Pugnar pela desertificação do interior?

São muitas as vezes em que a palavra “Pugnar” consta do manifesto eleitoral do Partido Socialista, no seu manifesto eleitoral para as eleições autárquicas de Vila Nova de Cerveira, de 26 de Setembro de 2021.

Há um proverbio que diz e muito bem: “com papas e bolos se enganam tolos.”

É pena que os eleitores não o leiam amiúde, não confiram as promessas nele vertidas e também as omitidas e não chamem a atenção de quem tem o bolo e o poder de decisão, nas mãos, nada fez daquilo que prometeu “Pugnar”?

A esse propósito passo a citar:

1 – “Pugnar pela reversão da concessão e pela célere requalificação do Castelo de Cerveira”.

Outro exemplo:

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

2 – ”Assumir o compromisso de propor a saída da ADAM.”

Relativamente à concessão do castelo, a pugna, a meu ver, passaria por uma Providência Cautelar, logo após a tomada de posse, o que não foi feito. Entretiveram-se a obstaculizar e criar dificuldades ao concessionário com critérios nada éticos.

No segundo caso, ADAM, é a mesma coisa, um entretenimento eleitoralista, marketing eleitoral, nas palavras do Presidente, caro, para os bolsos dos cerveirenses, com pareceres caros e cujos resultados são de 1X2.

Tudo isto são meros paliativos para alimentar uns tantos tolos que, ainda, acreditam no Pai Natal. Isto, porque, quer num caso, quer no outro, a câmara não tem capacidade financeira, nem tem demonstrado vontade para “pugnar” estas concessões. É apenas um jogo político para alimentar clientelas.

Adiante.

Voltada a página e passados quase quatro anos de mandato e tendo em conta a pipa de massa vinda do PRR, ou do PORTUGAL 20/30, cabe perguntar se ter um olhar aglutinador e de combate à desertificação para as freguesias do interior, com excepção de Covas sempre privilegiada, mas, nomeadamente: Candemil e Gondar, Mentrestido e Sapardos, são enteadas, ou filhos de um Deus menor?

É que, passados cinquenta anos sobre o 25 de Abril e 48 anos de poder local, estas terras vivem- neste aspecto- como no século XIX. Refiro-me à inexistência daquilo que é básico, essencial, e amigo do ambiente:

Estas freguesias não têm uma rede de esgotos?

Não basta dizer que se vai “Pugnar” por essas terras e, na prática, continuar a  preteri-las, quer na atribuição de subsídios, de eventos, serviços, ou simples ATMs e muito  menos abrir a boca no que ao combate à desertificação diz respeito,  quando estas terras ainda não têm um metro de saneamento.

Sabemos, não é segredo, que esta câmara não quer habitação social. Por várias vezes que, o Presidente, o tem afirmado apesar de o ter prometido e de continuar a ser coerente com a Sua vontade.

Mas prometeu, está escrito no seu manifesto eleitoral.

Porém, se o Presidente tivesse evoluído no seu pensamento, que fosse ao encontro das reais necessidades que quem habita no concelho, que é o caso da habitação social, não acredito que a fizesse nas freguesias do interior. Embora todas possuam bons terrenos para o efeito.

Mais uma vez iriam para o litoral.

Tudo isso, é algo que devia envergonhar qualquer Presidente de Câmara?

Acresce dizer que no PDM, um dos critérios para que haja terrenos urbanizáveis, é justamente, o ter saneamento.

E é, desta forma, que as freguesias, se vão desertificando esvaziando inexoravelmente. Bem sei que, as promessas serão renovadas e lá virá o ano (?)em que algo será feito, ou anunciado em matéria de saneamento, mas, será tarde, demasiado tarde em matéria de urbanização, porque o PDM os obrigou a sair das suas terras em buscas de outras cujos preços são proíbitivos.

Freguesias que não têm votos, ou têm poucos, não interessam a quem governa, por quem olha para o concelho, numa aritmética meramente eleitoralista, como é o caso, são olhadas como um filho bastardo e tratadas como tal.

 

(José Venade não segue o actual acordo ortográfico em vigor).

  Partilhar este artigo

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *