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“Se me tirarem a minha filha, eu acabo com a minha vida!”

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Provavelmente quem está a ler esta reportagem é mãe (ou pai). Então imagine, só por uns instantes, que existe a probabilidade de lhe tirarem os seus filhos… Já sentiu um vazio no estômago, certo? Então agora pense, que lhos tiravam só porque alegadamente não tem “as condições necessárias” para os criar.

Passemos a explicar:

A protagonista desta história é uma mulher natural de Ponte da Barca, e que, como muitas outras, é mãe solteira. Nunca imaginou estar nesta situação. Quando engravidou, tinha uma relação estável, com o pai da filha, e nunca imaginou que a notícia da sua gravidez faria que o companheiro a abandonasse, ficando de repente sózinha, desempregada e grávida.

“Eu nunca pensei vir a viver uma situação destas. Quando me vi grávida, desempregada e sózinha o meu mundo desabou. Como é que eu conseguiria sustentar a minha filha? O que é que eu ia fazer agora que a realidade tinha mudado tanto?  Maria (nome fictício), diz que quando a filha nasceu nada faltou à menina, nem a ela. A solidariedade das pessoas e o apoio dalguma família “fez que a menina tivesse um enxoval bem recheado, como qualquer outra criança”. Mas o pesadelo desta mãe começou nas primeiras consultas de acompanhamento. “Logo na primeira consulta foi-me dito que a minha filha estava muito magrinha, que tinha perdido muito peso. Depois começaram as visitas à minha casa por parte das enfermeiras. Sim, é verdade, a casa onde eu morava com a minha mãe era uma casa muito humilde, em pedra, não tinha aquecimento central, nem luxos… mas eu jamais deixei que a minha filha passasse frio eu estivesse mal alimentada”.

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Cada visita médica tornou-se para Maria, uma angústia. Tinha visitas marcadas e de surpresa. “Todas aquelas visitas feitas pelas técnicas e enfermeiras eram muito difíceis para mim. Eu sentia que me queriam tirar a minha filha. Eu sei que aquelas pessoas estavam a fazer o trabalho delas, que era quase fiscalizar. Mas implicavam com tudo, e chegaram a insinuar que eu não estava apta para ser mãe. E foi ali quando sinalizaram a minha filha, e desde aquele momento, vivo numa angústia constante”.

Entretanto, Maria arranjou emprego. O pai da criança continuava sem cumprir as suas responsabilidades, as visitas continuavam. “Eu tenho muito que agradecer aos meus patrões. Eles têm-me ajudado muito. Entretanto, com muitas dificuldades, consegui um empréstimo bancário para comprar uma casa um pouco mais acondicionada. Não é uma casa nova, mas pelo menos é feita de tijolos, com algum isolamento… Não é fácil! O pai da minha filha só agora (passados quase três anos do nascimento da criança), foi obrigado a dar subsídio, mas ainda assim para pagar o empréstimo, as coisas de casa, os gastos da menina, não é fácil!”

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Maria afirma que estes dois anos e meio não foram fáceis. “Eu amo a minha filha. Tenho feito muitos sacrifícios por ela e vou continuar a fazer. Acho que qualquer mãe, que é realmente uma mãe, consegue perceber a angústia em que eu vivo só de pensar que algum dia me possam tirar a minha filha… (voz embargada).

Maria conta que tinha – e tem – de trabalhar muitas horas para conseguir ter um salário mais alto do que só o salário mínimo. Mas também por causa disto era penalizada. “As enfermeiras perguntavam quanto tempo é que eu estava com a minha filha. Que tempo de qualidade é que eu lhe oferecia (…) elas sabiam que eu sou mãe solteira, que preciso de trabalhar para sustentar a minha bebé, e até com isso implicavam. Dificultavam-me a vida com tudo. Queriam tirar-me a minha filha! Nós não temos luxos, vivemos com o dinheiro contado – é verdade! -, mas jamais deixei que faltasse alguma coisa à minha filha. Trabalho muito duro. E à minha filha não lhe falta amor… É o melhor da minha vida”, confessa, agora por entre lágrimas.

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Maria é uma mulher lutadora, que apesar das dificuldades muito tem conseguido para vencer grandes batalhas. É uma mulher que vive com a sombra do medo. “Sinto que aquelas pessoas me queriam tirar a minha filha. Inventavam defeitos, diziam que eu não estava apta, que não tinha condições, que não sabia tomar conta da minha filha. Sofri muito!”

Ao ouvir o relato desta mãe conseguimos encontrar semelhanças com as histórias recentes, tão mediáticas, como as dos casos das adoções ilegais da IURD. A Maria conseguiu vencer, teve pessoas que a ajudaram e, assim, conseguiu não perder a filha.

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Mas existem muitas Marias pelo nosso país fora, que vivem com medo, com dificuldades muito grandes e que, por vezes, são cobertas pela injustiça por não conseguirem lutar contra o sistema que está instaurado. Perdem aquilo que de mais valioso têm nas suas vidas: os seus filhos!

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