Zita Leal
Professora
(Aposentada)
Ando confusa com tanta coisa! Conceitos políticos, posturas sociais, valores éticos, atropelos linguísticos branqueados no linguajar comum, tanta coisa primordial a tornar-se obsoleta… Por vezes quase que preferia que esta confusão nascesse na minha cabeça devido à idade avançada mas temo que a coisa seja mais grave.
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Perturbações climatéricas, oscilações nos eixos magnéticos, interferências lunares a impôr novos tempos, quiçá novos rumos na nossa galáxia virão a caminho? Que qualquer coisa está a acontecer, parece-me óbvio. Não sei é o que será… Espero que ao menos essa coisa que não sei o que é, não venha tornar o ser humano mais egoísta, mais insensível, mais maquiavélico do que já é. Como cantava dantes o Sérgio Godinho “… p’ra pior já basta assim…”
À hora do noticiário prego o olhar no écran e em lugar de querer saber de aprovação ou não de orçamentos, de confinamentos, de posições políticas em Bruxelas, de eleições fraudulentas ou não, olho para o companheiro e pergunto com uma curiosidade quase mórbida. “Sabes quantos mortos houve ontem? E infectados? “
Essa coisa que não sei o que é apanhou-me! Eu pergunto pelos meus irmãos de raça como se estivesse a perguntar quais os números do Euromilhões? E é esta a minha dúvida existencial? Horrorizo-me com a minha frieza. Eu que nunca liguei a números por inoperância também mas especialmente porque me preocupou sempre o amor, o desamor que grassa entre nós e agora dou por mim a querer saber quantos mortos, quantos infectados? Esta não posso ser eu.
Ando confusa com tanta coisa!