Ser mãe, é uma bênção! Dizia a avó.
E a maior responsabilidade de uma mulher! Dizia o avô. A madrinha dizia, que ser mãe, é sobretudo um dom!
Ser mãe é sem dúvida, o maior desejo de muitas mulheres, em todo o mundo.
Mãe é o papel principal, que muitas mulheres desempenham, durante toda a sua vida.
Sou mulher, mãe, esposa e profissional. Neste caso, a ordem dos atributos, não é aleatória.
Ser mãe é avassalador!
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O acto em si é único, intransmissível e irrepetível. Não há dois partos iguais.
Épocas houve, em que uma mulher que não pudesse ser mãe, era ostracizada pela família e pela sociedade. Não era possível avaliar, se o problema era do homem ou da mulher. Por isso, a mulher era muito penalizada.
Depois tinha de amamentar e cuidar do seu filho, tinha de ter leite, ou teria de arranjar uma ama de leite, não existiam outras alternativas.
Também tinha de ter filhos homens, para a sucessão do nome, para trabalharem e sustentarem a família.
Nas eventuais guerras, dessas mesmas épocas, procurava-se salvar sempre em primeiro lugar, as mulheres e as crianças.
No nosso tempo, século XXI, alguns destes pressupostos mantêm-se, mas outros estão bastante modificados.
A pessoa do sexo feminino continua a ser a única a ter óvulos, e a pessoa do sexo masculino continua a ser o dono dos espermatozóides. Se a gravidez é natural, in vitro, ou fruto de uma mãe de aluguer, invoca realidades muito diferentes, a nível social, religioso e económico.
Se a mulher congela os óvulos e o homem os espermatozóides, também é outra possível gravidez, por vezes muito questionada.
Uma circunstância tão relevante, como a maternidade, não deixa ninguém indiferente.
Uma jovem mãe, concluía com alguma mágoa, que mesmo adorando ser mãe, se sentia muito pressionada a nível profissional, sem regalias, com poucos benefícios e a perder grandes oportunidades. Quando faltava porque o filho estava doente, e a creche não o podia aceitar. Ela ficava a cuidar do seu bebé de dia e de noite.
Sentia-se injustiçada!
Tinha sido a melhor aluna do curso de direito do seu ano, mas neste momento não era a mais bem posicionada na firma, pelo facto de ter sido mãe.
Não tinha a ajuda das avós, pois estava deslocada da sua cidade.
As creches não aceitam os bebés quando estão doentes, e ela não tinha empregada diária, nem confiava numa eventual ama, que nem sequer, conhecia o seu filho.
Além disso não ficava descansada, ao deixar o filho em casa, com uma pessoa estranha.
O seu bebé tinha todo o direito, a ter todas as doenças, próprias da infância. Ela é que tinha de encontrar, outra estratégia de apoio.
Uma vez pediu à mãe, para vir passar uns dias e cuidar do neto, quando o bebé adoeceu com varicela, foi uma maravilha. Mas a mãe teve de voltar para casa, e ela sente-se sempre insegura, com o coração nas mãos, com medo que algo aconteça, na sua ausência.
Algumas empresas têm no mesmo edifício, salas contíguas de creche, onde as mães operárias, podem amamentar ou dar a alimentação ao seu filho, até aos três anos de idade. Além disso, estão sempre perto deles.
Até porque ao nascer, cortaram o cordão umbilical, que ligava o bebé à mãe. Mas cortar o cordão afectivo, entre a mãe e o seu filho é impossível!
As jovens mães sofrem, com esta condição de separação do filho, logo aos seis meses.
A depressão pós parto é uma realidade perigosa, e difícil de tratar.
Depois a nível laboral, apesar das horas permitidas por lei, para amamentação, nem todos os empregos facilitam a saída às mães. Sabemos até de muitas empresas, instituições e serviços que não aceitam, e até despedem as mulheres grávidas.
Por estas e outras razões, neste momento não é fácil para a mulher portuguesa, ter mais do que um ou dois filhos.
Hoje as mulheres são médicas, enfermeiras, juízas, actrizes, engenheiras, bombeiras, polícias etc.
E convenhamos há profissões, que não se compadecem, com estas dificuldades.
De repente a vida de uma mulher jovem, uma excelente profissional, que também quer ser mãe e esposa, transforma-se num verdadeiro caos.
Esta jovem mãe sente-se isolada, incompreendida e injustiçada.
O que fazer então?
Mesmo tendo um marido colaborante, compreensivo e com um bom ordenado, o casal precisa sempre de ajuda.
A mulher começa a sentir-se, menos profissional, porque é penalizada.
Menos mãe porque não pode atender o seu filho, quando ele mais necessita, e menos mulher porque não tem tempo para mais nada.
Sente-se culpada, negligente e mais do que tudo isto, sente-se abandonada.
Será preciso mudar algumas ideias, duas ou três leis, e Portugal poderia ter mais bebés, e muitas mulheres felizes e preparadas para terem mais filhos.
As jovens mães deviam ter o direito, de poder optar, por ficarem em casa, durante os primeiros três anos dos seu filhos. Continuando com a respectiva remuneração, e sem perder o seu lugar no trabalho.
Deviam ainda poder ter o seu trabalho em part-time, pelo menos até à entrada dos filhos no primeiro ciclo.
Estou convencida, que o panorama actual se alterava, e as mulheres jovens sentiriam que a sociedade, estava a fazer um esforço grande, para respeitar o papel da mulher, como mãe e profissional.
Era o direito de poder optar, pela forma mais conveniente, de apoiar a sua família, sem se sentir culpada e muito menos humilhada.
Muitas mulheres poderiam não querer, nem necessitar desta lei, pois têm boas condições económicas e uma boa rede de apoio familiar.
Mas estas condições são a excepção!
A regra confirma, uma necessidade muito grande de apoio à família, sentida pelas mulheres, mães esposas e profissionais.
Só as mulheres podem ter filhos!
Atirei o discurso para as leis!
Que estas surjam rápidas, justas e exequíveis.
Os futuros filhos de Portugal, agradecem!
Caso contrário, dentro de alguns anos, só nascerão bebés das mães, do rendimento mínimo de inserção.
Das mães emigrantes, que como não dominam a língua portuguesa, não têm empregos imediatos.
Das mães chinesas, que querem ter mais do que um filho, e não querem sofrer com o nascimento das filhas raparigas.
Das mães muçulmanas, que normalmente, têm sempre muitos filhos.
E… por aí fora, por muitas razões ainda pouco visíveis, no momento actual.
1 comentário
A Mulher sempre foi ostracizada, condicionada, raptada para ser na vida o que o homem não se predispunha a ter de o fazer, salvo pelo silvo da serpente, escarrapado no recanto podre da humilhação de cada Uma….
Jorge Humberto