uma de, assim espero, inúmeras, pois pretendo desenvolver muitas para alimentar a minha paixão pela escrita.

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E a primeira dificuldade que senti foi definir o tema. Pensei e defini que seria sobre a importância da leitura e da escrita. Já não vão ler mais?! Leia e sinta-se um azarado que teve a sorte de encontrar este texto. 

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

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Como leitor, ainda muito jovem, afirmo que foram os livros que fizeram parte do que sou hoje, tanto na forma de pensar como na de escrever. Um livro bom é como um silêncio de azul ou um ruído de vento e água. Cada livro mostra a visão, sonhos, ideias, pensamentos de um autor. Existem pensamentos simples, alguns que podemos considerar sem nexo, mas outros querem perdurar e neles descobrimos o mundo que não se encontra nos meios de comunicação atuais. 

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Alguns livros que me marcaram? «1984», «Admirável Mundo Novo», «O Triunfo dos Porcos», «O Deus das Moscas», «A Metamorfose», «O Jogador», «As Cidades Invisíveis» … e bastava mencionar um para refletir logo no seu sentido e no pensamento que nos leva a descobrir. 

Um livro faz-me perder a noção do tempo, de tal forma concentrado posso ficar com o seu enredo. E esse tempo parece curto, mas símbolo de felicidade que só posso comparar à escrita. 

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A escrita, no seu início, foi para mim a ambição de poder pensar e transmitir o que penso para o papel, ambição de criar mundos, imaginá-los, sentir-me criador de algo novo. Afinal, faço parte de um mundo novo, de um mundo que terá novos paradigmas e que temos de começar já a sonhar e a criar. Sei quase nada, ou antes, nada sei, mas sei que tanto escrever como ler me trazem a tranquilidade que nada mais me traz. 

E gostava de incentivar os que não gostam de ler a darem o derradeiro passo, não para um abismo, mas para as primeiras frases de uma página. Há livros com sonhos para todos os gostos e imaginações. Ler são histórias, são imagens, são paisagens, odores, sentidos, são os filmes que a nossa mente desenvolve em alvoroço. 

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Escrever? Isso vem com a leitura. Quando a primeira página estiver preenchida, e a segunda, a terceira, e numa contagem de dezenas e centenas, sentimos a necessidade de fazer o papel pensar as palavras, de mudar o mundo com elas mesmas. Mas nem isso é preciso, pois basta simplesmente escrever pensamentos singulares, contidos, tímidos, que não querem ser partilhados nem libertos no mundo, somente permanecem na posse de quem os refletiu.  

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Por vezes, quando se começa um livro, cada página constrói um peso que só existe nos sonhos. Não se consegue continuar a leitura. E isso é perfeitamente normal. Quantas vezes lia pouquíssimas páginas em dias para depois, com desilusão própria, afirmar que “não quero ler este livro”

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Ler e escrever conseguem transportar novos ideais, novas realidades. Percebemos com a nossa mente as ideias que movem o mundo e percebemos que as histórias da nossa história são momentos repetidos, que temos de conhecer e entender para lhes dar uma nova forma, inovadora e, hoje, humana e ambiental. 

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Não deixa de ser engraçado, e ouço a minha mãe a chamar-me para o jantar, escrever estas palavras para as apresentar em meios de comunicação e de divulgação. Espero, sinceramente, que algumas palavras possam ter surgido com o calor do dia e que se transformem na luz que as estrelas adormecem a noite. 

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Se leu até aqui, sei que será mais fácil ler estas últimas linhas. Obrigado pelo seu tempo, pela sua paciência e pela sua simpatia. 

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Deixo, nas palavras, um sorriso de despedida breve: sorria com palavras.

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