Editorial

RUI RIO É BOSSA NOVA E RANGEL É CARNAVAL
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Damião Cunha Velho

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Damião Cunha Velho

Professor

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Rui Rio é um homem sério.

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Foi Presidente da Câmara do Porto quando ninguém esperava. Conseguiu durante os seus mandatos ter um superávit. Isto em tempos de crise em que o país era todo dívida.
Rompeu com um passado perverso de comunhão entre o futebol e a política que vinha dos tempos de Fernando Gomes.   
Teve essa coragem.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Enquanto Presidente do PSD deu um tiro no pé e traiu a memória de Sá Carneiro. Passou uma linha vermelha ao fazer um acordo com o Chega nos Açores.
Fica-lhe essa nódoa no currículo.
Saiu-lhe o tiro pela culatra como se está a ver agora e como era previsível como em tudo em André Ventura. Previsível de mau, sublinhe-se.
Uma vantagem muito pragmática, arrumou com Clã César nos Açores.

Rui Rio mostrou sentido de Estado ao aprovar os sucessivos Estados de Emergência durante a pandemia. Sabia que se o não fizesse o país ficaria ingovernável.
Não faz oposição só porque sim ao contrário de Rangel.

Rui Rio foi ferozmente criticado sobre o que disse ao Observador acerca de Rui Moreira aquando das candidaturas para as eleições autárquicas. Disseram que ultrapassou mais uma linha vermelha.
Discordo em absoluto.
Rui Rio foi igual a si próprio.
É um homem sério e frontal.
Rui Moreira goza da presunção de inocência. Rio não disse que ele era culpado. Só disse que Moreira e a sua família têm negócios no ramo imobiliário que criam um conflito de interesses sendo Rui Moreira Presidente da Câmara do Porto.
Aqui Rio não passou nenhuma linha vermelha.
Aliás, podia ter ido mais longe. E, falar do regresso das ligações promíscuas entre a Câmara do Porto e o futebol.
Falou também do caso de Isaltino de Morais. Disse que Isaltino foi condenado e cumpriu pena de cadeia. A cadeia além de punir também deve reintegrar. Daí a possibilidade, na altura, de ter sido candidato à Câmara de Oeiras pelo PSD.
Rio teve coragem e não é adepto do politicamente correcto.
Rangel não teria tido esta abordagem sem primeiro fazer as contas aos votos que podia perder.

Dentro do partido, alguns sempre quiseram  pôr Rio a andar.
Um deles foi exactamente o “amigo” de longa data, Paulo Rangel.
Rio pode não ser uma figura carismática mas tem um passado que fala por si.
Se não é perfeito, Rangel fica bem mais longe da perfeição.
E se Rio não teve sucesso em algumas das suas batalhas deve-o a Rangel e às intrigas internas por este perpetradas. Rangel é bom a pregar rasteiras. É caso para dizer que com amigos assim quem precisa de inimigos?!
A vitória em Lisboa de Carlos Moedas foi azia no estômago de Rangel.

Rangel apresenta-se agora como alguém fora do sistema em oposição a Rio que, segundo Rangel, já cá anda há muitos anos.
Rangel não é um paraquedista e já está na política há muito tempo também. E, infelizmente com um passado que o devia envergonhar.
Lembro por exemplo o facto de nunca ter defendido os direitos dos homossexuais sendo ele um homossexual. Um acto de hipocrisia e de falta de coragem.
A revelação da sua orientação sexual foi um acto político no pior sentido. Mais uma operação contabilística de votos.
Tudo isto é de alguém que não merece ser líder de um partido com a história do PSD.

Rangel diz que não quer acordos com o PS.
Já Rio entende que, em nome da governabilidade do país, essa possibilidade tem que estar sempre em cima da mesa. E Rio se for Primeiro Ministro espera o mesmo do PS.
Como a possibilidade de maiorias absolutas é muito diminuta então com Rangel, quer no governo quer na oposição, uma coisa sabemos é que nos espera um país ingovernável com Rangel “orgulhosamente só”.
Ou “governável” com o perigoso Chega com quem Rangel afasta possíveis coligações. Mas isso é apenas para quem acredita em Rangel. Basta só lhe cheirar a poder que começa o namoro.
E Ventura é um traiçoeiro bem parecido.

Rangel quer dizer mal de tudo o que venha da oposição já Rio quer dar seguimento ao que entender por correcto em nome do país.
Chama-se sentido de Estado, coisa que Rangel não tem.
Com Rio será o país primeiro, com Rangel o PSD ou ele primeiro.

Talvez Rui Rio nunca venha a ser Primeiro Ministro, por uma razão simples e que nos devia incomodar, é que é um homem sério.

Rio é um homem sereno, Rangel espalhafato.

Rio é Bossa Nova, Rangel é Carnaval!

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