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Rally de Portugal: a emoção por um dia custou ao município 150 mil euros!

Miguel Alves

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Para uns foi a emoção de ver o rally de Portugal regressar a terras de Caminha; outros mostraram indiferença. O certo é que houve quem tirasse um dia de férias para assistir a este espectáculo sobre rodas que já não passava por estas terras há mais de três décadas. Resta saber se, em termos económicos, há o retorno propagandeado!

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Isabel Varela

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Perícia, curvas, muita velocidade e adrenalina ‘q.b.’ eram o mote para atrair e contagiar o público. No entanto, para que tal acontecesse em território de Caminha, o município teve de comparticipar, numa primeira fase, com 50 mil euros em cash. Mas os custos não ficaram por aqui, pois houve que arranjar os troços destinados para a prova, sendo eles Gondar, Orbacém, Dem, Azevedo, Venade, Argela, Riba de Âncora, Cristelo e Moledo, numa extensão de 18,20 Km! Necessitaram de obras de recuperação que rondaram  100 mil euros, juntando-se, ainda, os custos com  segurança necessária para o evento. Ninguém comenta, porém, os custos de recuperação dessas estradas que, naturalmente, nas 24 horas imediatas ao rally ficaram dificilmente transitáveis!

Segundo informação vinculada pelo gabinete de imprensa da Câmara Municipal de Caminha, estas melhorias nos caminhos florestais servem também para «ficarem em excelentes condições para o Verão». «A questão é se será mesmo assim, após terem passado carros com velocidade e talvez algumas perícias!», questionou à nossa reportagem um comerciante que nos pediu o anonimato «por recear represálias».

Com este evento, a estratégia do município passava por chamar ao concelho mais visitantes, dinamizando diretamente a economia local. Minho Digital contactou com os dois hoteis principais da vila, como seja o Hotel Porta do Sol e Hotel Wine Design. A ocupação  no período do evento em nada teve reflexos. Tal como nos confirmou Marta Mendes, gerente do Hotel Porta do Sol «infelizmente não se reflectiu na nossa ocupação, no entanto toda a acção de promoção em relação ao evento poderá ter, mas apenas no futuro,  a sua repercussão». Por sua vez, José Carlos Pereira, gerente do Hotel Wine Design, «concorda com o investimento efectuado» mas, em termos de ocupação desta unidade hoteleira «em nada se reflectiu». Referiu, ainda, que a publicidade efectuada não se «pode quantificar nos resultados obtidos».

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No entanto, este semanário teve a informação que na freguesia de Dem estiveram cerca de três centenas de tendas com jovens ansiosos por assistirem a esta etapa do rally, assim como a freguesia teve o trânsito extremamente  congestionado durante o dia da etapa.

Segundo a organização, «o regresso da prova ao Norte de Portugal não só resultou num forte interesse por parte dos participantes, como bateu recordes ao nível de países representados. São, nada mais nada menos, que 33 nacionalidades. O país mais representado é, de longe, Portugal, com 18 inscritos”.

O WRC conseguiu também este ano novos acordos de transmissão televisiva, incluindo países como a China, Índia, Coreia do Sul, França e Noruega, que se juntaram agora à já vasta audiência tradicional, em todo o mundo, deste rally.

Se vai regressar no próximo e se a estratégia do município de Caminha resultou, tal como propagado, é uma incerteza, ignora-se. Contactamos Miguel Alves, presidente desta autarquia mas, até ao fecho desta edição, não recebemos qualquer resposta.

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