SCUT A28 excluída do ‘pacote’ governamental da redução de custos para utentes

Não às portagens nas CUTS

Uma delegação da Comissão Contra as Portagens na A25, A24 e A23 estará presente hoje, dia 6 (6ªfeira), a partir das 10.00 horas, nas galerias da Assembleia da República, aquando do debate sobre vários projetos que reclamam o fim das portagens nestas ex-SCUT , rebatizadas de autoestradas.

O  movimento ‘Naturalmente…Não às Portagens na A28’, após ter tomado conhecimento, através da comunicação social, da decisão do Governo em reduzir o valor das portagens nas auto-estradas do interior (ex-scuts) e naquelas cujas  vias alternativas sejam insuficientes, caso da A22 , ex-scut Via do Infante, entende que «tal iniciativa deverá ser , também , considerada para a A28, ex- scut Norte Litoral».

 «A A28 não pode continuar a ser portajada, particularmente porque não tem qualquer alternativa. A  N13 não é de todo uma alternativa, como está comprovado, situação em tudo semelhante à A22» , já que «Viana do Castelo sendo um distrito litoral, tem índices de desenvolvimento só comparáveis aos distritos do interior, objecto desta discriminação positiva, com a qual nos congratulamos», referem numa nota enviada à comunicação social.

«A aplicação de portagens tem castigado e prejudicado este território de Viana do Castelo e todo o Alto Minho, pois, foram inúmeros os problemas e constrangimentos criados com a implementação desta medida em 2010 e que constituíram um forte entrave à competitividade da região e foram  ainda um factor prejudicial para as relações transfronteiriças da mesma», segundo o movimento.

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E passam aos exemplos: «O custo, resultante das portagens, quer para os cidadãos, quer para as empresas é uma realidade, em muitos casos, incomportável, o que originou o  encerramento e a deslocalização de empresas que estavam neste território para outras regiões, nomeadamente para o Grande Porto». Estes custos, conforme adiantam, «reflectiram-se em consequências  gravíssimas para Viana do Castelo, pois o comércio local perdeu 49,5 %, a hotelaria 57 % do seu negócio».

Constituído por cidadãos conotados com todas as forças políticas, mas também independentes, o Movimento alega que se perderam quadros técnicos que se deslocavam de outros territórios e que deixaram de dar o seu contributo nas empresas vianenses «como por exemplo médicos que deixaram o hospital de Viana do Castelo» devido aos elevados custos com deslocações.

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«Considerando que a receita total nestes cinco anos foi de aproximadamente 420 milhões de euros, segundo dados de Outubro de 2015 das Infraestruturas de Portugal, isto é, aproximadamente 12% do valor  previsto com os encargos , isso significa cerca de 700 milhões de euros por ano», assinalam. 

«Por último deixamos uma reflexão sobre os custos directos e indirectos resultantes da existência das portagens» o que significa que «o aumento de tráfego na ordem de 30 a 40 % nas estradas nacionais, origina maior tempo nas estradas, com a consequente perda de produtividade», daí «resultando no aumento de gastos de combustíveis, logo mais custos com a importação dos combustíveis, aumento dos níveis de poluição, CO2, com a consequente necessidade de maiores compras de licenças de carbono».

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Por outro lado dizem verificar-se um maior desgaste nas estradas nacionais «com o  aumento dos custos de manutenção, muitos deles suportados pelas Autarquias Locais», tal como 0 «aumento inevitável da sinistralidade, com maiores custos para o Estado, pois a vida não tem preço». Foram estes custos compensados pela receita obtida com as portagens? «Claro que não, pois é inegável a constatação da diminuição de tráfego em todas as ex-scuts, particularmente na A28, que foi da ordem de 35%»!

Admitem, ainda, a perda «significativa» da utilização do aeroporto Sá Carneiro por parte dos nossos vizinhos galegos, «cuja redução foi superior a 50%», pelo que «por tudo isto, continuamos a manifestar-nos contra esta injustiça e ataque aos cidadãos e empresas  deste território de Viana do Castelo e Alto Minho, apelando, assim, que considerem a reavaliação do modelo de portagens para introduzir uma maior justiça e coesão territorial e, em particular, nesta zona  fronteiriça com Espanha  com uma maior interdependência  de actividades, nomeadamente no turismo», notam.

O Movimento ‘Naturalmente Não às portagens na A28’ defende, a concluir, que urge «evitar a precipitação para níveis ainda maiores de desequilíbrios desta região do Alto Minho».

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