Saber falar, saber ouvir…

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Neves da Vila

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Falar tem a condição consciente ou inconsciente de denunciar-se.

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Ou seja, pontos de vista rotineiros, pontos de vista insípidos, domésticos: dos vizinhos, que coisa dos vizinhos,  inveja duma camisa lavada, dum livro editado, dum carro top de gama, das férias, dos animais de estimação, tudo isto,  ainda mais de futebol no café – esplanada, fluentíssimo, fluente porque é alienado, e ser alienado é falar a feitio, coisas banais conhecer táticas, estratégicas financeiras, políticas dissuasoras, inclusive vestir teorias conspirativas…

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Por isso, falar é denunciar-se com crítica ou sem crítica, ou seja, convencido de que é dono da verdade. “Quid est veritas” Vangloria-se talvez inconsciente, ser locutor sem interlocutor o que lhe permite falar em condordância sozinho sempre repetitivamente as mesmas coisas: as doenças, as temperaturas venenosas, as pessoas, as falsas promessas políticas, os noticiários generalistas, as televisões manipuladas, que maçada as televisões manipuladas, os tabloides coloridos e despidos de mulheres atraentes sem conteúdos, cujo resultado não passa de uma inócua conversação ilusória.  Será que o falar possui a virtude de enganar o próprio ou fala por falar? 

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Esta perspectiva de grupo, na maior parte das vezes, não se sabe ouvir, não sabe porque ouvir, por sua vez é comprometer-se, e comprometer-se é saber ouvir, respeitar-se a si próprio, e respeitar o próximo, embora a sua própria ignorância dependa dele, não deve ter vergonha, quando não se sabe pergunta-se, não tem mal nenhum. Consequentemente, o seu próprio saber ou a sua própria opinião… esta dicotomia entre o saber e opinião são posições refutadas e susceptivas contradições. Enquanto que o saber, embora relativo, defende o permanente conhecimento, a opinião está sujeita à constante mutação da causa e do efeito.

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Concretamente, a posição de falar e ouvir, que envolve as pessoas no comportamento de grupo é susceptível de nos transportar de encontro ao vazio, ao choque malogrado, ao conflito, ao desnorte, ao desinteresse da coisa comunicável, particularmente quando se está perante uma conversa, cujo assunto vai para além da capacidade intelectual do interlocutor… O diálogo cai no natural ridículo boato, gira de boca em boca, disseminando-se como se de um vírus se tratasse… 

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Receber e dar notícia é falar e ouvir, facto que implica denunciar-se e comprometer-se, quer uma quer outra, não oferece à notícia o direito da lógica, o contexto, regra geral vem quase sempre laboratorialmente deformado, vem porque não tem lugar fixo para ficar, uma dialéctica fixa é um nervo incomum, especulativo, corrupto, maldito, morto. Por conseguinte, o importante é falar da morte da notícia para que a vida da notícia ande sempre moribunda…

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