Prioridades

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José Venade

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O mundo move-se e sempre se moveu por interesses, sejam eles de que ordem for, porém, estes, são cada vez mais evidentes e muitos continuam em roda livre.

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Certos ou errados eles ai estão. Ao lado de uma boa e justa causa, há sempre quem ao mesmo tempo, aproveite para tirar dividendos. Até os próprios Estados.

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Por exemplo: sobre o clima ou as alterações climáticas. Fazem-se cimeiras, conferências, debates, reúnem-se os países ditos importantes, ou grandes, em fóruns como a “Conferencia Climate Change Leadership Porto Summit 2018”, com a visita mediática de duas horas do ex- residente Obama e que apenas contribuiu, para além do ruido mediático, para infernizar a vida da cidade, aportar despesas e aumentar a poluição a vários níveis, porque, no essencial, o resultado é o que se vê.

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De que, nada ou quase nada se aproveita, protesta-se na rua, fazem-se leis, criam-se punições sob forma de impostos e taxas, algumas delas completamente cegas, mas o Mundo, este pedaço de terra em que habitam 8 mil milhões de pessoas, conta cada vez menos.

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Isto, porque países enormes e grandes poluidores, como a China, India, Rússia, USA ou o Brasil, não subscrevem, ou aplicam, inteiramente esses acordos e continuam a agir e a poluir de acordo com os seus interesses económicos e estratégicos.

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Se tivermos em conta que, só esses países, representam metade da população mundial, o caso fica ainda mais grave. Para complicar as coisas, uma boa parte desses países vivem em de regime ditatorial.

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A gritaria, atendível mas antiga, sobre o desbaste criminoso que decorre na floresta amazónica, cria foros de partidarismo doentio porque, que conste, não há nenhum país que se negue a comprar a madeira vinda dessa região, ou a carne produzida à custa disso. O mesmo se aplica aos minerais extraídos da mineração errática que no Brasil, constitui um atentado grosseiro, a todas as normas ambientais e à vida das pessoas dessas regiões e, também, a nível mundial.

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E as indústrias de alta poluição que por esses países e outros vão esventrado os solos a laborar, sem nenhum controlo ambiental, também, na India e na China?

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Se o fizessem, parte do problema estaria resolvido. Mas, quem compra, prefere comprar barato e, continuar, assobiar para o lado.

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Os países da velha Europa, com todas as vicissitudes, que as tem, ainda realizam um comportamento razoável em matéria ambiental.

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Se trouxermos o assunto para o nosso país, assistimos a discursos e Leis muito bonitos, eivados de uma paixão doentia que se contradizem entre si. Criaram-se partidecos políticos, taxas e mais taxas, impostos, mas o dinheiro que daí advém não é aplicado na recuperação do meio ambiente, ou na defesa dele, na prevenção. No papel tudo é bonito e consensual, mas depois criam uns PINs, ou uns Regimes de Excepção em que, as violações a essas regras são mais que muitas. Qual queijo suíço!

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Basta ver o que se passou, recentemente, com as concessões mineiras por causa do lítio. Apesar de toda a contestação avançou. Cederam na majestosa Serra D’ Arga. Para já ficou de fora, mas até quando? E as outras terras aonde estão a esventrar à procura deste minério e de outros?

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Se baixarmos a faísquia até chegarmos aos Planos Directores Municipais (PDM), a “confusão” é total. Estes instrumentos reguladores e disciplinadores dos vários espaços, (assim o deviam ser) deviam ser o primeiro e o melhor instrumento de regulação e protecção ambiental, se fossem feitos com e para a população. Assim, são completamente cegos e políticos, cheios de vicios. É que, nem entre Municípios, há uma linha de continuidade dos mesmos. Em cada Município, as realidades são diferentes para casos semelhantes.

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Embora pagos pêlos Municípios, estes, não tem todo o poder sobre a sua realização e estratégia, enquanto documento regulador do ordenamento do território concelhio. Tendem para a cegueira, porque são feitos por algoritmos, a régua e esquadro com introdução das diferentes áreas e nas costas das populações para que se destinam. Daí os protestos das mesmas porque, de revisão para revisão, a área urbanizável que lhe é destinada é cada vez menor, o que leva à desertificação/despovoamento das Aldeias do interior, sempre as mais penalizadas, a favor do Litoral, principalmente, o costeiro.

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É no terreno, pondo os pés em cada Aldeia, ouvindo os autarcas e verificando o mapa que se pode corrigir erros que custam muito caros aos habitantes, são penalizadores e, muitas vezes, irreversíveis.

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Ou seja: aquilo que podia e devia ser o princípio de uma base ambiental harmoniosa, não passa de um mero conjunto de interesses.

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Por último e não menos importante e porque já está próxima, está a poda, assassina, das árvores nos espaços públicos a que todos os anos assistimos.

É uma dor enorme, ver, todos os anos, as árvores serem sacrificadas a este ritual de ignorância onde estas ficam apenas uns tristes cotos, não podendo dar tudo aquilo que se espera de uma árvore.

Quem consente um acto tão bárbaro devia de ser responsabilizado criminalmente.

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Candemil, a 30 de Agosto de 2022

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 (José Venade não segue o actual acordo ortográfico em vigor)

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