“Sangue, suor e lágrimas” dão lugar aos Cravos no Agrupamento de Escolas de Monção

Ana Maria Oliveira

Segunda-feira foi o dia de tomada de posse do director, eleito em 3 sufrágios, Sérgio do Nascimento Gonçalves. Numa cerimónia em que esteve presente a comunidade educativa que encheu a sala, alguns também sentados na beira das janelas e outros ainda do lado de fora, porque o espaço era pequeno para tanta ansiedade e expectativa.

Depois do director empossado, do seu discurso e apresentação da equipa directiva foi a explosão de alegria. O professor Joaquim Vieira trouxe a 2.ª via dos cravos levados na primeira tomada de posse e que foram distribuídos e aceites com alegria. Finalmente chegou a Democracia à escola sede do Agrupamento: a Escola Secundária!

Foram mais de 3 anos de “sangue, suor e lágrimas”. Sangue da dor pelas dificuldades, pressões e “terror” que toda uma comunidade sofreu; suor de tanto se lutar para derrubar os interesses instalados e muros  gigantes, mas que afinal foram pequenos demais para tanta luta de uma comunidade unida que nunca desistiu; lágrimas de dor e raiva contra tanto  que se passou e algum desespero de cada vez que a democracia e os direitos (principalmente dos alunos) eram atropelados e pisados, outras vezes de alegria a cada vitória conseguida (e foram muitas).

Agora foi a valer, mas vai demorar até sarar as feridas. E esse trabalho não pode ser feito apenas por esta nova direcção, tem que ser feito por toda a comunidade, com a vontade de cada um de nós. Mas para que tal aconteça é necessário também que se faça JUSTIÇA.

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É hora de exigir à Justiça que actue, que siga as pistas, que encontre e puna os culpados do que aconteceu ao longo destes últimos e anteriores anos nas escolas de Monção, e ao redor delas antes que as situações prescrevam. Cabe á Justiça punir aqueles que destruíram a nossa escola e perceber com que interesses…

Aos políticos cabe não apenas tirar os louros da situação, mas exigir da sua classe uma explicação verdadeira para tudo o que aconteceu, porque a ser verdade (segundo as investigações do MINHO DIGITAL) que toda esta saga começou com interferências políticas, a verdade é que também terminou com uma solução e “publicitação” política.

Ora então vejamos apenas um exemplo:  houve agora uma homologação tácita – apesar de ainda haver processos em tribunal – de um Presidente do Conselho Geral Transitório que nestas condições deu posse a um Director, apoiado por uma esmagadora maioria da comunidade educativa. E um Ministério que reconhece essa tomada de posse. No entanto, em 2013, após uma Homologação tácita, a então Presidente do Conselho Geral  foi impedida de dar posse ao director na escola, deslocando-se mais de uma centena de pessoas da Escola Secundária. Deu posse ao Director na Casa do Curro porque a Presidente da CAP, Amélia Novo, alegadamente terá dado ordens para encerrar a escola mesmo sabendo da tomada de posse com a devida antecedência. Na segunda-feira seguinte, o Director empossado terá sido alegadamente impedido de entrar na Escola Sede (Escola Secundária). O Ministério, na altura, não reconheceu a tomada de posse e ainda instaurou um processo à Presidente do Conselho Geral da altura.

Deixo uma pergunta no ar: se nessa altura houvesse eleições legislativas teria o professor Sérgio começado já aí a exercer as funções de Director?

Termino, por agora, apenas com o slogan que o Director trouxe á sua tomada de posse “Aqui vou ser feliz”, explicando que este seria o “título do livro a abrir” a partir de agora na nossa escola, a escola de todos nós, de toda a nossa comunidade.

 

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