Desempregado, Rui Domingues quer transformar um hobby na profissão. Desde o ano passado que recolhe raízes de árvores e as transforma em peças de decoração. Natural de Merufe, Rui Domingues não sabe quantas peças já fez, mas conta que algumas já atravessaram fronteiras.
“Comecei há um ano”, refere Rui Domingues. Com 29 anos já perdeu a conta ao número de festas que desenvolveu e está a desenvolver. Motivos religiosos, animais ou figuras fazem parte das preferências do artesão. “Eu faço de tudo um pouco. Trabalho com madeiras mortas, sobretudo raízes”.
Com as peças a surgir, Rui Domingues já vê neste gosto a possibilidade de criar o próprio emprego. “Gostava que isto se transformasse no meu emprego. Ficava mesmo satisfeito”, explica.
“Basta olhar para uma raiz e já imagino o que dali pode sair”, conta, naturalmente, o jovem. Águias, lagartos, cobras são alguns dos animais já criados pelo artista. Perto do Hipermercado Coca tem em exibição uma escultura da Senhora de Fátima feita a partir da raiz de um pinheiro.
Depois de já ter trabalhado em pedra, Rui Domingues virou-se para a natureza morta. As raízes que muitos consideram lixo, aquele jovem aproveita para “dar vida à natureza”, como salienta. Expressando: “Também trabalho outras madeiras, mas prefiro as raízes porque é um trabalho mais tosco e na minha opinião é muito mais bonito”.
“A reciclar desperdícios”, Rui Domingues já mostrou as suas peças na última Feira Agrícola do Vale do Mouro e a familiares e amigos. Agora quer mostrá-la a mais pessoas e pretendia que “isto fosse uma opção de futuro”.
O investimento em material para trabalhar já foi feito e Rui Domingues informa também que “posso também trabalhar as árvores que secam. Por exemplo, nos jardins que têm árvores que secam as pessoas em vez de arrancar podem fazer alguma escultura no tronco e fica a embelezar”.