Joaquim Letria
Professor Universitário
A crise anunciada e por todos esperada desaba já sobre nós, enterrando-nos com o presente e o futuro num passado recente no qual nos soltaram sem saúde, sem esperança e muitos de nós aterrados, ou perdidos no desemprego, na falta de dinheiro para viver e comer, angustiados com o medo pela perda de vidas de familiares e de amigos e receando por nós próprios. Mas, como geralmente sucede connosco nestes muito maus momentos, a gente vai vencer as dificuldades, por muito que isso nos custe. Mas venceremos!
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O desemprego aumenta exponencialmente, ficamos sem dinheiro nem meios para não perdermos o tecto, o trabalho, os estudos e podermos defender aqueles que de nós dependem e a quem temos a obrigação de ajudar.
Ao lado dos sacrifícios que nos exigem e a acompanhar todo o nosso esforço não vemos um único projecto, uma ideia, uma sociedade a ser criada que justifiquem as dificuldades que atravessamos, as quais procuramos vencer e ultrapassar com esperança e confiança, sem as considerarmos, sequer, como um terrível esforço que nos é imposto.
Vamos passar por tudo isto com vontade e coragem mas sem brilho nem glória que pudessem conduzir-nos a um futuro esperançoso e que ajudasse aqueles que nos guiam sem que fiquem convertidos no que já são — em bandos atordoados de tristes burocratas sem a menor grandeza.
Hoje, ninguém, de todos aqueles que se nos apresentam como líderes na Europa, sabe responder às dúvidas que assaltam os europeus. Não chegam mesmo a simular ter conhecimento daquilo que é importante e urgente para nos mobilizar para uma vitória numa das mais difíceis etapas das nossas vidas, como é esta que atravessamos.
Aqueles que não acreditam naquilo que aqui digo que façam uma experiência: Perguntem aos políticos e burocratas “Que sociedade vocês querem, afinal de contas, construir?” Fiquemos então todos juntos e à espera duma resposta deles com um mínimo de sentido.
Duvido que a resposta seja pronta e nós possamos ficar esclarecidos. E se nos disserem qualquer coisa, reparem se não é aquilo que há décadas nos repetem à exaustão. Enfim, a felicidade deles…