“Faço público que tomei a decisão de pôr fim à militância no PSD. Desta forma continuo o meu mandato da forma como comecei – independente” – é assim que a vereadora social-democrata Paula Cristina Veiga surpreenderá todos os presentes na sessão da Câmara Municipal que decorrerá esta tarde.
“A identificação com o caráter pluralista e humanista da social-democracia levou-me a enveredar pela militância no início do mandato, crente que dessa forma passaria a pertencer à família partidária que me havia adotado” – continuou a vereadora.
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“Hirschman esclareceu, no clássico Exit, Voice, and Loyalty (1970) que, nas organizações, a existência de situações de monopólio, duopólio ou oligopólio tendem a distorcer as regras e podem concorrer para a existência de desequilíbrios, conducentes à ineficiência e geradoras de insatisfação e desleixo. Dou-me conta agora, quase no final do meu mandato, depois de uma longa aprendizagem, que este este autor não podia ter mais razão”, sustenta Paula Cristina Veiga.
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Numa curta declaração lida logo no período inicial, a autarca eleita pelos social-democratas acrescentou que “Organizações como os grandes partidos, como é o caso do PSD, tendem a ser desvirtuadas quando se começam a verificar situações de monopolização. Um partido, por norma, é uma instituição empenhada em causas cívicas, não-violenta, que pretende executar princípios, objetivos e políticas ancoradas numa concepção comum do bem comum”. E deixa um recado interno: “Quando isto é desvirtuado em prol de interesses próprios desvirtua-se o caráter de um partido, ditando-se a falência do fator agregação que deve subsistir e suportar qualquer organização”.
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Desfiliada mas prometeu não se alhear da política local ao divulgar que “São estas as razões que me levam a enveredar por um caminho independente, na assunção do exercício pleno de cidadania, crente na melhoria da minha participação cívica e política”.
O PSD, que nas últimas eleições autárquicas perdeu um vereador, após esta desfiliação fica apenas com Hermenegildo Costa.
